Desde 1960
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com Circe Cunha e Mamfil
Por motivos que escapam à compreensão e ao senso comum, quis o destino que a Proclamação da República no Brasil, em 1889, introduzisse por aqui um novo sistema de governo, sem, no entanto, abolir completamente o anterior (monarquia), criando, a exemplo da jabuticaba, um modelo nosso, muito próprio, em que o presidencialismo seria exercido por uma espécie de monarca sem coroa, mas com poderes claramente absolutos e no qual a antiga nobreza parasitária foi substituída por uma classe política exploradora, composta, na grande maioria, por indivíduos de alto poder econômico e pouca imaginação.
Quanto aos antigos privilégios, que eram o alvo inicial dos republicanos, esses permaneceram não só inalterados, como em muitos casos foram ampliados ainda mais, criando uma espécie de presidencialismo absolutista em que o presidente, seu entorno imediato, bem como todos os que ocupam altas funções de Estado nos três poderes passaram a integrar uma elite blindada contra a realidade em volta.
Para manter o status quo, numa situação tão sui generis, foram criados, inclusive, cortes e leis especiais para julgar a nova nobreza. Em outras palavras: introduziram-se, entre nós, apenas mudanças de nomenclaturas genéricas, sem, contudo, alterar o conteúdo do sistema de governo. Não é por outra razão que, desde aquela época, assistimos a um suceder de crises institucionais, por mais que continuemos, a cada nova crise, a reformar continuamente nossa Carta Magna.
A cada novo ciclo de crises, novas oportunidades se abriram para reformular essa situação, e todas elas foram miseravelmente desperdiçadas, abrindo espaço para novas crises, num ciclo sem fim. Com a chegada do Partido do Trabalhadores ao poder, finalmente, vislumbrou-se a oportunidade de encerrar esse longo período de crise por meio de um ajuste histórico que traria o fim das desigualdades, abrindo espaço para uma refundação da República, nos moldes em que ela é apresentada na teoria.
Não foi preciso nem uma década para perceber que, com os últimos personagens políticos, o país não só não iria reajustar nenhum processo histórico, mas também iria se embrenhar por caminhos totalmente desconhecidos, o que acabou por os conduzir para a maior crise econômica, social e política de toda a nossa história.
A frase que não foi pronunciada
“O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele.”
Immanuel Kant
PL 001/2008
» Dirigir alcoolizado com envolvimento em acidente fatal pode passar a ser crime hediondo. Trata-se de projeto do senador Cristovam Buarque que está pronto para entrar na pauta de votações da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. Os acidentes de trânsito são a primeira causa de morte de jovens entre 14 e 29 anos no Brasil e atingem mais de 40 mil pessoas anualmente.
Novidade
» Senado anuncia algumas mudanças no cartão corporativo. Trata-se de nova lei com restrições e limites para o uso alinhavados pelos senadores Ronaldo Caiado e Lasier Martins. O ponto nevrálgico é o corte da permissão de saque. Além disso, seguindo a linha da governança, a transparência sobre os lançamentos deve estar na internet, com nome e matrícula do portador, valor total de gastos da unidade gestora e identificação da despesa.
Educação pela punição
» Viena tem um sistema de transporte público primoroso. Metrô, ônibus e transporte por cabos elétricos funcionam com perfeição. Estações limpas e pontualidade ao extremo. Mas o mais interessante é que não existem fiscais para a cobrança do ingresso que foi comprado nas máquinas. Na verdade, eles existem, mas não são previsíveis. Podem aparecer a qualquer momento. A penalidade é tão pesada que ninguém se arrisca a ser desonesto.
História de Brasília
Em frente à Americana, a Novacap construiu um restaurante, que seria unidade de vizinhança, para servir à Superquadra 107. Até hoje não foi arrendado, o que significa: capital parado, que não rende juro. (Publicada em 4/10/1961)