A Páscoa que nos cabe

Publicado em ÍNTEGRA

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com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br

Como todo marco histórico ou religioso, a Páscoa tem um significado que oscila entre o mundo dos homens — com data, local e personagens identificáveis — e o mundo celeste, das coisas dos espirituais, do metafísico e ligados à fé.

No mundo judaico, a Páscoa ou passagem relembra a longa fuga dos judeus do cativeiro babilônico, possivelmente no ano de 1447 a.C. e que é descrito no Antigo Testamento (Êxodo). Para os cristãos, a Páscoa simboliza um dos fundamentos de sua fé, que é a ressurreição de Jesus, após ter sido barbaramente torturado e crucificado. Em ambas as tradições, observa-se que o sentido de passagem estabelece também um sentido de superação de um estado para outro patamar. Nas duas tradições, a Páscoa é tomada como uma alegoria que mostra o rito de passagem, como um obstáculo necessário a ser transposto.

Para os judeus, foram necessários 40 anos vagando no deserto, até o momento em que Jeová estabelece com eles aliança que é firmada nas Tábuas da Lei. Na história cristã, a passagem é sinalizada por um obstáculo de 40 dias de jejum (Quaresma), durante o qual Jesus foi submetido a todo tipo de tentação para se entregar ao mundo.

Esses terríveis obstáculos foram superados graças não só ao predomínio da força do espírito sobre a matéria, mas sobretudo pela certeza de que, além daqueles estorvos imediatos, havia Canaã, onde jorrariam leite e mel, ou a vida celeste e eterna.

A maioria das religiões do planeta pregam em comum a valorização do espírito sobre a carne e a renúncia ao materialismo, que é apontada por elas como obstáculo a ser passado para trás. O que a Páscoa relembra, a cada ano, na nossa tradição judaico-cristã, é que devemos ter como incentivo esses exemplos luminosos de superação. Cada um, individualmente, e a sociedade, como um todo, podem e são capazes de transpor os obstáculos imediatos.

 

A frase que não pronunciada

“Porquanto, o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males; e por causa dessa cobiça, alguns se desviaram da fé e se atormentaram em meio a muitos sofrimentos. Exortações aos homens de Deus.”

1 Timóteo 6:10

 

Lá fora

A CNN mostrou pessimismo sobre a organização dos Jogos no Rio de Janeiro e pontuou as preocupações dos estrangeiros. Os protestos podem não ter acabado em agosto, mais de 1,5 milhão de casos de zika em 2015, o problema da água contaminada em locais dos Jogos de Verão não foi sanado. Os organizadores esperavam uma venda melhor. Apesar de a presidente ter reunido jornalistas estrangeiros para esclarecimentos sobre a política do Brasil, o material da CNN  sugere que analistas acreditam que o impeachment de Rousseff ajudaria a recuperar a confiança dos investidores na economia golpeada do país.

 

Dono

Quem gravou o presidente Obama dançando tango cortou todas as reproduções da internet. Em vários sites, há um aviso que a reprodução em outros websites foi proibida e remete ao YouTube.

 

De olho

Como as empresas de agrotóxicos estão um pouco esquecidas em detrimento das construtoras que ganham propina para ínfimas obras de saneamento básico, a ideia é aproveitar a distração popular para apresentar uma proposta em que os agrotóxicos sejam jogados por aviões agrícolas para controle do mosquito da dengue. A ideia é estapafúrdia pela ineficiência do produto nesse combate e pela fórmula cancerígena. Mas injetará uma fortuna para os fabricantes.

 

Capelinha

Público impressionante no Morro da Capelinha. Mais de 50 mil pessoas participaram da encenação da ressurreição de Cristo. Realmente emocionante.

 

História de Brasília

Enquanto o país pega fogo com a divergência de opiniões, o responsável pelo estado de coisas singra, placidamente, oceanos coloridos, no luxo de um “Uruguay Star”. Enquanto isto, o povo devota-lhe o esquecimento, que é o maior castigo. (Publicado em 2/9/1961)

 

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