Desde 1960
com Circe Cunha e MAMFIL
Já houve quem vaticinasse com absoluto propósito: fora das artes, não há salvação possível para o indivíduo e muito menos para a humanidade. Para alguns antropólogos, é a faculdade de produzir arte, de abstrair e de interpretar os signos do mundo que diferencia o homem racional do restante dos animais. Em maio, completou um ano da aprovação da Lei 13.278/16, que incluiu o ensino de artes visuais, dança, música e teatro nos currículos das escolas públicas e privadas de todo o país.
Na ocasião, a lei estabeleceu prazo de cinco anos para que as escolas pudessem se adequar às novas diretrizes, promovendo a adequada formação de professores desses conteúdos. “Esse é um projeto que só traz vantagens, ao incluir o ensino da arte nos currículos das escolas. Sem isso, não vamos conseguir criar consciência 0nem ensinar aos nossos jovens a deslumbrar-se com as belezas do mundo, o que é tão importante como fazê-los entender, pela ciência, a realidade do mundo”, avaliou o relator da matéria, senador Cristovam Buarque.
De lá para cá, apesar dos esforços, pouca coisa mudou. O prazo para a capacitação do pessoal que vai trabalhar os novos conteúdos ainda está correndo. O que mais tem preocupado os especialistas em educação artística não é tanto a formação técnica de professores, mas a falta dos envolvidos no processo da noção sobre a importância do estudo das artes para a compreensão do mundo ao redor e suas consequências para a formação de nova mentalidade diante da avalanche de informações e imagens que tem invadido a vida moderna.
“A arte não é babado cultural, nem é enfeite para pendurar na parede”, ensina a professora Ana Mae, uma das maiores especialista em arte-educação do país, para quem a introdução do ensino das artes nas escolas poderá ampliar não só a inteligência dos alunos, mas principalmente a capacidade perceptiva que eles aplicarão em qualquer área da vida. A arte, ensina Mae, envolve, além da inteligência e do raciocínio, o afetivo e o emocional. “Não se conversa sobre sentimentos nas escolas”, lamenta a educadora, lembrando que as atividades artísticas estimulam o senso de coletividade e de trabalho em grupo.
A escritora e intelectual norte-americana Camille Paglia, da Universidade de Artes da Filadélfia, no livro mais recente, Imagens cintilantes, afirma que: “O olho sofre com anúncios piscando na rede. Para se defender, o cérebro fecha avenidas inteiras de observação e intuição. A experiência digital é chamada interativa, mas o que eu vejo como professora é uma crescente passividade dos jovens, bombardeados com os estímulos caóticos dos aparelhos digitais. Pior: eles se tornam tão dependentes da comunicação textual e do correio eletrônico que estão perdendo a linguagem do corpo”.
De acordo com Paglia, para sobreviver a essa “era da vertigem” em meio a tanta poluição visual, precisamos de foco e de “reaprender a ver”. Para tanto, a pensadora propõe salvar as crianças, oferecendo a elas a oportunidade de percepção por meio da contemplação da arte. O exemplo das escolas-parques, idealizadas e erguidas pelo educador Anísio Teixeira, apresentou, de forma revolucionária, a ideia, avant garde do ensino integral, em que o aprendizado das artes era parte importantíssima do currículo e ferramenta essencial para entender a cultura, o país, o mundo e, principalmente, conhecer a si próprio, que é onde tudo começa e acaba.
A frase que foi pronunciada
“A personalidade tem o poder de abrir muitas portas, mas o caráter deve mantê-las abertas.”
Autor desconhecido
Susto
»Como tudo no Brasil, só é definitivo o que for provisório. Depois de vários investidores aplicarem em LCI (Letra de Crédito Imobiliário), a regra mudou. O mínimo para investimento passou de mil reais para R$ 80 mil.
A fuga segue a direção do Tesouro Direto.
Nadar
»Não é a primeira vez que se vê jacaré no Lago Paranoá. Considerando que, desde a década de 70, visitantes do Pantanal trazem filhotes de jacarés e levando em conta que o réptil vive 70 anos, é melhor ter mais gente do Ibram navegando pelo lago.
Maior índice
»O deputado Alberto Fraga protestou no Plenário contra o TJDFT, que, segundo o deputado, tem ignorado a Lei 9.099. Diz o parlamentar que a vantagem dessa lei é acelerar os atendimentos de ocorrência policial de baixo potencial ofensivo. Os termos circunstanciados devem ser lavrados pela PM, que está na rua fazendo a prevenção. A briga se dá a partir da Associação de Delegados que não reconhece da PM como autoridade policial. Quem perde nessa briga é o cidadão. O número de carros arrombados na cidade aumentou nos últimos meses e nada tem resolvido. Nem registrar ocorrência, nem procurar pelo socorro dos policiais militares.
História de Brasília
Resta enaltecer o trabalho dos funcionários da Varig, como de todas as demais companhias, que providenciaram tudo que estivesse a seu alcance, contanto que a tragédia diminuísse ao mínimo.(Publicado em 28.9.1961)