DESDE 1960
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com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br
Hostilizado por palavras ofensivas por um desses patrulheiros ideológicos que ultimamente passaram a infestar a cena pública por todo o Brasil, o senador Cristovam Buarque (PPS-DF) nem precisou se dar ao trabalho de responder ao agressor que o chamava de golpista e traidor. Tão logo a turma que aguardava na mesma fila e nos arredores da Livraria Cultura tomou ciência do que se passava cercou o militante e passou a hostilizá-lo ainda com mais veemência.
Surpreso, coube ao senador assistir de camarote ao desenrolar de um enredo que vem se repetindo por todo o país, com ferocidade cada vez maior, de parte a parte. Obviamente, não foi o senador o pivô da discussão que podia facilmente ter descambado para a violência generalizada. Nem tampouco sua posição política contra ou a favor do impeachment, que ainda será decidida por seus pares. O que ocorre hoje no país é a germinação da semente da discórdia plantada com todo o afinco pelo dono do Partido dos Trabalhadores. São pessoas que colocam o Brasil e a soberania nacional em último lugar no patamar de interesse. Bem ilustrou o deputado Sibá Machado. Se não dá para brincar com o país, se não acreditam que %u201Co dinheiro se autorroubou%u201D, fechem o caixão e enterrem.
A repetição das agressões gratuitas vem se intensificando a tal ponto que passaram a ser comuns em aeroportos, shoppings, restaurantes e outros lugares públicos. Mesmo figuras populares, que antes eram consideradas como unanimidade e exemplos pelos brasileiros, passaram a ser ofendidas e agredidas por sua posição política.
De um modo claro, o que se vê por todo o país é a sectarização crescente entre grupos que ainda acreditam que a imposição de ideias se sobrepõem ao debate de ideias. O exemplo acabado dessa forma primitiva de enfrentar a democracia foi dado na exigência, feita pelas autoridades de segurança, de construção de um muro metálico separando os dois grupos antagônicos na Esplanada dos Ministérios. %u201CNinguém aperta a mão do adversário de ideias por cima do muro%u201D, lamentou o senador Cristovam, que, dado ao acirramento dos ânimos, preferiu não criticar a medida adotada pelo GDF.
Não é só o político brasiliense que teme o aumento da radicalização. De modo geral, todos os políticos têm procurado evitar lugares públicos. Enquanto os representantes do povo são acuados, as lideranças dos ditos movimentos sociais ocupam todas as tribunas e palanques oficiais e, sob o olhar de aprovação das mais altas autoridades do país, clamam por todo tipo de vendeta e arruaças, ameaçando, inclusive, a formação de exércitos de mercenários para pegar em armas.
A crise institucional à qual país foi arrastado foi gestada durante longas 160 semanas dentro do Palácio do Planalto. Portanto, o desfecho desse triste episódio de nossa história passa necessariamente pela superação do atual governo, de suas ideias toscas e sua gente oportunista e belicosa. Um discurso de campanha que hoje é compreendido por milhares de doutrinados como uma cilada.
A frase que foi pronunciada
“Há duas maneiras de fazer política. Ou se vive para a política, ou se vive da política. Nessa oposição não há nada de exclusivo. Muito ao contrário, em geral, se fazem uma e outra coisa ao mesmo tempo, tanto idealmente quanto na prática.”
Max Weber
Juntos
Criado em 2015, o Grupo Preserva Brazlândia, com o apoio da sociedade civil local, empenha-se com afinco no combate à onda de grilhagem de terras que tem dominado a região nos últimos anos. A maior preocupação é com os recursos hídricos naturais. Rosany Carneiro, presidente do Grupo, alerta que a luta e o problema são de toda a comunidade.
Por ordem do juiz Marcelo Montalvão, da Comarca de Lagarto, em Sergipe, todos os serviços de WhatsApp, desde ontem devem ser bloqueados no Brasil. A decisão obriga as operadoras a obedecer a interrupção sob pena de multa diária de R$ 500 mil. Por querer informações sobre traficantes, o juiz prejudicou milhares de usuários do aplicativo.
Destrutiva
Ouvido na Comissão do Impeachment do Senado, o procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União, Júlio Marcelo de Oliveira, não poupou palavras para classificar as chamadas pedaladas fiscais feitas pela presidente Dilma. Para o procurador, o que Dilma fez pode ser classificado como “contabilidade destrutiva e fraude fiscal”.
Denúncia grave
Segundo Marcelo de Oliveira, “para manter o gasto público elevado, o governo fraudou o decreto de contingenciamento e os recursos que deveriam ir para os bancos públicos, para pagar outras despezas, maquiando os gastos fiscais apenas com o intuito de vencer as eleições”.
História de Brasília
Tranquilidade absoluta para administrar Brasília, tem tido o sr. Diogo Lordelo de Melo. As audiências são marcadas com antecedência, não se avolumam pessoas nos corredores, e os atos normais da administração estão absolutamente em dia. (Publicado em 5/9/1961)