DESDE 1960 »
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Circe Cunha e MAMFIL
Não se iludam: a eleição do novo presidente dos EUA, Donald Trump, reflete rigorosamente o desejo expresso, nas urnas, pela população daquela grande nação. A afirmação, por mais óbvia que pareça, ajuda a desmistificar o caráter de protesto dos movimentos organizados nas principais cidades americanas, intensificado tão logo foram assinados os primeiros decretos xenófobos, prometidos por ele durante a campanha.
Trump é a face real daquele país, pouco mostrada pela mídia. Trump é o modelo ideal de governante, estilo xerife do velho oeste, desejado pelo cidadão típico e real que habita fora dos grandes centros urbanos e que desconhece e despreza o restante do planeta, ao qual credita a culpa pelo fim do american way of life, tão bem captado pelo desenhista Norman Rockwell.
Trump é o vingador não só dessa turma primitiva, cujos os ancestrais caçaram os nativos como animais selvagens, mas também de uma elite de caipiras ricos que odeiam tudo o que não é americano. Obama foi um breve ponto fora da curva que ajudou a lembrar que as coisas podem ser diferentes. Por isso mesmo o yes we can que deu mote a sua campanha em 2008 ecoou apenas entre a população marginalizada, na qual se encontra o grosso dos atuais imigrantes.
Também não chega a surpreender que, entre os próprios imigrantes que se tornaram prósperos na América, muitos se declararam contra as liberalidades excessivas na concessão de vistos e a favor das novas restrições. Nesse ponto, vale lembrar também um velho conselho aos marinheiros de primeira viajem: a última pessoa que um brasileiro que mora nos Estados Unidos quer encontrar por perto é outro brasileiro. A avareza é um dos instintos básicos do ser humano.
Trump é o avarento guindado por seus compatriotas ao poder para resguardar aquilo que acreditam ser deles por direito. O apoio popular às trumpices é bem maior do que o divulgado até agora pela mídia. Não é por outra razão que o atual presidente tem declarado guerra à imprensa. A própria Hillary deixou escapar sua mágoa pela derrota ao deixar no ar a pergunta: “Onde estava toda essa gente que agora protesta nas ruas que não veio para votar?”.
Na realidade, a eleição de Trump interessa tanto aos brasileiros quanto as eleições dos presidentes da Câmara e do Senado. Ambas dizem respeito a um mundo distante e apartado do cotidiano do homem comum. Desde que não interfiram em nossas vidas, tanto faz esse ou aquele. Ao que não podemos mudar, não devemos dispender tempo.
A frase que foi pronunciada
“É triste, sim.”
Ruth Cardoso
Release
» É fato que a saúde do DF vai de mal a pior. O Conselho Regional de Farmácia do DF (CRF/DF) entregou ao procurador-geral de Justiça do Distrito Federal, Leonardo Bessa, o relatório final das fiscalizações, do ano passado, em oito hospitais públicos pelos conselhos regionais de Farmácia, Enfermagem, Medicina, Odontologia e Engenharia e Agronomia.
Cultura
» Durante a entrega do relatório, a presidente do CRF-DF, Drª Gilcilene Chaer, disse ter esperança de que o resultado desse trabalho seja concluído com ações efetivas que resultem em soluções aos problemas. Resta saber qual a mágica para impor uma administração em que não haja possibilidade de desvios, imprudências, negligências e imperícias administrativas.
Ação
» Na entrega do relatório, a presidente do CRF/DF, Drª Gilcilene Chaer, frisou que espera que esse relatório seja transformado em ações concretas para a melhoria da sofrida saúde da população e principalmente para a melhoria dos serviços farmacêuticos.
Deúncia
» Sem poupar a má gestão, a Drª Chaer denuncia que faltam farmacêuticos na secretaria de Saúde e que esse fato prejudica a cadeia de medicamentos. “A Lei nº 13.021/2014 não está sendo cumprida”, adverte a profissional.
Século 21
» Há falta de tecnologia na saúde para controlar o paciente desde sua entrada, a presença dos médicos, o uso dos medicamentos, as verbas aplicadas, os aparelhos comprados, os instalados, os usados, os profissionais capacitados. Nas cadeias, a mesma coisa. Faltam escâneres na Papuda para evitar a entrada de objetos proibidos e a revista íntima, um terminal para a chegada do preso.
Crise hídrica I
» Joel Sampaio nos envia o seguinte e-mail: “Tragédia anunciada desde 1960 por Ari Cunha, que advertiu que a explosão demográfica não se resolveria com violência contra os pobres, e, em 1972, por Juscelino Kubitschek, que ao chegar aqui ficou horrorizado com a anarquia urbanística. E disse que o que viu não foi o que sonhou para Brasília”.
Crise hídrica II
» E os deputados distritais acham pouco e ainda entregam à especulação imobiliária de grandes empreiteiras zonas de proteção ambiental, com dezenas de nascentes, como é o caso do Mangueiral. Primeira medida necessária: proibir a Terracap de implementar loteamento e expansão urbana em Brasília e fazer loteamentos na Ride destinados à população pobre do Distrito Federal.
História de Brasília
Maria da Graça Dutra, Correio Braziliense: Não me parece dos mais brilhantes. Entrou na História o novo personagem, que a escreve e que escolhe e julga os dirigentes da Nação: o povo. Para esse novo personagem, tudo leva a crer que na história não haverá mais lugar para os dúbios, os “salvadores”, os “mágicos”. (Publicado em 22/9/1961)