Discurso

Publicado em ÍNTEGRA

Desde 1960                        aricunha@dabr.com.br

com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br

colaborador mamfil@outlook.com

Um turista displicente, que adentrasse o Palácio do Planalto em meio à solenidade em que os juristas petistas foram emprestar solidariedade à presidente Dilma e ouvisse, por curiosidade, o discurso proferido em que a chefe do Executivo alertava para a iminência de um golpe, com sérios riscos para a ruptura democrática, com certeza pensaria estar em alguma outra republiqueta latino-americana, perdida em algum lugar do passado.

Uma boa parcela da população brasileira já se habituou a considerar, nesses últimos anos, que nos discursos da presidente, aqueles previamente escritos e com início, meio e fim, uma parte é composta por louvações a conquistas, outra se refere sempre ao papel que os pais da pátria têm na redenção dos brasileiros e, daí, a importância de mantê-los ad eternum no poder.

A outra metade é necessariamente formada por alertas e riscos para a continuidade do processo, caso a oposição ou os discordantes venham a vencer as eleições. Em regra, esses discursos parecem escritos pelo pessoal de marketing, em colaboração com ficcionistas e outros artífices da literatura e da propaganda.

A objetividade e a verdade dos fatos, com o reconhecimento dos erros de percurso do governo, são solenemente apagadas da fotografia oficial. Assim como são deixados de lado também quaisquer programas de governo de interesse da nação. Feitas as contas, o último discurso de Dilma é tecido apenas com os fios invisíveis da mentira, que busca dar roupagem a um governo que todos agora veem completamente nu.

O problema com discursos com esse perfil é que eles buscam recorrentemente a tática de apartar a sociedade em dois grupos antagônicos, lançando uns contra os outros, sempre em proveito próprio. Os ataques às instituições do Legislativo e do Judiciário representam, isso sim, desserviço à democracia de consequências irreparáveis. Ao afirmar ser necessário uma campanha pela legalidade, o que o governo deixa à mostra é seu desapreço pelo que diz a Constituição quanto aos mecanismos legais do processo de impeachment.

Dizer que “há uma ruptura institucional sendo forjada nos baixos porões da política”, e que os diálogos gravados pela polícia em que ela e o ex-presidente Lula, numa atitude flagrantemente antirrepublicana, tramam meios para obstruir a Justiça, violam a segurança nacional, é desrespeito à nossa inteligência e ao bom senso. Seria golpe se o governo e amigos tivessem cumprido a Constituição e todas as leis ao exercer suas obrigações frente à nação.

O que esse governo hoje colhe não é mais nem menos do que exatamente vem semeando nesses últimos anos. A presidente deveria dar graças aos céus por não ter os órgãos de investigação gravado os diálogos mantidos entre ela e o ex-presidente Lula nos almoços e jantares que ocorrem rotineiramente no Palácio da Alvorada sempre que há aumento da temperatura da crise. “Eu preferia não viver este momento”, disse a presidente. Imaginem, então, todos nós?

 

A frase que foi pronunciada

“Do rio que tudo arrasta se diz que é violento. Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem.”

Bertolt Brecht

 

Educação

Aluno não tolera só ouvir sem participar. Daí o sucesso nas escolas que encampam a novidade. A criançada vibra com a oportunidade de fazer parte de projetos LabMakers. Trata-se de laboratório tecnológico, em que os próprios alunos criam projetos físicos ou digitais. Espaços tecnológicos que funcionam como laboratórios que permitem aos estudantes criarem projetos físicos ou digitais para que tenham novas e ricas oportunidades de aprendizado.

 

Prevenção

Sem nunca ter enfrentado uma guerra, nós os brasileiros não temos a cultura da economia. Mas, com as dificuldades mundiais, esse cenário vem mudando. A iniciativa de parlamentares para o combate ao desperdício foi discutida em audiência pública na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária.

 

Sem fome

Dois senadores solicitaram o debate. Senador Acir Guracz e Lasier Martins. O senador Ataídes Oliveira apresentou projeto de lei, dispondo que os estabelecimentos com mais de 200m², que trabalhem com alimentos, firmem parcerias com instituições que se interessem pelas sobras. “Temos no Brasil 26 milhões de toneladas de alimentos que vão, a cada ano, para o lixo. Sabemos que temos algo em torno de 7 milhões de pessoas que passam fome no país, das quais 3,4 milhões são crianças, que poderão ter comprometimento de seu aproveitamento escolar por causa da subnutrição”, explica o senador Ataídes.

 

História de Brasília

A ideia geral, o pensamento do novo, é no sentido de que o Congresso dê posse ao presidente Jango Goulart, e depois discuta a emenda parlamentarista. Tapar buraco na Constituição para atender a interesses políticos não é função do poder que emana do povo. (Publicado em 2/9/1961)

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