DESDE 1960
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com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br com MAMFIL
Tirem o mel da vista que os ursos param de vir roubar. A sentença, válida nos parques naturais do Hemisfério Norte para manter os perigosos mamíferos longe dos acampamentos humanos, serve também para o caso brasileiro das estatais.
Afastando os políticos e seus clubes partidários das empresas públicas, estará resolvida boa parte dos flagelos da corrupção que se abatem sobre as estatais. Mas, numa linha direta de raciocínio, melhor mesmo é vendê-las a quem possui o perfil correto para administrá-las dentro das regras de mercado: a iniciativa privada.
Para um Estado que não consegue administrar e prover, com um mínimo de qualidade, os setores de saúde e educação, que são obrigações constitucionais, não faz sentido que detenha o controle de enormes empresas apenas para produzir bens de consumo.
Ao Estado interessa produzir segurança previdenciária, bem-estar social, amparo e proteção jurídica dos seus cidadãos, e não gasolina e lingotes de ferro. A Lei Geral das Estatais, em gestação suspensa agora no Congresso, reflete bem o efeito nefasto da ingerência política em cargos e diretorias de estatais e fundos de pensão.
Com os superescândalos de corrupção que vão sendo levantados paulatinamente pelas investigações da Operação Lava-Jato, foi preciso a confecção de um conjunto de normas, que, em outras palavras, visam unicamente conter a razia sobre uma centena de empresas públicas. Está mais do que confirmado que as indicações políticas estão entre as principais causas das centenas de casos de corrupção chegam , a todo momento ao conhecimento do público.
Nos últimos anos, chegou-se ao requinte que colocar essas empresas e seus fundos de pensão a serviço dos interesses direto dos partidos. Somente no setor das estatais, há uma média de 400 diretorias que são preenchidas de acordo com a necessidade dos 40 partidos existentes. Outros 700 cargos, em empresas e órgãos públicos, aguardam o mesmo destino.
Não adiante, nesses casos, antepor mecanismos de controle nessas empresas. Eles simplesmente não funcionam a contento quando quem está no lado de dentro do balcão é alguém blindado pela chamada prerrogativa de foro.
A denominada governança se mostrou inócua quando a empresa, no caso, é pública. Os casos que mostram os estragos feitos por esse tipo de gestão em empresas como a Petrobras e Eletrobras são exemplares e não devem ser esquecidos sob pena de virmos a repetir não apenas os mesmos erros e deslizes éticos de sempre, mas sobretudo perpetuar os prejuízos bilionários em cima de uma sociedade já exangue.
A frase que foi pronunciada
“No famoso quadro de Pedro Américo, que glorifica o Grito do Ipiranga, aparece a figura atônita e circunstancial do tropeiro, símbolo do povo, que via, mas não participava do acontecimento.”
Ulysses Guimarães
Dança
De 11 a 31 de julho, Brasília recebe a 26ª edição do Seminário Internacional de Dança de Brasília. Neste ano, a homenagem será em memória do dramaturgo inglês William Shakespeare e dos 400 anos da morte do romancista castelhano Miguel de Cervantes. Inscrições no portal www.dancebrasil.art.br.
Sonhos
Os 25 anos de dedicação da bailarina, coreógrafa e professora Gisèle Santoro a tornaram referência nacional e internacional. O festival contempla os amantes da cultura e da dança com espetáculos gratuitos, além de dar oportunidade para que as “pratas da casa” entrem em companhias renomadas mundialmente.
Release
Solidariedade — Com o frio quem tem feito, os mais necessitados poderão contar com a doação de cobertores e agasalhos feita por estudantes interessados no aulão beneficente de Redação Oficial, do IMP Concursos, no sábado (9/7), das14h15 às 17h15, na 603 Sul. Para participar, basta fazer a inscrição pelo site, e confirmação antecipada mediante a doação na secretaria de alguma unidade.
História de Brasília
A luta pelo ministério tem sido uma espécie de “queda de corpo”, capoeira, e rebanada, cada um puxando a brasa para a sua sardinha, vendo-se que o braseiro é tão pequeno… (Publicado em 9/9/1961)