ARI CUNHA Visto, lido e ouvido Guarde a sua vez No filme “Balada de Narayama” de Keisuke Kinoshita, ganhador da Palma de ouro do Festival de Cannes de 1983 , é apresentada uma pequena aldeia muito pobre , no interior do Japão feudal, onde a escassez de alimentos, aliada a tradição local, obriga que os membros mais velhos de cada família sejam levados para longe do povoado e deixados aos pés do Narayama, para que ali o deus da montanha se encarregue de consumir seus últimos dias. A personagem Orin, de 70 anos, quebra seus dentes, num gesto simbólico mostrando não haver mais necessidade de se alimentar e com isto, justificar sua partida ao Monte. Dentro da perspectiva da cultura japonesa, o filme trata do encontro inevitável de todos com a velhice e a morte, diante da escassez de alimentos, opondo os conceitos de obrigação com os outros, à obrigação consigo próprio. Instinto animal de sobrevivência e valores morais são postos à prova importa, acima de tudo a questão do futuro. Extremamente atual, o filme induz a reflexão acerca dos paradigmas sociais de ontem e de sempre, face a luta pela subsistência .Transportado para nosso tempo e espaço, vemos que os valores humanos, conforme vão sendo testados pela realidade da escassez e da deterioração progressiva dos valores morais , mais e mais nos aproxima daquilo que somos na essência : animais racionais, porém igualmente animais. Vale como pano de fundo para analisarmos o caso da velhice na nossa sociedade atual. Entre nós a terceira idade vem como um traje andrajoso que nos é trazido pelo tempo e que mesmo sendo recusado por muitos, acaba nos cobrindo dos pés à cabeça , identificando e marcando cada um com o sinal dos indivíduos descartáveis. Não importa em absoluto quem foram, o que construíram ou mesmo que lições passaram. Nos asilos, chamados de Lar da Terceira Idade representariam hoje o Monte Narayama, onde são deixados todos aqueles para quem não temos mais tempo. Ou mesmo simbolicamente aqueles de quem tiram tudo o que construíram. Sorriem e gargalham e ao virar as costas descartam sem remorsos. Para uma sociedade consumista, afeita à valores de imediatos prazeres, não há lugar para personagens como Orin. Esquecem-se que o tempo passa para todos. A frase que foi pronunciada: “ A questão das pedaladas fiscais é muito grave. Não pode ser vista como algo normal ou natural. Precisa de uma punição absolutamente rigorosa.” Senador Reguffe em discurso no plenário. Leitor
Felipe de Souza Ticom nos envia um brilhante artigo sobre os 26 anos
da da Lei n° 9.099, que dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e
Criminais. Graduando do curso de Direito pelo UniCEUB, estagiário do
Gabinete da Presidência do Superior Tribunal de Justiça e conciliador
membro do Quadro Geral de Conciliadores do TJDFT, Ticom mostra a
paixão que tem pelo assunto.
Cidadania
Finaliza a missiva mostrando que somente por intermédio da gradual
transferência de responsabilidades ao cidadão, será possível o
desenvolvimento de uma democracia madura, sadia e livre de
paternalismos de toda espécie. Afinal, a liberdade não deve se
traduzir apenas pelo reconhecimento de direitos, mas também pela
emancipação social em relação ao Estado.
Participe
Vem novidade por aí. No Senado a Comissão de Direitos Humanos começa o
debate sobre financiamento dos sindicatos. Na CCJ a proposta do
senador Blairo Maggi sobre o fim da contribuição sindical. Na segunda
feira a partir das 9h aberta ao público.
Causa própria
Se o que está em jogo são os interesses dos políticos, então tudo pode
mudar. O senador Roberto Rocha propõe que em tempos de eleições, como
a próxima eleição presidencial, o horário de verão passe para
novembro. Mas afinal o que é interesse da nação, economia de bilhões
ou conhecer o resultado dos votos uma hora mais cedo?
Pelo pequeno
Na Câmara existe uma lei Complementar que autoriza o uso da residência
para os microempreendedores individuais. A intenção é desburocratizar
a adesão de pessoas ao regime simplificado de tributação. O texto já
foi aprovado e segue para o Senado.
Denúncia
Obras do PAC paradas por todo o país trazem prejuízos incalculáveis.
Há quem pense que fica mais barato pagar a propina e dar as obras para
empresas de qualidade. Em Minas, o arranjo para a disputa de obras é
feita no bingo. As empreiteiras mais ricas ganham mais cartelas. A
denúncia foi publicada em um blog mineiro.
18/10/2015 HISTÓRIA DE BRASÍLIA O sucesso do momento em Londrina é a boite “Chez Diana”, onde trabalha a bailarina Maura, misteriosa passageira do “Paris”, que fez o “vôo proibido”. Com o noticiário a respeito, boite passou a ser a atração dos visitantes. (Publicado em 25/08/1961)