DESDE 1960
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com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br
Fim do cerrado. Rios, milho, soja e feijão por areia
Com a transferência da capital para o interior do Brasil, a Região Centro-Oeste, secularmente esquecida, passou a experimentar um protagonismo até então inusitado. A proximidade com Brasília favoreceu e estimulou o desenvolvimento da região. Novas rodovias foram abertas, estradas de ferro foram inauguradas, fábricas instalaram-se no interior. Com o desenvolvimento gerado pelas novas condições geopolíticas do país, veio o progresso e, atrás dele, também o avanço inevitável da poeira.
Ao pretender se transformar no celeiro do Brasil e do mundo, o Centro-Oeste em pouco tempo mudou. O cerrado, anteriormente abundante em toda região, foi sendo substituído pela agricultura semeada em grandes latifúndios mecanizados. Com o advento das espécies transgênicas, as monoculturas do milho e da soja foram expandidas até os limites das cidades. As novas e extensas culturas tomaram conta da vegetação nativa do cerrado, posta abaixo indiscriminadamente, mesmo às margens dos rios.
O cerrado é um bioma que ocupa um quarto do território brasileiro. Embora não possua rios caudalosos, é nessa região que estão concentradas as nascentes de oito das maiores bacias hidrográficas do Brasil. No cerrado, estão os principais aquíferos do país: Bambuí, Urucuia e Uarani. Biólogos e outros pesquisadores são unânimes em reconhecer que a retirada da vegetação natural aliada a um desmatamento criminoso e sem precedentes, estão comprometendo irremediavelmente a manutenção dos níveis de água de grande parte do país.
Se a preservação da natureza é difícil e custosa, além de enfrentar o poderoso lobby dos grandes produtores, imaginem como será, então, para todos, um processo de desertificação perene de grande parte do Brasil. Em algumas regiões, já é possível verificar o desaparecimento de várias nascentes. Sem dúvidas, os prejuízos advindos de uma atividade e de um manejo da terra sem as cautelas necessárias serão infinitamente maiores do que os ganhos que uma minoria de latifundiários terão a curto prazo.
Os alertas sobre a importância de preservar a vegetação nativa do cerrado vêm ocorrendo há algum tempo sem a merecida atenção por parte das autoridades. Segundo alguns cientistas, o processo é irreversível. Para as gerações futuras, se nada for feito, os rios, o milho, a soja e o feijão serão caso encerrado.
A frase que foi pronunciada
“A beleza é uma carta de recomendação a curto prazo.”
Ninon de Lenclos, filósofa e cortesã francesa e considerada símbolo da força e da independência feminina.
Itinerante
Ativo em Brasília na solução de lides, o TJDFT está sempre presente. Nesta semana cinco regiões administrativas vão receber o Juizado Itinerante, uma forma muito bem-vinda pelos cidadãos devido à facilidade do acesso à Justiça.
Conciliação
Por falar em lide, o juiz Flávio Rostirola suspendeu a derrubada das casas no condomínio Quintas da Alvorada, mas a questão não está decidida. Ele enaltece a conciliação no caso e o amplo direito de defesa dos moradores.
Alternativa
Jaques Grinberg, coach de vendas, palestrante, consultor e sócio em quatro empresas, atesta que onde há crise econômica, tem crédito cada vez mais exigente. Existe também busca dos consumidores por bens que sejam adquiridos sem o pagamento de juros. Esse é o ambiente favorável para a aquisição de bens por consórcio.
Plástica prática
A Escola Parque é uma instituição educacional que desde as raízes da cidade era o ambiente para o desenvolvimento de artes, música e teatro, três ferramentas valiosas para a paz social, para o desenvolvimento cognitivo e afetivo. A artista plástica Regina Pessoa, em um resgate histórico, estará presente na Escola Parque para um bate-papo com a criançada. A aula prática de artes plásticas termina no Museu da República, na exposição que ficará aberta ao público até o dia 28.
História de Brasília
Em Brasília, tem sido a cabeça do Iate Clube, e o próprio clube é um atestado de boa administração. (Publicado em 13/9/1961)