Histórias para o futuro visto

Publicado em ÍNTEGRA

ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

colunadoaricunha@gmail.com;

com Circe Cunha e Mamfil

Charge: filosofia.seed.pr.gov.br
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         No futuro distante, quando os historiadores passarem a analisar, com mais acuidade e sem a cegueira das paixões políticas, o período marcado pelos governos petistas no comando do país, irá se deparar com um material vasto e riquíssimo para a elaboração das mais diversas teses, abrangendo os mais variados aspectos da alma humana, abarcando temas que vão desde a psicologia comportamental até a elementos que remetam a literatura, mais propriamente ao realismo fantástico.

           Aliás, para entender com mais precisão, esse período e a performance de pessoas e grupos ligados ao partido no poder naquela ocasião, será necessário ir buscar, para além da ciência política, características também descritas no realismo mágico, presente em muitas obras da literatura latino-americana. Somente a partir de uma análise mais ampla e sem preconceitos desse tempo, será possível adentrar num período de nossa história em que personagens reais se misturam com seres imaginários fabricados pelo marketing e pela propaganda política, resultando numa amálgama sui generis e surrealista.

         De imediato os pesquisadores irão se defrontar com personagens que repentinamente se viram emergindo numa nova realidade, passando a ser expostos à um mundo que jamais sonharam existir. Para tanto, colocando os interesses do Estado de lado, até por que não compreendiam seu funcionamento, passaram a cuidar, às pressas e de improviso, de organizar um patamar ou bunker para proteger a cúpula do partido, assegurando medidas que permitiriam, doravante

            Para um grupo, que se viu de repente sob as luzes da ribalta, aquele era um mundo novo, semelhante, talvez, àquele encontrado pelos navegantes europeus no século XV. Os Saltimbancos tomaram o poder dos patrões e conseguiram fazer o pior. Continuaram com o mesmo olhar que tanto reclamavam, mas de forma provinciana, abastecendo pessoas e partidos com dinheiro da corrupção. Tanto é, que não há estruturas mudadas nem na educação, transporte, segurança e saúde. A esperança depositada nos Saltimbancos também morreu.

Charge: criandoecriticando.blogspot.com.br
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           Ao tomar posse do novo e amplo continente, os Saltimbancos paulistas trataram logo de agradar os autóctones do poder, com ossos, ovos de outro, carroças e uma estranha liberdade na forma de maços gordos de dinheiro, arrancados dos cofres do Estado. Guardados em malas, apartamentos, cuecas, contas no exterior, países afora.

           Pela facilidade com que encontraram as minas do ouro de aluvião, passaram a explorar, febrilmente, as jazidas localizadas no seio das muitas estatais. Como nos melhores contos, onde a ambição de uns poucos leva todos igualmente à ruína, a rapinagem desmedida acabou por despertar inveja nos antigos donos da terra, alijados do banquete pantagruélico.

         O que seguiu dessa desventura foi trazida à luz da população, sob a forma de delações, feitas por traidores temerosos do cadafalso da justiça. Os milhares de relatos, que compõem essa fase, traçam o retrato de um mundo que pareceu existir muito além da realidade, mostrando situações e personagens que levariam escritores como Gabriel Garcia Márquez, Jorge Luis Borges, Alejo Carpentier, Manuel Scorza e outros, a entender que para além do fantástico e mágico mundo que criaram, existe um país onde uma miríade de personagens eleva esse tipo de leitura aos píncaros da imaginação, reduzindo a realidade à um livro de areia, que se escreve infinitamente.

A frase que foi pronunciada:

“Nosso Brasil é um eterno baile de máscaras e fantasias.”

Joãozinho Trinta, de onde estiver.

Ainda

Não foi preciso aguardar o desastre ocorrido na Galeria dos Estados para externar a preocupação de muito tempo. Esta coluna já chamou a atenção várias vezes para a ponte do Bragueto. A ondulação saliente que havia na ponte foi lixada poucos dias atrás pelo DER. Sempre remendos. Essa ponte não foi projetada para o peso e movimento das últimas décadas. A mesma coisa com a Barragem do Paranoá. Se para a troca de um alambrado o descaso é gritante, imaginem para a manutenção da área.

Foto: correiobraziliense.com.br
Foto: correiobraziliense.com.br

Cidadania

Professor Davi Moreira Santos, do CED Condomínio Estância III, encaminhou 3 correspondências ao Governo do DF. A primeira ao senhor Marcelo Granja, do Detran, solicitando que seja revitalizada a pintura das faixas sinalizadoras de trânsito, próximo à escola e posto de saúde, avenida principal da Estância, Avenida Marechal Deodoro, Quadra 98 Setor sul de Planaltina.

Foto: Professor Davi Moreira
Foto: Professor Davi Moreira
Foto: Professor Davi Moreira
Foto: Professor Davi Moreira
Foto: Professor Davi Moreira
Foto: Professor Davi Moreira
Foto: Professor Davi Moreira

Documentado

A outra carta pede ao administrador de Planaltina, Vicente Salgueiro, postes na rua contrária ao prédio da escola Estância III, já que os alunos do horário noturno precisam de mais segurança na saída das aulas. O parquinho da Estância, Próximo ao centro de Saúde, precisa ser revitalizado. As cartas e a documentação poderão ser lidas na íntegra no Blog do Ari Cunha.

Carta 1-1

Carta 1-2

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Sr. Roberto de Souza Lima, SQ 411 Bl. 20 apt. 108: foi uma nota de bom humor. O senhor é que não interpretou bem. Desculpe. (Publicado em 13.10.1961)

 

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