DESDE 1960 »
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com Circe Cunha com MAMFIL
Há 2.500 anos, Buda ensinava que o percurso para a evolução de cada indivíduo deveria ser trilhado pelo caminho do meio, longe dos extremismos. Ditado antigo, mas ainda hoje corrente em Portugal, aconselha: “Nem tanta fome ao pão nem tanta sede ao vinho”. Transpostos para o mundo da política, no qual a virtude não se confunde necessariamente com a ética, temos que o ponto de equilíbrio entre a esquerda raivosa e a direita saudosista dos idos de 1964 é dado pelos partidos que orbitam o centro.
No Brasil, contudo, as legendas que pairam a meio caminho não o fazem por razões de equilíbrio ou de apaziguamento das tensões, mas por motivos puramente pragmáticos. Para onde o vento soprar é para onde as legendas neutras hão de navegar, não importando quem esteja no leme. Não é por outra razão que esses partidos vêm saindo quase incólumes das crises políticas. Para se manter nesse estado de morto-vivos, as siglas, inclusive, abriram mão de lançar candidatos à Presidência da República em muitas oportunidades, esperando tranquilamente a chegada do novo hospedeiro eleito.
Aliás, o próprio PT se distanciou tanto de suas raízes que bastou um pouco mais de uma década no poder para se desgastar a ponto de praticamente desaparecer nesta última eleição. O que mantém a legenda ainda respirando são alguns correligionários que tomaram a sigla como uma espécie de religião, em que não cabem mais análises racionais. Para esses crédulos, quem perdeu de fato nas últimas eleições não foi a legenda, mas a população. Tanto o caminho do meio quanto o caminho marginal à esquerda adotado pelo PT se revelaram uma falsa trilha rumo à democracia e explicam por que ainda é longa a estrada a percorrer até que a sociedade se veja abrigada em bom porto. De uma coisa já podemos ter absoluta certeza: precisamos de novas naus para chegarmos lá.
A frase que foi pronunciada
“É necessário cuidar da ética para não anestesiarmos a nossa consciência e começarmos a achar que tudo é normal.”
Mario Sergio Cortella
Lançamento
» Na sexta-feira, dia 4, a partir das 19h, no Carpe Diem, na 104 Sul, o coronel Reinaldo Correia Moreira vai lançar a edição revisada do livro de sua autoria: Amazônia, terrivelmente bela. A renda do evento irá para o Instituto Chamaeleon” que desde 2007 apoia o pessoal local.
Pedra funcamental
» O vice-presidente de Angola, Manuel Domingos Vicente, o ministro de Relações Exteriores de Angola, Georges Chikoti, e o embaixador de Angola, Nelson Cosme, lançaram, com a presença do governador Rodrigo Rollemberg, a pedra fundamental da Embaixada de Angola em Brasília. Durante o evento foi entregue a escritura do terreno à Secretaria de Patrimônio da União.
Oportunidade
» Imóveis residenciais, comerciais, urbanos, todos já com habite-se. Essa é uma oportunidade para quem quiser comprar os imóveis do BRB no DF, Goiás, São Paulo e Mato Grosso que serão vendidos em condições especiais. Cristiane Bukowitz, diretora de Gestão de Pessoas e Administração do BRB, declarou que tanto o banco quanto os compradores estarão em vantagem. De um lado, os preços competitivos, de outro, a desmobilização desse capital.
Santa Helena
» Caroline trabalha na triagem da emergência do Hospital Santa Helena. Uma pessoa carinhosa, técnica com o dom para a profissão. Ouve os pacientes, atende com cuidado genuíno. Quem é bom no que faz merece elogios.
Homenagem
» Foi a 10ª edição dos Parceiros da Imprensa, iniciativa da UnB para homenagear os professores que geraram notícias com o trabalho, pesquisa e dedicação. O convite veio pelas mãos de Tânia Fontenele.
No mínimo
» Muito bom Brasília sair na linha de frente, como as cidades civilizadas, educando pelo bolso com a cobrança de multas pesadas. Falta só a contrapartida. Se o Detran aumenta as multas, deveria pelo menos estar presente nas ruas do DF nos dias de chuva para orientar o trânsito.
Segurança
» Por falar em Detran, a entrada do SMLN, Trecho 9, na estrada do Paranoá, precisa urgentemente de uma barreira eletrônica. Ali sim, a multa serviria para proteger os motoristas. A curva é traiçoeira. Quem não conhece e corre derruba os postes, como aconteceu na semana passada e em outras semanas. Hora de mudar.
História de Brasília
Enquanto isso, a Câmara inicia mais uma comissão de inquérito que não terá fim, e proporcionará boas viagens ao estrangeiro a mais representantes do povo. É, inclusive infantil, o argumento de ouvir do próprio sr. Jânio Quadros a versão de sua renúncia, porque ele dirá o que bem entender, e dirá, certamente, alguma coisa que possa agradar o povo, mesmo que não corresponda à verdade. (Publicado em 16/9/1961)