Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil
Eunício Oliveira vem conseguindo no Senado uma façanha, há muito tempo, não alcançada por outros dirigentes políticos: a unanimidade de apoio e de respeito não só dos demais senadores, mas de toda a classe política e de todos aqueles que o conhecem de perto. Em tempos conturbados, de acirramento dos ânimos, de maniqueísmos e de discórdias de toda ordem, em que a maioria dos políticos não é vista com bons olhos pela população em geral, esse cearense, de Larvas da Mangabeira no Cariri, chegou à Presidência do Senado de mansinho, sem estardalhaço, em meio a maior crise política da história recente do país. Avesso a confusões, Eunício, como se diz lá no Ceará, não é de “botar buneco”. Pelo contrário, é, justamente, pelo seu temperamento cordial e conciliador, com traços daquela diplomacia típica dos cearenses de boa cepa, que Eunício Oliveira tem angariado a aquiescência de seus pares, mesmo nos momentos mais difíceis durante as votações mais complicadas.
Ao fazer um balanço de sua gestão em 2017 à frente do Senado, Eunício Oliveira afirmou que, ao longo do ano, sempre buscou imprimir nos trabalhos a marca do diálogo, da participação coletiva e dos resultados. “Não me preocupa a quantidade, mas, sim, a qualidade do que fazemos. Mas é cabível o breve registro de que o número de matérias apreciadas em 2017 foi o maior de toda a década. Até ontem, o Plenário tinha votado 261 proposições, entre projetos de lei, medidas provisórias, projetos de resolução e propostas de emendas à Constituição, afirmou o senador, lembrando que esse foi o ano em que foram votadas matérias como as reformas trabalhistas e políticas, além de medidas como a que permitiu a continuidade dos saques das contas inativas do FGTS, entre outras de igual importância.
Eunício destacou o resultado de medidas administrativas tomadas durante sua gestão, que resultaram na devolução de R$ 203 milhões aos cofres públicos. Com relação aos outros poderes da República, o presidente do Senado lembrou que este foi um ano em que se empenhou para manter o saudável equilíbrio entre as instituições, de forma que o Senado Federal fosse respeitado e ouvido pela Presidência da República, pela Câmara dos Deputados, pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Ministério Público.
Lembrou ainda que, em 2017, não foram poucos os momentos com potencial de crise a explodir na relação entre os poderes, mas, em todos os momentos, o Senado soube tomar as decisões mais adequadas ao interesse público nacional. Com relação à economia de gastos do Senado da ordem de R$ 203 milhões, o presidente fez um apelo aos ministros do Planejamento e da Fazenda que utilizem esses recursos não para compor o superavit fiscal, mas como aporte extra para as áreas de segurança pública, saúde e educação.
Mesmo a oposição, que nesses anos de radicalização e de antagonismos tem se comportado de maneira mais irritadiça que o habitual, reconheceu que sob a liderança de Eunício Oliveira, os trabalhos da Casa têm se desenrolado de maneira mais amena possível. O senador Randolfe Rodrigues frisou as boas relações entre a Mesa e os demais senadores. “Eu tenho de fazer o testemunho também da relação franca e cordial que tenho mantido com V. Exª que tem, no meu sentir, separado o que é a relação cordial, franca com os colegas senadores da relação também franca e sincera que é necessário ter com as diferentes correntes políticas aqui desta Casa”, avaliou.
Para o senador Magno Malta, Eunício Oliveira tem um estilo próprio e direto e tem se mostrado uma pessoa de trato. “Se não pudermos relacionar todas as atitudes que envolvem as virtudes de V. Exª, essa atitude de economia e de devolver aos cofres públicos dinheiro para a saúde, a educação e a segurança pública certamente merece o aplauso que V. Exª recebeu nesta Casa, quando anunciou essa devolução, essa economia feita pelo seu instinto sensível à causa pública do Brasil”, ressaltou.
Para Lindbergh Farias, Eunício Oliveira tem sido um presidente cuja marca principal é a humildade e o reconhecimento dos erros. “A sua fala leva todos a fazer reflexões sobre sua conduta de humildade”, salientou o senador petista. Também a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) destacou a atitude do presidente da Casa em devolver à União parte dos recursos destinados ao Senado. “A atitude que V. Exª teve hoje, emblematicamente, para mim, brasileira, que tenho um olhar focado numa direção e é na direção daqueles que precisam mais de mim, aqueles que menos têm, aqueles que menos são ouvidos, aqueles cujas políticas demoradamente lhes chegam”.
No fim da sessão, o presidente Eunício confessou que estava com pressa naquele momento. “Eu não tenho mais tempo, senão, eu perco o voo e não recebo uma comenda que eu tenho de receber, honrosamente, como Homem do Ano no meu Estado.” Quem o conhece sabe que estava preocupado em chegar na hora para não deixar as pessoas esperando.
A frase que foi pronunciada
“Sertão é onde o pensamento da gente se forma mais forte do que o lugar. Viver é muito perigoso…”
Guimarães Rosa
Coisa mais linda
» Eduardo Ravi é daqueles primos que nos ensinam a viver a vida da forma mais verdadeira que há. Quando o filhinho perguntou: “Papai, o papai-noel existe?” “Não, filho, ele é um personagem que os donos das lojas inventaram para vender mais brinquedos. O Natal de verdade é o aniversário daquele cara legal que eu te falei, Jesus”.
Rumos do país
» Nesta terça-feira, das 9h30 até as 14h, o Correio Braziliense recebe a comunidade de Brasília para o evento “Correio Debate”. Inscrições gratuitas e vagas limitadas.
A abertura será com o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn. O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, terá a palavra às 10h30. Convidado especial, o ministro Henrique Meireles tratará da prospecção econômica para 2018. O presidente Temer encerrará o evento.
História de Brasília
O sr. Diogo Lordello de Mello será, na ONU, redator de um estudo sobre a administração municipal. É uma distinção para o Brasil, que está ameaçada pelo próprio governo, que está demorando muito a nomear o substituto do atual prefeito de Brasília. (Publicado em 10/10/1961)