jornalista_aricunha@outlook.com
com Circe Cunha e MAMFIL
Decisão não tomada, diz o filósofo de Mondubim, é destino aceito. Com relação à crise hídrica que, vergonhosamente, vem assolando a moderna e planejada capital do país, a negligência e mesmo o conluio de seguidos governos, ao não tomarem para si a responsabilidade e a decisão estratégica de construir o imenso Lago São Bartolomeu, conforme previsto desde os anos 1960, decretariam, como destino certo para um contingente de 3 milhões de habitantes da grande Brasília, as mesmas agruras da escassez de água potável, que antes era conhecida apenas nas regiões desassistidas do semiárido do Brasil.
Esse lago, que nunca chegou a sair do papel, seria três vezes maior que o Paranoá, com uma área de aproximadamente 40 km² e se estenderia de São Sebastião até Planaltina. As águas que abasteceriam esse lago viriam dos rios São Bartolomeu, Paranoá, Pipiripau e Mestre D’Armas. Especialistas em planejamento e gestão ambiental são unânimes em reconhecer que Lago São Bartolomeu propiciaria abundante e prolongado fornecimento de água de excelente qualidade, a baixo custo de captação e tratamento.
Além disso, a localização do reservatório, num platô elevado e próximo às grandes áreas urbanas, facilitaria a distribuição da água por gravidade. Esse gigantesco espelho d´água contribuiria também para a formação de um microclima mais úmido na região, propiciando ainda ligação aquática entre localidades distantes e as atividades pesqueiras.
Ao Lago São Bartolomeu recairia a atividade de uma significativa produção de energia elétrica por meio de uma barragem com quase 30 metros de altura. Todo esse potencial estratégico ficou perdido e pode, sem dúvida alguma, entrar para o cálculo de outras ações ou omissões que resultaram na atual crise de abastecimento e de racionamento de água.
Ressalte-se que não é de todo descartada a possibilidade de, em algum momento, uma ação civil vir a cobrar do governo a construção imediata desse lago, conforme previsto originalmente no planejamento da capital, até por uma razão de segurança nacional, já que inviabilizar a capital pela falta de um insumo vital, como a água, é assunto da mais alta seriedade que pode comprometer o país como um todo.
Em meados dos anos 1980, quando os trabalhos de zoneamento finalmente ficaram prontos e foram divulgados, houve uma tímida intenção de se iniciar as obras. Mas, àquela altura dos acontecimentos, o Distrito Federal, por decisão até hoje discutível de um pequeno grupo, resolveu adentrar para o labirinto sujo da emancipação política, conforme brecha aberta pela Constituição de 1988.
A partir desse momento, passou a prevalecer a forte pressão de grupos locais, formados por políticos espertalhões, empresários gananciosos e grileiros acobertados por ambos, numa triangulação nefasta e predatória que conduziria à atual situação que experimentamos hoje. Trata-se aqui de um grande crime político-ambiental que não pode ser deixado de lado e esquecido e que, de alguma maneira, tem que ser revertido e devidamente apuradas as responsabilidades.
A frase que não foi pronunciada
“O muro que Trump ameaça construir entre os EUA e o México, separando terras que antes pertenceram, por direito, ao próprio povo mexicano, será o mesmo que , em pouco tempo. irá aprisioná-lo, afastando sua triste figura do restante da humanidade.”
Obama pensando no futuro de seu sucessor
Divulgação
» Hélio Socolik, professor de economia há cerca de 25 anos,dá aulas de alfabetização em matemática para adultos e jovens com dificuldades nessa área. As aulas em grupo são sem ônus. São realizadas na Igreja do Perpétuo Socorro, às terças-feiras e às sextas-feiras, das 18h às 20 horas. Interessados devem ligar para a igreja, 3248-0430, ou para mim, 3248-3577.
Leitor
» Caso continue a esperar sentado pelo cumprimento natural do dever pelas autoridades brasileiras, daqui a 100 anos, as águas continuarão carregando casas e vidas, como carregaram desde sempre. Essa massa de 200 milhões precisa sair da condição de gado manso e passar à ação efetiva. Mas, antes, os formadores de opinião precisam escrever que essa mudança se faz necessária. Parte da missiva é do leitor Pedro Cardoso da Costa.
Release
» Para celebrar o Dia Internacional da Mulher, o Conselho Regional de Farmácia do DF dará atendimentos gratuitos na Praça Central do JK Shopping (Piso L1), amanhã, das 17h às 20h. O público feminino poderá receber orientações sobre o uso correto de medicamentos, principalmente anticoncepcionais, e sobre a prevenção do câncer de mama e do colo do útero, além de aferição de pressão arterial e de glicemia.
História de Brasília
O que eu combato é isto: é fazerem relação de cargos para “distribuição gratuita” entre os amigos, afilhados e necessitados políticos. (Publicado em 23/9/1961)