DESDE 1960
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com Circe Cunha // com MAMFIL
Qualquer análise sobre os desdobramentos econômicos do país tem que levar em conta, além da redução no consumo de itens básicos, como alimentos, luz e combustível, os indicadores que apontam para a retração significativa na movimentação de passageiros e cargas pelos aeroportos brasileiros. Os problemas enfrentados pela aviação nacional vêm de longa data e são bastante conhecidos.
Com o agravamento da crise, acentuou-se de forma preocupante a diminuição do número de passageiros em cerca de 6%, assustados com o valor oscilante das tarifas aéreas, que é até pequeno, se comparado com o recuo de cerca de 40% na oferta de voos entre o Brasil e os EUA, principal destino dos brasileiros. Muitas cidades brasileiras perderam a ligação aérea direta com os EUA, como Recife, Porto Alegre e Salvador. Também Brasília e Belo Horizonte, em breve não terão mais ligação direta com a América do Norte.
Se há uma crise no número decrescente de passageiros, pior ainda são os problemas enfrentados no setor de transporte aéreo de cargas. Para se ter uma ideia, a Varilog, maior empresa do setor, viu diminuir o volume de cargas de 211 mil toneladas, em 2006, para 13,4 mil toneladas de janeiro a maio deste ano. A diminuição nos volumes de cargas transportadas foi acompanhada também pela redução na quantidade de viagens corporativas. Só nos primeiros meses deste ano houve um recuo de 3,6%.
Em 2015, as viagens corporativas responderam pelo incremento de 725.589 empregos diretos e indiretos. O impacto dessa redução na economia foi da ordem de R$ 70 bilhões. A crise afastou também muitas companhias aéreas que deixaram de operar no Brasil, como a Japan Airlines, a Singapore Airlines e outras. A Embraer, orgulho nacional e que emprega mais de 17 mil funcionários, anunciou um plano de demissão voluntária (PDV) e cortes de custos para poupar US$ 200 milhões e fazer frente a séria crise no setor.
O problema com o esfacelamento de um nicho econômico tão sensível como o setor aéreo nacional, com consequente redução de passageiros, de cargas, fuga de empresas estrangeiras e demissões em empresas nacionais, como a Embraer, é que, ao afetar drasticamente o desenvolvimento do país, deixa sequelas que levam anos para ser recompostas novamente, e com isso compromete ainda mais o esforço para a dura retomada do crescimento.
A frase que foi pronunciada
“A maratona para desviar a atenção do povo tá braba!”
Grito de um amigo para o outro na chapelaria do Senado
Andamento
Sobre a eleição da UnB, ficaram três chapas. Engenheiro eletricista, Ivan Marques de Toledo Camargo é professor da instituição desde 1989. Professor Ivan não tem partido. Aliás, o programa dele é acadêmico e não político. Denise Bomtempo, ex-decana, sem partido, e Márcia Abraão, ex-decana também estão na disputa.
Feito
Por incrível que pareça, o Partido dos Trabalhadores conseguiu o feito inédito de unir o PSol, PSTU, PDT, PCdoB. Por enquanto, esses partidos formam a frente dos sem cargos no governo federal e GDF e devem apoiar a professora Márcia.
Atenção
Quem mostrou insatisfação com a retirada das faixas com menções políticas foi o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Cláudio Lamachia. Ou o país é livre ou não é. O comitê Olímpico não pode desrespeitar a Carta Magna.
Para
Mas os olhos da Universidade de Brasília estão voltados mesmo, e com bastante atenção, para o senador Cristovam Buarque. Que debate sobre as eleições será sustentado por ele, ninguém sabe.
Chamar
Pessoal do Ministério da Cultura deve usar os efetivos da casa para ocupar os cargos vagos deixados pelo governo anterior. Concurso mesmo, nada.
História de Brasília
São 5 bilhões de cruzeiros, já vencidos, que a Novacap terá que pagar. É o resultado da política do sr. Jânio Quadros, que autorizava, e o ministro Clemente Mariani não pagava. (Publicado em 12/9/1961)