Desde 1960 aricunha@dabr.com.br com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br e MAMFIL
Nas últimas duas décadas, as eleições no Brasil ganharam uma aparência e um significado censitário, ou seja, apenas os candidatos e os partidos com grandes somas de recursos tinham alguma chance de vitória nas urnas. No passado, principalmente a partir da Constituição de 1824 e durante todo o período monárquico, o voto era um direito concedido apenas para aqueles indivíduos com certo nível de renda . O sistema daquela ocasião deixava de fora os brasileiros com renda inferior a 100 mil réis. Era o chamado voto censitário, baseado na renda.
Do retorno a normalidade democrática de 1985, para cá, o que os eleitores passaram a observar, com certa desconfiança, a escalada acentuada nos valores gastos pelos candidatos a cada eleição. Para se ter uma ideia, nas eleições de 2014 para presidente, o custo total da campanha de Dilma Rousseff foi R$ 350 milhões. Uma verdadeira fábula, acessível a poucos. Naquela ocasião, para atrair a simpatia e o voto de cada um dos 54 milhões de eleitores obtidos, foram gastos mais de R$ 5,00 per capta. É Justamente nestes valores astronômicos, num país pobre, que residem os maiores perigos para nossa jovem democracia. O poder do dinheiro tomou o lugar da singularidade e da importância do voto.
No rastro das campanhas milionárias, vieram os maiores beneficiários diretos dessa dinheirama que foram os empresários do setor de propaganda e os grandes empreiteiros, de olho nas possibilidade de negócios fáceis que teriam através dos candidatos que financiaram. Obviamente, do outro lado do balcão, financiando direta e indireta mente essa gastança eleitoreira estavam os recursos públicos, principalmente aqueles desviados das estatais por meio de contratos superfaturados.
Para este dinheiro farto transitar livremente dos cofres públicos para os partidos, foi “oficializado” um rudimentar esquema de caixa dois, eufemisticamente denominado recursos não contabilizados e que foi elevado as alturas pelo Partido dos Trabalhadores, sendo inclusive reconhecido pelo seu principal personagem e maior beneficiário final do esquema.
A Operação Lava Jato, desnudou este esquema c riminoso, processando e prendendo parte de seus principais personagens . Na esteira dessa trama policial, os órgãos de fiscalização e controle de movimentações financeiras acordou de seu longo e providencial sono. Fez despertar da letargia marota, os Tribunais de Contas e com eles a inoperosa e descartável Justiça Eleitoral .
A movimentação do Ministério Público em conjunto com a Polícia Federal, somada as prisões de alguns figurões da política, fizeram acordar também o Congresso que correu para aprovar a nova legislação eleitoral (Lei nº13.165/2015). Claro que toda essa movimentação só foi possível graças as pressões das gigantescas manifestações de rua por todo o país. A s eleições vindouras dirão se já estamos definitivamente no caminho certo.
A frase que foi pronunciada
“Não há nada de errado com aqueles que não gostam de política, simplesmente serão governados por aqueles que gostam.”
Platão, filósofo grego
Lixo é luxo
Brasília ainda não teve a sorte de ter um empresário sensível que perceba o lucro possível no gerenciamento de materiais recicláveis. Uma pena, porque os lixões irregulares no Distrito Federal, há 880 lixões que custam muito e rendem pouco.
Dormilantes
Volta à discussão sobre vigilantes e a obrigação de marcar a presença em um ponto de hora em hora. Se está trabalhando, é esse seu serviço. Casos de vigilantes dormindo no trabalho, são tão comuns que eles são chamados de dormilantes. Uma vergonha para a classe. O Sindicato pensa que protege, mas ridiculariza os profissionais.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Venceu, ontem, a terceira prestação do regime Parlamentarista para a posse do Presidente da República. Primeiro, o compromisso constitucional. Depois, a apresentação do gabinete, e ontem, finalmente, a entrega da faixa presidencial.(Publicado em 10/09/1961)