ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
colunadoaricunha@gmail.com;
com Circe Cunha e Mamfil
Na visão do filósofo grego Aristóteles, o homem seria um animal político por natureza. Em outras palavras, o que esse pensador parecia considerar como fundamental era o fato de que a administração da sociedade e do Estado deveria ficar à cargo daqueles cidadãos que, por sua aptidão intelectual, acima da média, favorecida ainda pelos atributos de uma razão esclarecida, demonstravam capacidade real e prática de organizar a vida em sociedade, estabelecendo não apenas limites nessa convivência em conjunto, mas sobretudo buscando a harmonia e o equilíbrio entre todos, com o propósito único: o bem comum. Analisando sob esse ponto de vista dá para entender a razão pela qual persistimos tateando, depois de cinco séculos, em busca de uma política de Estado que, ao menos, atenda às necessidades básicas dos cidadãos. É fato que a ausência de verdadeiras lideranças políticas, comprometidas diretamente com os destinos e o futuro da nação, tem sido uma constante ao longo de toda a nossa história. Temos visto, isso sim, ao longo de todo esse tempo, líderes de facções políticas e ideológicas, com vínculos estreitos apenas entre si e seus grupos políticos, distantes e indiferentes à realidade da população.
A bem da verdade, não se tem nem como falar ou diferenciar esses grupos por suas matizes ideológicas, sendo impossível classificar esse ou aquele agrupamento como de “esquerda’ ou de “direita”. Infelizmente nossa formação histórica e política, com as características que nos são próprias, nos aproxima muito mais da definição de Estado de Max Weber, na qual o Estado é visto como uma “empresa institucional de caráter político”, onde o aparelho administrativo, incluindo aí as empresas nacionais, são controlados diretamente pelos partidos, com vistas a manutenção e o domínio do poder.
Para esse intento, tudo vale, inclusive fomentar falsos antagonismos no seio da sociedade, de modo a dispersar hegemonias e enfraquecer grupos de oposição. Nesse sentido a coerção física, com vistas ao cumprimento das leis, também não está descartado, seja qual for o partido com assento no poder. Por detrás das bandeiras agitadas dos partidos, o que se desenha e se almeja é tão somente um Estado repleto de oportunidades materiais, capaz de tornar ainda mais poderosas, pessoas e grupos políticos, que reunidos no afã da riqueza fácil, garimpada sem o esforço ético do trabalho, amealham o que não lhes pertence. De posse dos recursos abundantes, o que os partidos políticos passam a exercitar é tão somente o uso da força, tanto no sentido físico como sob o aspecto da propaganda excessiva, neste caso, buscando o doutrinamento das massas – das ruas e até dentro das escolas.
Entre nós, tem sido apenas na forma como exercitam o poder e a coerção física que os espectros políticos, formados por uma esquerda e uma direita, de fundo falso, expõem suas diferenças fundamentais, embora, nem uma e nem outra abra mão de agir ferozmente quando ameaçada. A duras penas a sociedade brasileira vai despertando para fatos como esses e começa a ver que o monopólio da política não está centrado nos partidos e muito menos nas lideranças que se apresentam como tal, mas, tão somente na mobilização e independência dos cidadãos, contra a vontade hegemônica e corporativa desses grupos que, em épocas de eleição, se juntam afoitos para, através do passe livre do voto, pilharem os brasileiros.
A frase que foi pronunciada:
“Ninguém é suficientemente competente para governar outra pessoa sem o seu consentimento”.
Abraham Lincol, ex-presidente americano
Release
Neste fim de semana, será a vez da família se divertir com palhaços, mágicos, pernas de pau, malabaristas, música e, de quebra, um pouco de futebol. O projeto que leva o show circense “Palhaço Peteleco – A Mala Véia Novinha” aos parques públicos do DF começa no domingo, na Asa Norte, no Parque Olhos D’Água, às 16h. Tudo de graça. Até maio, o projeto vai passar pelo parque “Saburo Onoyama”, em Taguatinga Sul, e “Parque Três Meninas”, em Samambaia.
Boa nova
Dr. Sidney Klajner, presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, recebe Medalha de Mérito Oswaldo Cruz como reconhecimento pelos serviços prestados à saúde pública brasileira. A solenidade foi no Palácio do Planalto.
Haja segurança
Divulgadas pela agência Reuters as imagens das cópias dos passaportes brasileiros emitidos para o então ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-il, e seu filho – o atual ditador, Kim Jong-un. O de Kim Jong-un foi expedido pela Embaixada do Brasil em Praga, com o nome de “Josef Pwag”, nascido em São Paulo em 1º de fevereiro de 1983.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Assim é o parlamentarismo. Todos falam contra, mas todos votam a favor. (Publicado em 14.10.1961)