Desde 1960
com Circe Cunha e MAMFIL
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Brasília, mas precisamente o chamado Plano Piloto, por seu desenho urbano racional e revolucionário, poderia, com maior facilidade do que qualquer outra cidade brasileira, se transformar na capital modelo de sustentabilidade, não só do país, mas do mundo. Para isso, bastaria empenho firme e planejado dos futuros governos locais e da população para, em uma década ou um pouco mais, substituir a frota de veículos, que circula no Plano Piloto, movida a combustível fóssil, por energia solar ou outra fonte de tecnologia não poluidora. Poderia também, com empenho e planejamento, instituir o transporte público em todas as áreas da cidade, eliminando os engarrafamentos e os seguidos acidentes de trânsito.
Poderia, por sua configuração urbana, eleger a energia solar como principal fonte de energia da capital, começando pelos prédios públicos. Poderia, com maior facilidade, incentivar a captação de águas das chuvas em cada quadra residencial, estocando e distribuindo essas reservas nos meses de estiagem.
Como anteriormente pensado, pelo próprio Lucio Costa, cada unidade residencial deveria caminhar para a autossuficiência na produção de hortaliças e frutas, transformando e adaptando as áreas verdes para receber hortas comunitárias e pomares de diversas culturas. Mais do que o modernismo nas linhas arquitetônicas, Brasília necessita agora nestes tempos de mudanças climáticas e de crise hídrica, revolucionar o modo de vida dos habitantes da cidade, dando exemplos de que é perfeitamente possível transformar a cidade em um lugar moderno e adaptado aos novos tempos.
Vista e admirada do espaço pelos astronautas que orbitam a Terra a bordo da Estação Espacial, o Plano Piloto tem todas as condições para alçar o voo sonhado pelos idealizadores e se tornar a capital da ecologia, abolindo velhos vícios e adotando modelos exemplares nos processos de reciclagem, reaproveitamento de matérias-primas, eliminando os lixões e os desperdícios, e preservando toda e qualquer fonte de água. Poderia valorizar, incentivar e premiar ideias que ajudem na preservação do meio ambiente e na adaptação dos habitantes da capital a um mundo que passa por mudanças rápidas. Ideias, como as defendidas pela economia do compartilhamento de bens, também podem ser incentivadas a partir das escolas. Aliás, é nas escolas que todo esse movimento transformador tem de ser semeado o quanto antes, porque os frutos dessa revolução só serão colhidos de fato daqui a muitos anos.
A frase que foi pronunciada
“Não concordo com uma só palavra do que dizeis. Mas lutarei, até o fim, pelo vosso direito de dizê-las.”
Voltaire, escritor e filósofo francês
Retorno
» Para quem tenta chegar à Rodoviária Interestadual da parte norte da cidade, precisa andar quilômetros para retornar. Isso porque a engenharia não quis fazer um retorno com recuo. Mal calculado.
Benesses
» Tramita, no Senado, projeto de lei, de autoria do senador Roberto Rocha, estabelecendo regime jurídico próprio para Áreas Especiais para Desenvolvimento Turístico. O PLS foi aprovado na Comissão de Meio Ambiente. Facilidade de acesso a portos e aeroportos internacionais e autorização para prestadores de serviços terem isenção de impostos vários e contribuições. A proposta segue para a Comissão de Assuntos Econômicos.
Todos os lados
» Aumenta a pressão. De um lado, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso dizendo que do jeito que está não dá para ficar, e arremata: “Se a pinguela continuar quebrando é melhor atravessar o rio a nado”.
De outro, Tasso Jereissati, presidente interino do PSDB, afirma que o presidente Temer precisa provar inocência o mais rápido possível.
Talento
» Gustavo Rocha, acompanhado de Raquel Marques ao piano, apresentará o Concerto de Formatura na categoria Canto Lírico. Renata Dourado e Francisco Bento Júnior são os cantores convidados. Amanhã, às 20h, no Teatro da Escola de Música de Brasília, na 602 Sul.
Posse
» Limongi registra que foi empossado o novo superintendente da Suframa, o engenheiro e advogado Appio da Silva Tolentino. Substitui a economista Rebecca Garcia.
História de Brasília
Não há informação oficial, mas foi erro de cálculo do piloto. Há a alegar a névoa seca, desta época do ano, que forma bolsas de vácuo a baixa altitude, mas os passageiros não sentiram nenhum vácuo. O avião ia para um pouso normal, quando sofreu o acidente. (Publicado em 29/9/1961)