Tag: #2ºTurno
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
jornalistacircecunha@gmail.com
Facebook.com/vistolidoeouvido
Instagram.com/vistolidoeouvido
Não se sabe que razões levaram a mídia nacional a dar pouca atenção e espaço a uma notícia de grande relevância para o país e que foi veiculada essa semana pela CNN Brasil, dando conta de que, caso venha a ser eleito nesse segundo turno, o governo petista irá, logo nos primeiros dias, implementar o que chama de uma “suspensão temporária de regras fiscais”. O documento interno, preparado, entre outros, pelos ex-dirigentes petistas, José Genuíno e Rui Falcão, que comandam as discussões de bastidores da campanha, prevê, logo no início de governo, a decretação dessa medida excepcional, dada a situação de emergência, que o partido enxerga na área econômica nacional.
Com essas medidas extraordinárias, o governo petista teria em mãos os meios legais necessários para enfrentar o que chamam de caos herdado do governo anterior, possibilitando, ao Executivo, ampla liberdade para romper as regras fiscais, utilizando o orçamento livre de amarras e de todas as regras impostas pela responsabilidade fiscal. Em outras palavras, o que poderá acontecer, caso vença o candidato da esquerda, é a decretação do vale tudo, com o orçamento sendo usado fora de critérios técnicos, como manda o manual de contabilidade básica, onde as colunas do passivo e ativo ou dos gastos e receitas são preenchidos e executados sob rígida e séria previsões.
Essa ideia de um plano emergencial, mesmo que temporário, nos traz de volta a um passado recente, onde os planos econômicos se sucediam de forma contínua, sendo acompanhados apenas pelo tilintar da maquininha de reajuste de preços nos supermercados. É tudo o que o mercado e, principalmente, as Bolsas não querem. É a reinvenção da roda e a transformação do Brasil num laboratório de testes.
Esse retorno ao passado, onde a imaginação ia além dos dogmas da economia, custou, ao país, décadas de atraso e estagnação. A ideia de que o “novo” governo, que de novo nada possui, no andar da carruagem, virá para consertar o país é um perigo e já foi visto no passado, quando essa mesma turma denominava o boom econômico, deixado por Fernando Henrique Cardoso, de “herança maldita”.
A baixa inflação e os números recordes de contratações com carteira assinada provam que a economia brasileira segue, atualmente, seu rumo ascendente, sendo, por isso, muito elogiada por diversas instituições internacionais, colocando o nosso país entre as nações que mais rapidamente têm se livrado dos malefícios da pandemia mundial. O que é temeroso e incerto é essa ideia vaga, contida no documento, de “corrigir imediatamente o orçamento herdado”, “para recuperar a capacidade de investimento do BNDES, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal”, exatamente as instituições que ganharam protagonismo nesse mesmo governo, durante a chamada Operação Lava Jato.
Com esse verdadeiro pacote de medidas, virão as versões remendadas do programa Mais Médicos, a cobrança de imposto sobre grandes fortunas e outras ideias de gênio que nos levaram, a partir de 2014, para o abismo mais fundo de toda a nossa história. Não surpreende que esse documento tenha sido mantido em âmbito interno do partido. Sua divulgação seria perigosa para o presente e, principalmente, para o futuro.
A frase que foi pronunciada:
“A economia é o começo e o fim de tudo. Você não pode ter uma reforma educacional bem-sucedida ou qualquer outra reforma se não tiver uma economia forte.”
David Cameron
Beleza
Uma árvore com cachos de flores amarelas, no final da L4 Norte, chamou atenção por uma semana com a floração. Fila de carros parados para fotografar o presente da natureza.
Protesto
Recebemos, da Alemanha, a carta da eleitora de 73 anos, Diana M. Pinto Machado, que enfrentou a chuva em Frankfurt e uma fila por 3 quarteirões. Reclamou da falta de respeito aos preferenciais. Grávidas, cadeirantes e idosos não foram considerados pelo Consulado Brasileiro.
Surpresa
“Adicionalmente aos procedimentos do caput deste artigo, a identidade poderá ser validada por meio do reconhecimento biométrico na urna eletrônica, quando disponível.” Essa é a única alusão da Resolução Nº 23.669, que dispõe sobre reconhecimento biométrico dentro dos atos gerais do processo eleitoral para as Eleições 2022. Foi uma surpresa usar a o reconhecimento biométrico durante o processo eleitoral, e não apenas anteriormente, como nas últimas eleições. Nenhuma notícia sobre o assunto foi dada antes do sufrágio.
Especiais
O verde que ilumina o Congresso é iniciativa do senador Romário. Trata-se do Dia Mundial da Paralisia Cerebral.
História de Brasília
Nós sabemos que temos professôras demais na Fundação. Novecentas, ao todo, mas nem tôdas estão trabalhando. O ideal seria uma depuração total, trabalhando para quem ganha, e atividade para todo o mundo, e não para um grupo. (Publicada em 11.03.1962)
ARI CUNHA – In memoriam
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil;
colunadoaricunha@gmail.com;
Facebook.com/vistolidoeouvido
Instagram.com/vistolidoeouvido
Um dos maiores problemas dos partidos políticos no Brasil é que a grande maioria deles possui um ou mais donos ou proprietários, que fazem o que bem desejam sem que os filiados possam se rebelar ou protestar, nem mesmo quem mais teria a obrigação legal de intervir nesse disparate, que é a justiça eleitoral.
Transformados em propriedades particulares, as legendas políticas, desde a redemocratização, se transformaram em clubes exclusivos que captam milhões em recursos públicos, que são usados de forma a garantir a sobrevivência dessas siglas e por tabela de seus maiores beneficiários.
Não é por outra razão que as megamanifestações de rua, ocorridas em todo o país, exibiram cartazes onde se liam “eles não nos representam”. O controle, com mão de ferro dessas legendas por espertalhões de todas as matizes ideológicas, está na base do enorme descrédito que experimentam hoje junto à sociedade. Esse fenômeno foi confirmado agora também com os resultados das urnas de 7 de outubro. Com a concentração de poder e o controle pessoal dos partidos pela cúpula, essas siglas perderam muito de seu apelo democrático, afastaram parcela significativa da base e se distanciaram, anos luz, dos eleitores. Curiosamente, tomaram distancia de candidatos que reclamaram a distribuição desequilibrada de verbas de campanha. Principalmente as mulheres concorrentes.
Mais indecoroso do que essa realidade é o fato de a Justiça Eleitoral, uma dispensável singularidade nacional, como a jabuticaba, em momento algum tem trabalhado para acabar com essa excrescência que distorce a função básica dos partidos, com reflexos negativos para a própria democracia.
Com base nessa excentricidade, qualquer ação partidária acaba se tornando inócua, mesmo a prestação de contas, distorcidas pelas possibilidades infinitas de apresentação de notas frias e outras malandragens. Uma simples fiscalização na variação de riqueza e bens desses felizes proprietários de muitos partidos, serviria para constatar essa situação surreal. A bem da verdade, tudo no Brasil tende a degeneração e ao abastardamento. ONGs são desvirtuadas de suas funções. Sindicatos são transformados em braços alongados de partidos políticos e passam a beneficiar também uma nomenclatura de parasitas.
Até mesmo a proliferação de igrejas, mostra o quão desnaturadas se encontram as instituições no Brasil. O resultado disso é que a população, mais e mais, vai se afastando dessas organizações, transformadas em caixa forte de sabichões de todo o tipo.
Um caso típico desse abastardamento dos partidos, pela imposição irracional de seus mandachuvas, é visto agora com o Partido dos Trabalhadores. Como pode um dos mais bem organizados partidos do país, com uma militância aguerrida e supostamente esclarecida, ser literalmente enterrada na vala dos indigentes, por vontade única de seu líder?
Preso como delinquente comum, Lula arrastou a antiga e gloriosa legenda da estrela vermelha para detrás das grades. Ao juntar no mesmo baú de quinquilharias seu destino pessoal e a do seu partido, Lula, outrora a grande liderança nacional, respeitada até no exterior, condenou a legenda, que controla como coisa sua, à pena de reclusão e o que é pior, reacendeu, na maioria dos brasileiros, o sentimento antipetista, capaz de fazer de qualquer opositor um oponente confiável e viável. O vermelho foi substituído pelo verde e amarelo apenas por questão de Marketing. Não seria exagero afirmar que Lula e a elite que controla hoje o PT contribuíram, ao seu modo, para corromper o sentido da própria democracia, devastada pela onipotência subjetiva e maléfica de uma única pessoa.
Pudessem recorrer a razão, o dístico certo a ser estampado nas camisetas seria: o PT livre de Lula. De certa forma, e até de modo meta ficcional, coube a um dos seus principais fundadores o papel, também, de coveiro dessa legenda.
A frase que foi pronunciada:
“Tentar matar um candidato à presidência da República é um crime comum? As eleições continuariam se o candidato esfaqueado tivesse vindo a óbito? A Justiça impediu a entrevista com o esfaqueador? Tudo vai ficar por isso mesmo?”
Perguntas de estrangeira querendo entender o Brasil
Visita
Luis Carlos Heinze (PP), candidato que surpreendeu os Institutos de Pesquisa, está aguardando a visita do amigo Bolsonaro. Tudo depende dos médicos.
Informação
Foram muitos os erros de reconhecimento das digitais dos eleitores a saber. A empresa de Campinas Griaule Biometrics é a contratada pelo TSE para a captura das digitais e o Bozorth é o software de código aberto para a verificação nas urnas.
Foi assim
Visita de Haddad no hotel Meliá em Brasília despertou os curiosos. Certo é que, com receio de violência, quando o PT passa, ninguém com pensamento contrário se manifesta.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Encerrou-se a exposição que a Aeronáutica fez no Aeroporto Santos Dumont, no Rio. Foi um trabalho de relações públicas excelente, quando oficiais e soldados mostraram ao povo o funcionamento dos diversos setores da Aviação Militar Brasileira. (Publicado em 31.10.1961)
ARI CUNHA – In memoriam
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil;
colunadoaricunha@gmail.com;
Facebook.com/vistolidoeouvido
Instagram.com/vistolidoeouvido
Por qualquer ângulo que se analise a vitória surpreendente, em primeiro turno, do inexperiente e desconhecido Ibaneis Rocha, uma coisa parece certa: as eleições, tanto na capital, como em boa parte do país, revelaram surpresas de todos os tamanhos, pegando desprevenida a maioria dos institutos de pesquisas de opinião e quase todos os veteranos políticos que concorreram aos diversos pleitos em 7 de outubro.
Aqui no Distrito Federal, os institutos de pesquisa vinham apontando, com acerto, os sucessivos índices de rejeição do atual governador. A questão, nesse caso é como essa avaliação tão negativa do governo Rollemberg foi possível para um mandatário, que a grosso modo, conseguiu não só recuperar a saúde financeira da capital, destruída por gestões ruinosas de governos vermelhos passados, como deu início à uma série de obras fundamentais para a cidade.
À primeira vista, o que se pode apreender dessa contradição é que faltou ao atual ocupante do Palácio do Buriti uma maior interlocução com a população local, levando seu governo a se fechar por dentro, trabalhando em silêncio e isolando-se do mundo externo. Foi uma administração feita de forma correta, sem escândalos, vinda de um caixa completamente saqueado. Os Institutos de Pesquisa se enganaram ao julgar que Rollemberg havia despencado na aceitação dos brasilienses. Por outro lado, o marketing ou a comunicação social do governador não explorou os inúmeros pontos positivos de seu governo. A postura do staff da área de comunicação esteve omissa e pouco atuante.
Obviamente, o maior surpreso com esse desgaste injusto tem sido o próprio governador, um político que tem feito, cautelosamente, toda sua carreira aqui na capital e sobre o qual não se pode pespegar qualquer ato de corrupção ou deslize na aplicação dos recursos públicos. Surpresos também devem estar os moradores, principalmente os residentes nas áreas tombadas da capital, onde Rollemberg obteve a maioria de seus votos, com o surgimento relâmpago e a ascensão meteórica do candidato do MDB, Ibaneis Rocha, um personagem até dias atrás, totalmente desconhecido pela população. Rollemberg vive em Brasília desde a infância.
Fosse a soma dos votos transformada em uma equação matemática, onde o resultado final é sempre fruto da razão e da ciência exata dos números, a fórmula apresentaria, como o X da questão, as variantes, vontade popular difusa e o aparecimento de uma incógnita inesperada, na figura de um postulante fora do contexto local.
O que mais chama a atenção nesse caso insólito é a aposta, feita no escuro, por centenas de milhares de eleitores do DF, ao escolher um total desconhecido para comandar os destinos da capital. Em casos extraordinários como esse, as distâncias entre uma ótima e péssima gestão são exatamente as mesmas, podendo levar os brasilienses a resultados finais também inesperados.
Trata-se, na visão pragmática dos eleitores, de uma aposta feita, absolutamente no escuro, por meio de uma espécie de voto que parece traduzir, muito mais, as enzimas do fígado do que as sinapses da mente. O fato é que, seja quem for o postulante X, o ritual democrático de comparecimento nas urnas não pode ser igualado a uma aposta de jogo, feita numa banca de cassino. Nesse caso, os riscos para a democracia e para os cidadãos que irão pagar as contas, passam a depender, exclusivamente, dos fatores sorte ou azar, o que, convenhamos, é demais, até para um país meio sem rumo como o nosso.
A frase que foi pronunciada:
“Se as pessoas de bem não participarem da política, o que será de Brasília, o que será do nosso país?”
Ministro Rollemberg, do antigo Tribunal Federal de Recursos
Disfarces
Dado o número de candidatos desconhecidos da população, que obtiveram êxito no primeiro turno dessas eleições em boa parte do país e aqui mesmo no Distrito Federal, a recomendação para os eleitores conhecerem melhor esses novíssimos postulantes é ficar de olho naquelas figuras que aparecem lá no fundo dos comícios, disfarçados de plateia. Principalmente naqueles vídeos postados nas redes sociais onde esses novos desconhecidos aparecem, lado a lado com políticos para lá de enrolados nos arames farpados da lei.
Velhos políticos
A tática das velhas raposas é fisgar os eleitores lançando caras novas como prepostos, enquanto permanecem nos bastidores controlando a situação e colhendo os lucros dessa estratégia marota.
Novo
Recebemos a seguinte missiva: “Nota do Novo esquivando apoio a qualquer dos presidenciáveis do segundo turno ao tempo em que se contrapõe ao PT representa a velha política da neutralidade estratégica, por meio da qual, em nome de uma aparente isenção, pretende direcionar votos sem que apresente o correspondente posicionamento esperado. Quer o Novo, portanto, participação nos louros da vitória antipetista, mas sem o devido sacrifício para tanto. Esse muro é muito velho para um partido que se diz Novo.” Felipe de Souza Ticom, advogado.
Educação
Com o avanço cada vez maior do caos que mostra a desestruturação dos núcleos familiares, tem sobrado para as escolas o papel que antes cabia exclusivamente às famílias: o de educar e dar os primeiros ensinamentos morais e éticos aos seus filhos. Com isso, tem se repetido com frequência os casos de agressão e maus tratos aos professores, transformando as escolas públicas de centros de ensino, em verdadeiros reformatórios juvenis, com agressões, xingamentos e ameaças aos professores, principalmente aqueles que optam por disciplinas em salas de aula. Muitas vezes essas agressões partem dos próprios pais de alunos que não se conformam em ver seus filhos enquadrados por mau comportamento. Decisão proferida agora pela juíza Sônia Rocha Campos, do tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), condenando a mãe de uma aluna de uma escola de São Sebastião a pagar indenização de R$ 2.648,00 por danos materiais e morais, pode marcar o início de novos tempos e de uma nova postura nessas relações conturbadas.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Quando o Prefeito Sette Câmara chegar a Brasília, receberá um plano geral de como ressuscitar a cidade. Todos os setores da Novacap e da Prefeitura estão preparando um plano de salvação da cidade. O plano de obras, do DVO, é excelente. (Publicado em 31.10.1961)