ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
colunadoaricunha@gmail.com;
com Circe Cunha e Mamfil
Enquanto persistirmos em nosso modelo de escola pública, baseado na excessiva centralização de decisões, todo os anos seremos forçados a ouvir notícias de que alguns estabelecimentos de ensino, por falta de previsões adequadas, ainda se encontram em processo de reforma física das instalações. Com isso, algumas escolas simplesmente não podem dar início ao ano letivo. O professor Júlio Gregório deixaria uma marca positiva em sua gestão se adotasse o modelo de fábrica de escolas, que ajuda tanto na construção e reforma dos colégios e que, de certa maneira, economiza na logística para manter essas unidades de ensino em boas condições de funcionamento.
Por outro lado, é preciso que a manutenção e conservação das escolas sejam também tarefas obrigatórias aos estudantes e aos seus responsáveis diretos. Uma vez por mês, pais e alunos se uniriam na manutenção da instituição.
O Japão, um país rico e que poderia se dar ao luxo de chamar apenas para si a tarefa de cuidar das escolas, faz questão de que seus estabelecimentos de ensino sejam cuidados pelos próprios alunos, que se encarregam de tudo: da limpeza ao conserto das instalações. Essa tarefa poderia muito bem ser incluída dentro das disciplinas obrigatórias, fazendo com que os alunos e seus responsáveis ficassem diretamente envolvidos com a tarefa de manutenção e conservação das áreas físicas.
Essa simples tarefa de responsabilização de todos no cuidado com as escolas é capaz de semear nos jovens e na comunidade, de uma forma geral, o sentimento de pertencimento e de carinho, fazendo com que todos sejam igualmente responsáveis materiais por suas escolas. Quem cuida, não depreda. Essa é uma lição que os jovens, com certeza, irão levar para toda a vida.
É preciso reacender o sentimento dentro das escolas de civilidade, acabando com o paternalismo tolo e infantil de que tudo necessita ser feito apenas pelo governo. Quando uma escola é depredada, toda a comunidade é atingida e aviltada igualmente. Sem cultivar essa ideia de que a comunidade é dona de seus destinos, continuaremos correndo em círculos, sem ir a lugar nenhum.
É preciso cultivar em nossos jovens, desde cedo, a mentalidade de que os verdadeiros proprietários das escolas são aqueles que usufruem dela, seja ontem, hoje ou amanhã. Para tanto, é preciso tirá-los da zona de conforto, dar-lhes vassouras, enxadas, pinceis, panos e outras ferramentas de trabalho, e convocá-los a pôr as mãos à obra. Realizar mutirões nos fins de semana, envolvendo toda a comunidade, para cuidar das escolas e mostrar quão dignificante é o trabalho de manter nossos espaços de vida social comuns.
Incutir nos mais moços que a escola é, para muitos, seu segundo lar, precisa, pois, ser bem cuidada e preservada. Não pode haver vida social onde impera o egoísmo.
A frase que foi pronunciada:
“Dizem que uma pessoa não deve hesitar nem por um instante em se corrigir quando comete um erro. Ao fazer isso, seus erros desaparecerão rapidamente. Mas, se tentar ocultá-lo, o erro se tornará ainda mais indigno e doloroso.”
Yamamoto Tsunetomo, foi um samurai, monge budista e filósofo japonês.
Na bucha
Leandro Karnal respondia a um aluno e dizia que tinha muita inveja daqueles que têm fé. Ele não consegue acreditar em uma vontade suprema guiando a vida. Muito bem-humorado, um internauta postou que a solução para Leandro alcançar esse nível de crença é simples. Bastaria mudar o nome de Leandro Karnal para Leandro Espiritual.
Fiscalização
Muita calma no momento de usar “azeite virgem” em restaurantes. O amigo Dib Francis se aventurou no Vivendas do Camarão do Conjunto Nacional e percebeu a presença do óleo vegetal misturado no azeite. Como bom gourmet, foi saber o que estava havendo. A culpa é do fornecedor, foi a resposta. Fica a dica para a Vigilância Sanitária, para o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia – INMETRO e Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.
Fidalgo
A academia Brasileira de Filologia convida a todos para a solenidade de entrega do prêmio Antenor Nascentes ao escritor José Carlos Gentil, como autor da obra A Infernização do Hífen. Hoje, às 19h, no Instituto Camões, na Embaixada de Portugal.
Aquecimento
Duly Mittelstedt já pousou para as fotos do CD Lírica Brasiliensis II. O ensaio fotográfico é de Claudia Costa e Lautaro Wlasenkov. O concerto será em junho, na Casa Thomas Jefferson, sempre a maior incentivadora para os artistas de Brasília.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
A substituição, entretanto, ao foi ato de rotina dentro da empresa. Resultou em publicação pelos jornais, para definir os verdadeiros responsáveis pela traquinagem. (Publicado em 14.10.1961)