ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
colunadoaricunha@gmail.com;
com Circe Cunha e Mamfil
Não é por acaso que as consequências mais visíveis e nefastas, advindas com a açodada e suspeita emancipação política da capital, recaem invariavelmente sobre questões urbanas, mais precisamente sobre o parcelamento e alienação de terras públicas no Distrito Federal.
Por trás da proposta que brandia a maioridade política de Brasília, se escondiam, naquela ocasião, e ainda se amoitam hoje, as mais vivaldinas intenções, centradas unicamente na valorização estratosférica e artificial dos terrenos centrais da cidade, transformados em moedas de troca no toma lá, dá cá, da política nanica local. Em outras palavras, a emancipação do DF foi feita sob medida para caber, dentro dela, especuladores, invasores, grileiros, empreiteiros gananciosos, políticos sem lastro ético e outros aventureiros.
Ao longo desse tempo, cada um, ao seu modo, cuidou de jogar sua pá de cal no planejamento urbano, tomado, desde logo, como empecilho técnico às ambições desmedidas. Com a decisão tomada agora pelos 20 desembargadores do Conselho Especial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, favorecendo, em definitivo, a expansão das quadras 500 do Setor Sudoeste, mais um capítulo desse lento processo de desfiguração da capital vai se desdobrando diante de todos. Com a libração dessa área central, dezenas de novos prédios, de seis pavimentos, com quadras comerciais, abrigando aproximadamente mais 3 mil moradores, irão adensar ainda mais aquele bairro, ocasionando um conjunto problemas que, obviamente, só serão resolvidos a posteriori, quando a situação for de fato consumada e irreversível.
Estranha que, em questões delicadas como essa, tenha sido um órgão do Judiciário o foro escolhido para firmar o estabelecimento de um gigantesco conjunto habitacional, quando o bom senso indica que essa medida deveria ser decidida por urbanistas, arquitetos e especialistas em questões urbanas, a quem competiria analisar e aprovar o assentamento de novas populações em áreas já densas e repletas de problemas de infraestrutura, que, desde a sua origem, foram sequer sanadas à contento. Para aqueles que vieram para essa capital, não em busca de lugar para si a para sua família, mas para fazer fortuna fácil e rápida, esse pode parecer um problema menor e sem importância, afinal a maioria das cidades do país sabe sequer o que significa planejamento urbano. Mas para aqueles que vieram construir essa cidade, a desfiguração paulatina da capital já atingiu as raias do absurdo e deve cessar de imediato, ao menos em nome do futuro.
A frase que não foi pronunciada:
“A ânsia dos brasileiros não é só pela prisão dos corruptos. É pela volta do que foi retirado dos cofres públicos e a boa gestão dos recursos.”
Leitor
A CLDF finge ignorar que a escala de decibéis é logarítmica, e, portanto, passar o nível de ruído de 55 para 65 db será muito mais do que 20 %, será algo como dobrar a intensidade de ruído. As pessoas precisam ter direito ao descanso, para estudar, trabalhar, fazer cirurgias e pilotar aviões, devidamente descansados no outro dia. Isto também é cultura. Aliás, esta mudança, além de favorecer o tráfico de drogas nas festas rave, é contra os estudos da ABNT, em sua norma NBR 10.152, afirma o leitor José Rabelo. Veja no Blog do Ari Cunha as normas para ruído descritas pela ABNT.
Link para normas ABNT: http://www.joaopessoa.pb.gov.br/portal/wp-content/uploads/2015/02/NBR_10152-1987-Conforto-Ac_stico.pdf
Prata da casa
O sabor que os brasilienses amam agora está ultrapassando as fronteiras do Centro-Oeste. O Café do Sítio chegou a Tocantins. Além de Palmas, outros municípios no interior do estado passam a receber o café fabricado aqui no DF. E os planos estão cada vez maiores! A empresa ainda está investindo em automação e aumento da quantidade de equipamentos de estocagem e transportadores de café, entre outras ações.
Anvisa
Com a aproximação da Semana Santa, a Anvisa lembra pontos importantes na escolha dos peixes que irão resguardar os consumidores de qualquer problema na saúde: o local e a higiene onde o peixe é vendido precisam ser observados; se os peixes estão acondicionados corretamente na temperatura certa; se a origem do pescado é segura e se o rótulo traz o nome, endereço do fabricante, validade e selo do serviço de inspeção municipal, estadual ou federal (SIF). Indica a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Como o percurso normalmente é pequeno, as empresas particulares e oficiais bem que podiam deixar de cobrar passagens para as crianças no horário escolar. (Publicado em 17.10.1961)