DESDE 1960
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com Circe Cunha // circecunha@gmail.com
colaborador mamfil@outlook.com
Guerras, guerrilhas, atentados terroristas e conflitos armados de toda espécie e em todo o planeta, ao longo da maior parte da história humana, têm, a grosso modo, raízes comuns e facilmente identificáveis. Deixando de lado os aspectos puramente econômicos, os principais fatores que aparecem sempre como catalisadores ou como pano de fundo dessas carnificinas sistemáticas são de ordem política, religiosa ou militar — isso desde o surgimento das primeiras civilizações no vale dos Rios Eufrates e Tigre. Ao longo de milhares de anos os homens vêm sendo caçados e mortos com animais em nome da política, da religião e do militarismo.
Numa análise mais ligeira, poderia se pensar, então, em acabar com essa mortandade, cortando o mal pela raiz, por meio da eliminação pura e simples da política, da religião e do militarismo. Nada mais falso e mais impossível. Alguns analistas acreditam que a entrada da humanidade no terceiro milênio ou o fim da adolescência da espécie só ocorrerá, de fato, quando ela se libertar das amarras da política, tal como ainda desenhada hoje, qualificar e aperfeiçoar os modelos de representação atual, por meio de efetiva participação de todos, em tempo real, via meios virtuais. Na outra ponta, a evolução da espécie a levaria também ao descarte da atividade militar, representada principalmente pelo fim da indústria bélica, da corrida armamentista e dos exércitos.
Essa maturidade humana, acreditam eles, se completaria e teria seu coroamento simbólico com a eliminação ou abandono das religiões que aí estão. Para alguns pensadores, o homem do futuro prescindirá dessas antigas ancoras, doravante baseando as relações pessoais e com o próprio planeta por meio de modelos calcadas exclusivamente numa ética humana e universal.
Para alguns radicais, a redenção da espécie humana virá somente quando o último político for enforcado nas tripas do último pastor e ambos enterrados na cova onde jaz o derradeiro militar. Mesmo que isso venha a ocorrer algum dia, ainda assim não cessariam as hostilidades entre os homens. Bastaria apenas que uma flor resplandecesse mais que outra, em outro jardim, para todo o processo retornar ao ponto de partida.
Aquela flor mais rutilante foi obra de Deus dada somente àquele homem, dirão os novos profetas. Aquela flor mais notável é decorrente da interação mais intensa daquele jardineiro com outros, dirão os políticos. Aquela flor notável surgiu naquele jardim, por que é ali o local mais seguro para ela, dirão os militares. Enquanto não se chega à conclusão satisfatória, mata-se o jardineiro, destrói-se o jardim, arranca-se a flor.
A frase que foi pronunciada
“O Brasil é um velho Oeste sem nenhum candidato a xerife.
Bruna Ribeiro, estudante
Matagal e escuridão
Há décadas, os caminhos da UnB que levam às quadras da Asa Norte são perigosíssimos pela falta de iluminação. Estupros, furtos e roubos são comuns. Agora, com as facilidades eletrônicas os alunos da universidade fizeram o que a prefeitura deveria ter feito: um mapa dos locais onde é necessária iluminação. A promessa foi feita. O prefeito professor Marco Aurélio Gonçalves de Oliveira garantiu que novos postes serão instalados.
Atenção
Com lobby pesado os defensores do canabidiol para tratamento de algumas doenças precisaram aguentar a presença de alguns parasitas mal-intencionados. Em um hang out ficou o registro de que tudo estava combinado para aprovar em um pulo. Foi o que aconteceu. Os pacientes que precisam do canabidiol estarão a salvo. Como jabuti, o THC entrou no texto. Liberado também.
Consciência
O movimento Brasil sem Drogas está com força suficiente para reverter a conquista dos mal intencionados. O próprio senador Cristovam Buarque ficou horrorizado com o depoimento de mães de viciados. O que parece droga para recreação, em alguns adolescentes pode se transformar em inferno para a família.
Conad
Pior. O lobby para trazer as drogas para o Brasil está querendo mais. Mês que vem, na ONU a intenção do Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas é de que o país deixe de ser signatário, automaticamente se desvinculando dos compromissos em proteger a população contra drogas, que passarão a ser lícitas.
História de Brasília
Estão fazendo guerra fria, com relação à Legalidade no rio Grande do Sul. A Marinha divulga que a obstrução do canal da Lagoa dos Patos poderá trazer colapso para o abastecimento de gêneros e de gasolina ao Estado; o Exército licencia todos os cabos e sargentos do III Exército, e a Aeronáutica informa que não há nenhum avião militar em Porto Alegre. Todos voaram para o Rio. Guerra fria, e fria mesmo. (Publicado em 2/9/1961)