Leviatã e o silêncio dos indivíduos

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

 

Poucos são os cidadãos que têm consciência exata dos enormes riscos que correm todos aqueles que, por um motivo ou outro, acabam se tornando persona non grata para o sistema que controla a máquina do Estado e para as elites que se alimentam desses arranjos.

A maioria não percebe os perigos existentes nessa selva moderna, ou finge desconhecer para, assim, ficar longe de encrencas maiores. Quanto mais adequadamente está informado o cidadão, maior a percepção de que o Estado Leviatã, que a todos vigia, punindo de forma seletiva aqueles que atravessam seu caminho, pode, a qualquer momento se voltar contra o indivíduo, esmagando-lhe o destino como se fosse uma barata.

Esse sentimento de abandono e desproteção aumenta quando, diante dos olhos de todos e no mais absoluto senso de onipotência, as instituições do Estado, que em tese, se intitula democrático e de direito, são usadas abertamente para perseguir desafetos ou quaisquer outros que ousam se colocar como opção política ao establishment.

Nunca, em tempo algum, esteve tão em alta a fala repetida pelo filósofo de Mondubim – “aos amigos tudo e aos inimigos, a lei” – e tem feito tanto sentido como agora nos episódios que se sucedem nessa perseguição insana contra o ex-juiz Sergio Moro. A razão, por trás dessa caçada humana, é sabida, o que tornam esses episódios ainda mais grotescos e reveladores. Atravessamos um momento de inversão total dos mais elementares valo res éticos experimentados pela nação.

O mais perturbador é constatar que o silêncio sepulcral em torno do assunto, revela, de um lado, o pavor que causa em muitos o poderio da máquina do Estado e, por outro, a covardia demonstrada por muitos que acreditam na máxima de que “para viver, nesses tempos adversos, basta se fingir de morto”.

O que vem ocorrendo contra Sergio Moro, em que instituições, como o Ministério Público e o Tribunal de Contas da União, que deveriam zelar pela proteção à cidadania, são usadas como armas para perseguir e ameaçar o ex-juiz, a mando de próceres muito bem instalados nos Três Poderes da República, não deveria ser visto jamais como um episódio comum e sem importância.

Pelo contrário, o que ocorre contra esse cidadão é uma amostra do que pode acontecer a qualquer um e a qualquer hora. Se não há segurança jurídica até para um ex-juiz, cujo único crime foi condenar e mandar para a cadeia a nata da corrupção que ainda assola esse país, imagina o que pode ocorrer com o cidadão comum. É do silêncio de boa parte da mídia e de muitos outros cidadãos que o sistema se alimenta, tornando-se cada vez mais forte e acima das leis.

É essa covardia demonstrada por muitos que catalisam as forças do monstro. Num outro mundo, onde governos civiliza dos são sempre colocados a serviço da sociedade, o uso indevido do aparelho do Estado para perseguições a cidadãos constitui-se em crime da maior gravidade.

Em se tratando do Brasil do patrimonialismo descarado, mal feitos como esses ganham ares de normalidade e até de apoio por parte da Justiça.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Não estou chateado que você mentiu para mim, estou chateado porque de agora em diante não posso acreditar em você.”

Friedrich Nietzsche

Friedrich Nietzsche. Foto: Wikipedia

 

Novidade

Com um projeto voltado para a conexão de informações, o Conselho Nacional de Justiça lançou a nova versão do Processo Judicial Eletrônico integrada à Plataforma Digital do Poder Judiciário. A experiência dos tribunais poderá ser compartilhada aperfeiçoando os sistemas de tramitação dos processos.

 

Muda já

Quem precisa providenciar essa interação de sistemas é o GDF. As Secretarias não se conversam, informações importantes dos cartórios não são compartilhadas. Mudar esse sistema seria um passo importante para diminuir a burocracia desnecessária, cansativa e que devora um precioso tempo.

 

Valorização profissional

Uma surpresa positiva ver que as matérias Agência de Notícias da Câmara Legislativa do DF são assinadas. Na Câmara dos Deputados, a prática também é adotada.

Foto: Carlos Gandra/CLDF

 

Ouvidos moucos

Desde dezembro de 2017, tramita o Projeto 7681/17, da então senadora Martha Suplicy, sobre a proibição da comercialização da gordura vegetal hidrogenada em alimentos. O texto dá três anos para a indústria se adaptar ao banimento.

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

 

História de Brasília

Uma área destinada à Caixa Econômica, em Taguatinga, para a construção de casas populares, está sendo reivindicada pelo deputado Menck para que dela faça outro uso. (Publicada em 18.02.1962)

Até quando?

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Frasco da vacina anticovid da AstraZeneca-Oxford – AFP

 

Pudessem servir aos reais interesses da sociedade, e não às veleidades políticas momentâneas, as comissões parlamentares de inquérito (CPIs) – principal instrumento de regulação da República e uma das mais importantes atribuições conferidas ao Poder Legislativo – poderiam ser invocadas, neste momento aflitivo de pandemia sem fim, para buscar esclarecer até que ponto a indústria farmacêutica e os laboratórios de análises clínicas estariam sendo beneficiados com esse verdadeiro oceano de dinheiro que foi gerado a partir do surgimento da Covid-19.

A questão não é apenas com os lucros obtidos por esse segmento da economia, o que num sistema capitalista é permitido e incentivado. Mas quando essa bonança se faz às custas do sofrimento de milhões de cidadãos, a questão ganha outra dimensão, passando a resvalar em pontos como a ética humana, ou mesmo ligando-se a razões impostas por uma calamidade pública sem precedentes.

Em tempos de guerra, como agora vivemos, valeriam regulações excepcionais, feitas sob medida para tempos adversos, o que acabaria também por submeter esses segmentos a regulações mais afirmativas. Por certo, os resultados das comissões apontariam, além de outros problemas que jazem submersos, para a necessidade de obrigar esses importantes segmentos a assumirem maior protagonismo cívico e humano no combate a pandemia, destinando parte desses volumosos recursos para hospitais públicos e postos de saúdes, aliviando parte do sofrimento daquelas populações que não têm acesso a planos de saúde e que não podem pagar por exames.

O que se sabe, de antemão, é que há muitos recursos sendo drenados para esses setores e, por certo, fazem falta em outras pontas. Sabe-se que, dentro do sistema capitalista, o lucro é a razão de ser de toda e qualquer iniciativa. Mas quando essa razão passa a ser feita às custas de vidas humanas, todo esse sistema desmorona, adquirindo não uma feição de busca pela saúde, mas tendo na própria doença um motor a propiciar ganhos extraordinários.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O surto da nova pneumonia por Coronavírus inevitavelmente terá um impacto relativamente grande na economia e na sociedade… Para nós, isso é uma crise e também um grande teste”.

Presidente Chinês

Presidente chinês Xi Jinping. Foto: Reprodução

 

Interesses diversos

Vitor Ramos Correia, Pedro Sérgio de Melo Coe, Pedro Ivo Batista, Maria Consolación Udry e Andrew Moccolis assinaram um documento público pelo Conselho de Desenvolvimento Rural e Sustentável do Lago Norte, Associação dos Moradores do Núcleo Rural Córrego do Urubu, Instituto Oca do Sol e Instituto Sálvia (veja, no Blog do Ari Cunha). O problema é que duas novas áreas de conservação na categoria Monumento Natural foram criadas à sorrelfa,  o que compromete a permanência dos moradores no local (muitos com contrato de Direito e Uso), além de colocar em risco os projetos de proteção e preservação na região.

Documento Público

Foto: comdono.com

 

História de Brasília

E pasmem: o registro não é feito no momento do nascimento porque se a criança morrer, o que ocorre com frequência, os pais terão que enfrentar dificuldades tremendas com a papelada do atestado de óbito. (Publicada em 17.02.1962)

Um pesadelo em sobressalto

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Charge do Amarildo

 

Caso se confirmem o que indicam alguns órgãos de pesquisa de opinião pública, sobre uma possível vitória de Lula da Silva na corrida presidencial deste ano, ficarão patentes, para essa geração e para as próximas lições que demonstram, que algumas das peculiaridades que concorreram, de forma enviesada, para a nossa formação histórica, desde 1500, continuam presentes em nosso modelo político, social e econômico atual, fazendo de nossa nação um caso a ser estudado no campo da psicologia e um modelo a ser evitado, a qualquer custo, por todo e qualquer país civilizado.

        Em primeiro lugar, o que salta aos olhos é a impossibilidade de concretização do que determinam as leis, quando o que está em julgamento são interesses e pessoas poderosas. Nesse caso, são as próprias cortes de justiça, em suas instâncias superiores, que cuidam para que nenhum processo contra as elites tenha chance de prosperar. Tal fato remete a confirmação de que nem todos são iguais perante às leis. Uns são sempre mais iguais que outros.

        Uma segunda conclusão, caso venham ser confirmadas as previsões afoitas divulgadas pelos órgãos de pesquisa, é que, o crime, apenas quando praticado por indivíduos e grupos do alto da pirâmide social, principalmente pela classe política, sempre vale a pena, porque nunca resulta em punição ou, ao menos, em arrependimento. A atuação política, conforme praticada no Brasil, pode ser classificada como amoral, ou seja, isenta de outros julgamentos e características de ordem ética.

        Em terceiro lugar, o que uma possível vitória de um ex-presidiário ao mais alto cargo da República pode evidenciar é que leis de improbidade, crimes de corrupção, assim como a própria Lei da Ficha Limpa, são instrumentos jurídicos que não atingem o andar de cima. Nesse ponto, vale, entre nós, a máxima de que corrupção política deve ser tratada e ficar restrita no âmbito dos tribunais eleitorais, considerada como delito eleitoral leve. Outra lição que poderá ser retirada de uma volta de Lula e de seu grupo ao poder é que, de fato, como já disse um famoso brasileiro, cada povo tem o governo que merece. Com isso, ficará patente a tão comentada falta de memória dos eleitores e o pouco cuidado que os brasileiros guardam com relação à importância do voto e da cidadania para a vida de todos. Essa possível vitória permitiria, ainda, observarmos, em tempo e lugar, o ditado que vaticina que a história, quando se repete, vem em forma de farsa ou de tragédia.

        Outra evidência que poderá ser retirada desse desfecho penoso das eleições é que a escolha política e ideológica para a composição do Supremo Tribunal Federal está no cerne de todos esses problemas. Mesmo com relação ao Congresso, poderá ficar confirmada sua inanição diante de descalabros que permitiram que alguém possa, de um átimo, sair da cadeia e subir a rampa do Palácio do Planalto, impávido e pronto para uma nova razia aos cofres da nação.

        Não se enganem: uma possível volta de Lula significa, antes de tudo, uma volta de seu grupo e de seus métodos. Doravante, mais sofisticados e feitos de acordo com as novas leis que, seguramente, serão elaboradas para deixar toda a atuação do “novo” governo dentro das novas balizes legais, escritas para proteger suas más ações.

        Para os brasileiros de bem, que assistem tudo calados e atônitos, a simples possibilidade de estarem vendo Lula em discursos para sua claque, atacando promotores e juízes que o julgaram e condenaram, parece um pesadelo a nos aprisionar num passado em que o subdesenvolvimento eterno é tudo que nos resta.

A frase que foi pronunciada:

Os nossos inimigos contribuem mais do que se pensa para o nosso aperfeiçoamento moral. Eles são os historiadores dos nossos erros, vícios e imperfeições.”

Marquês de Maricá

Marquês de Maricá. Foto: wikipedia.org

Sofrimento

Depois de analisar 13 milhões de casos, a Fundação Oswaldo Cruz publicou um estudo que mostra que, no SUS, mais da metade dos brasileiros em tratamento contra o câncer precisa se deslocar da própria cidade para tratamento especializado. Fadiga, falta de dinheiro, longos períodos de espera e alimentação inadequada são algumas das reclamações mais recorrentes.

Foto: Reprodução/ TV Brasil

Campus

Marcelo Ferreira, administrador do Lago Norte, esteve com Simone Benck, da UnDF, para acertar os detalhes do primeiro campus universitário localizado na região. No CA 02, as obras da reforma do prédio estão começando. Em março, tudo estará pronto.

Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

História de Brasília

Já que estamos em Taguatinga, vamos reclamar contra a falta de serviço funerário. Os filhos dos candangos, quando nascem não são registrados. Os pais esperam Se a criança sobrevive, registra, senão, é preciso transportá-la para o Plano Pilôto. (Publicada em 17.02.1962)

Um primeiro passo tímido

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        De novidade, o que essas próximas eleições vêm trazendo para os eleitores é a instituição oficial da chamada Federação Partidária. Aprovada pelo Congresso Nacional, durante a reforma eleitoral de 2021, essa modalidade de aglutinação das siglas deverá, além de possuir os mesmos direitos e deveres dos partidos políticos, apresentar estatuto próprio, conforme estabelece a Justiça Eleitoral.

        Com isso, os partidos poderão se unir para apoiar propostas em comum, sendo permitido, ainda, o apoio a qualquer cargo, tanto para as eleições majoritárias como para as eleições proporcionais. Na prática, o que ocorre é que as mais de trinta legendas que superlotam o sistema partidário nacional descobriram que essa pulverização de siglas ajuda apenas os donos dessas legendas e suas respectivas lideranças.

        Esse novo modelo ainda está muito distante do que seria ideal, principalmente para o cidadão, que está bancando toda essa estrutura partidária e eleitoral, mas já significa um primeiro passo, rumo ao enxugamento de tantos partidos, muitos dos quais, transformados em verdadeiras empresas privadas a sugar volumosos recursos públicos. Não é por outra razão que os partidos resolveram se unir para aumentar seu capital de negociação, dentro do modelo vigente de presidencialismo de coalizão.

        O alvo dessas novas federações está centrado no Poder Legislativo, Câmara e Senado, onde esperam fazer o maior número possível de parlamentares. Os demais cargos inserem-se nas estratégias políticas de cada conjunto, de acordo com suas pretensões pós-eleitorais.

        Para o cidadão eleitor, pouco ou nada muda. Pode até piorar, já que, com certeza, esses novos conjuntos de forças irão, lá na frente, exigir novos e absurdos reajustes nos Fundos Partidários e nos Fundos Eleitorais, aumentando também os recursos para as chamadas emendas de relator e outras prebendas

        Em teoria, estaria dada a largada para o enxugamento das miríades de partidário que superlotam o nosso folclórico sistema político. O caráter permanente dessas federações, obrigadas a permanecer unidas até o último dia de mandato, confere um certo verniz de sinceridade ao modelo, mas não garante sua continuidade, o que ficará ao alvitre da decisão das novas composições dentro do Congresso, podendo ser alterado de acordo com a mudança na direção dos inconstantes ventos políticos.

        Como a afinidade programática e política é sempre uma incógnita a mudar como as nuvens no céu, a união desses partidos, em frentes únicas, obedece aos desígnios de cada conjunto de caciques, sendo a alteração de humor de desses grupos decisiva para a alteração das próprias federações. Ganharia o eleitor se, de fato, houvesse, com assento no Congresso, quatro ou cinco forças políticas, como tradicionalmente é visto em países desenvolvidos, onde os partidos sobrevivem graças ao empenho e doação de seus militantes.

        Ganhariam também os brasileiros, neste momento de crise, se ordenamentos como a Lei de Probidade Administrativa e a Lei da Ficha Limpa fossem respeitadas como deveriam. Ganhariam ainda mais os cidadãos se fosse permitida a candidatura a avulso, livre das amarras e da indústria partidária que parasitam nosso sistema político. O que se tem aqui é um primeiro passo muito tímido, rumo a moralização do sistema.

A frase que foi pronunciada:

Há muitos homens de princípios nos partidos políticos, mas não há nenhum partido de princípios.”

Alexis de Tocqueville

Alexis de Tocqueville. Foto: Reprodução/ Wikipedia

Mutirão jurídico

Entra ano, sai ano, pouco muda no sistema prisional brasileiro. Advogados podem entrar sem serem revistados, enquanto a família é humilhada na verificação. Mas o pior é a condição desumana das celas. Nem a CPI do Sistema Carcerário, realizada pela Câmara dos Deputados, resolveu. Quase 40% dos presos deveriam estar soltos. Como não há mutirão jurídico, não há andamento nos processos de execução penal ou de presos provisórios.

Cadastro Nacional

Outras indicações do documento final da CPI do Sistema Carcerário, elaborado em 2009, foi a necessidade de um Censo Penitenciário Nacional para avaliar e orientar as políticas públicas voltadas para o sistema carcerário. Outra ideia foi a criação de um Cadastro Nacional de Presos, a fim de que o sistema de controle do ingresso nas prisões seja de conhecimento público, bem como a ação parlamentar 602, o relatório final, a disponibilização de mapa da população carcerária, o tempo de cumprimento da pena em publicação e site oficial na Internet.

Uma das comissões na CPI

 

Informatização

A Criação do Serviço de Inteligência Penitenciária foi outra ideia registrada no documento. A informatização do Sistema Penitenciário, a criação de Escolas de Administração Penitenciária, o estabelecimento de um piso salarial para os servidores penitenciários em todo território nacional e a extensão a todos os estados do Serviço Avançado de Defesa Integral à Mulher Encarcerada e à Mulher Familiar de Preso.

Mulheres encarceradas. Foto para documento da CPI.

História de Brasília

É a especulação em marcha, é o prêmio aos que se opuseram ao movimento da maioria. Deve ser um dia triste, o de hoje, para Bahouch. (Publicada em 17.02.1962)

Eleições, guerras e jogos mortais

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Foto: reprodução da internet

 

Até as próximas eleições, o Brasil e o mundo irão presenciar e sentir os efeitos dos acontecimentos que, por hora, vão sendo delineados no horizonte. Há um longo percurso a ser vencido até 2 de outubro, tanto no ambiente interno como no resto do planeta. Não adianta fechar os olhos para fatos que vão se materializando diante de nós. A possibilidade da eclosão de uma guerra entre a aliança militar do Ocidente, representada pela Otan, a Rússia, que ameaça invadir a vizinha Ucrânia, põe o mundo em sobressalto, desviando a atenção e as preocupações da humanidade para um conflito que possui tudo para incendiar o resto do planeta, com consequências que certamente irão afetar o Brasil e todo o continente sul-americano.

Centenas de milhares de soldados, de ambos os lados, já posicionados naquelas fronteiras, e a grande concentração de armas letais, naquele cenário de pré-guerra, parecem confirmar que, mais uma vez, estamos diante de um conflito de grandes proporções, que ameaça se alastrar para o resto do mundo.

Diante desses jogos de guerra, onde as indústrias de armamentos, em aliança com as forças militares, dão as cartas, pouco espaço resta para a racionalidade. Em vista de um cenário dessa natureza, onde as incertezas e a morte prematura da verdade são evidências certas, as eleições gerais no Brasil perdem muito de sua importância, podendo todo o pleito desse ano ser obscurecido por questões mais prementes.

Por outro lado, a possibilidade de um conflito dessas proporções, somado ao avanço espetacular de mais uma variante da Covid, no qual os índices de mortalidade podem atingir picos extremos, dentro e fora do país, sinaliza para grandes e perturbadores acontecimentos. Obviamente que os oportunistas, sempre de plantão e prontos para tirarem proveitos desses fatos, irão aproveitar o momento de distração e apreensão geral para fazer passar projetos de interesses flagrantemente contrários ao bom senso e à ética. Nesse caso, podem ser incluídos aqui as propostas que acenam para a volta dos cassinos ao país, conforme tem prometido e se empenhado, pessoalmente, o próprio presidente da Câmara dos Deputados.

Pode ser que, em meio aos obuses e às fumaças do tiroteio que ocorre lá fora, tal proposta, que benefício algum trará aos homens de bem desse país, passa sem ser vista. Na torcida por esse retorno ao inferno dos cassinos, estão os próceres do crime organizado, que encontrarão nessa atividade uma espécie de banco oficial onde lavar os rendimentos de seus crimes.

Também a bancada do jogo, que por hora se organiza no Legislativo, empenhada nessa cruzada de morte, vislumbra, nessa aprovação, apenas ganhos imediatos e financeiros, pouco ou nada preocupada com o dia seguinte a essa aprovação.

Surpreende que, em tempos tão adversos como esse que agora vivemos, quando a classe política deveria estar buscando caminhos seguros para preservar algum futuro digno para as próximas gerações, estejam elas empenhadas na aprovação de jogos de azar para o enriquecimento de clãs do crime.

A população que mal encontra dinheiro para se alimentar, por certo, não tem recursos para serem lançados nas mesas de bacarat ou de roletas. A nossa guerra é contra o crime e a violência que consome o país. Dar mais munição para essas forças do mal é apostar no aumento de mortos. “Tomem tenência, suas excelências, já que vergonha parece não mais fazer efeito sobre vós!”

A frase que foi pronunciada:

Onde quer que homens civilizados tenham pela primeira vez aparecido, eles foram vistos pelos nativos como demônios, fantasmas, espectros. Nunca como homens vivos! Eis aí uma intuição inigualável, um insight profético, se é que algum já chegou a ser feito.”

E.M. Cioran

E.M. Cioran. Foto: reprodução da internet

Jubileu de Prata

Com 25 anos de idade completados no dia 9 desse mês, a Rádio Senado foi um motor conduzido por Fernando César Mesquita, inaugurando uma nova era da Comunicação Social do Legislativo no país. Logo depois, vieram as emissoras da Câmara dos Deputados, da Justiça, das Forças Armadas e das Assembleias Legislativas.

Ilustração: senado.leg

Nota

Candidatos que querem usar o nome da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, CNA, estimularam o envio de nota esclarecedora para a imprensa. A CNA não se reuniu com pré-candidatos à Presidência da República e não envia representantes ou realiza encontros paralelos com candidatos à presidência. O que acontece em ano eleitoral é um evento público, com cobertura da imprensa, onde a CNA e outras entidades ligadas ao agronegócio apresentam propostas, sugestões e prioridades aos candidatos.

História de Brasília

Duas firmas, entretanto, Motornei e Alvorada, ganharam lotes em Taguatinga mas nunca deles tomaram posse. Agora, que a Prefeitura determinará um gabarito que valorizará em muito os terrenos, já começam os movimentos para a posse dos mesmos. (Publicada em 17.02.1962)

Um futuro distópico

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Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

 

Pesquisa de opinião pública, realizada há dois anos pelo Instituto DataSenado, mostrou que existe, hoje no Brasil, uma forte e crescente influência das redes sociais como fonte de informação para os eleitores. De acordo com esse levantamento, nada menos do que 45% dos eleitores ouvidos confessaram que, cada vez mais, buscam, nas mídias sociais, as informações que necessitam para decidir como irão orientar seus votos. Outro dado interessante levantado pelo estudo mostra que o conteúdo veiculado nas redes sociais possui grande influência sobre a opinião dos indivíduos. Essa atuação é observada, sobretudo, entre os indivíduos com escolaridade superior. Se tal fenômeno já significava, nas últimas eleições, que metade dos brasileiros, com acesso à internet, votava sob a importância direta do que consumiam nas mídias sociais, a possibilidade de haver mais de 50% dos cidadãos votando agora no pleito deste ano é bastante certa.

Tal realidade indica que o mundo virtual, esse oceano infinito de informações, verídicas ou não, passou a ser decisivo não apenas nas eleições de 22, mas também na condução de candidatos que sabem manusear essas mídias. Obviamente que tal abrangência de influência irá se estender ainda para dentro do Estado, interferindo no modelo de democracia que teremos doravante, todo ele ligado e dependente dessas novas mídias. Com isso, os debates tete a tete, o exercício mercadológico dos marqueteiros políticos, os comícios ao vivo e outras modalidades dentro das disputas eleitorais perdem fôlego e vão sendo deixados de lado, um a um.

Não será surpresa se o próximo passo dado para o domínio total das mídias sociais seja a votação via internet, por meio desses mesmos aplicativos. A obsolescência de instrumentos como a urna física e dos locais de votação deixará de existir, sendo o destino dos cidadãos feito diretamente de casa, via celular. Não será novidade se, lá adiante, o tal do “sistema”, ou seja, esse sujeito indeterminado e oculto, venha a fazer parte na gestão do Estado. Tornando assim, o dito “sistema”, o responsável pela qualidade da democracia e pela prestação de serviços por parte do Estado.

A impessoalidade na democracia, ao contrário do que muitos acreditam, não parece, a princípio, que irá melhorar as relações entre o cidadão e o Estado. A suspeita é que, quando esse dia chegar, a comunicação entre os cidadãos e o Estado será feita nos mesmos moldes com que são feitas hoje as relações entre os consumidores e as operadoras de telefonia. Até mesmo aspectos, que hoje são importantes, como a separação entre os fatos e as fake news, deixará de existir, sendo todos esses “ruídos de comunicação” atribuídos aos mecanismos do “sistema”.

Para o cidadão comum, que, afinal, irá custear essa entrada das novas tecnologias nas relações políticas com o Estado, restará o monólogo de alguém que escuta, do outro lado da linha, que a falta de médicos, de remédios, de professores nas escolas, da falta de água nas torneiras, de luz nas residências deve-se não à inoperância da política, mas ao “sistema”, uma entidade com situação jurídica abstrata, impossível de ser alcançada pelas leis.

Trata-se aqui de um futuro que vamos organizando com os pés, já que a cabeça e as mãos estão absorvidas pela Internet. O problema é que, quando levantarmos os olhos para o horizonte, o futuro distópico já terá chegado com toda a sua crueza e indiferença.

A frase que foi pronunciada:

Corrupção existe no mundo todo. Mas fã-clube de corrupto, só no Brasil.”

Frase no Pinterest

Charge do Cazo

Carreiro

Carlos Alberto Simas Magalhães, embaixador do Brasil em Portugal, vai contar com a contribuição de Raimundo Corrêa Carreiro, que promete impulsionar as relações comerciais e culturais entre os dois países.

Carlos Alberto Simas Magalhães. Foto: lisboa.itamaraty.gov

Ensurdecedor

Morador do C.A., no Lago Norte, em um prédio onde há uma pizzaria, reclama constantemente dos motoboys que intervém no cano de escape para fazer mais barulho. O apelido que deu a esses profissionais arrancou gargalhada dos vizinhos: “São os Aedes Aegyptis do trânsito!”

Escapamento de moto. Foto: divulgação

Oportunidade

Nada como uma turbinada nos estudos como uma língua estrangeira. Vão até amanhã as inscrições nos Centros Interescolares de Línguas Estrangeiras, ligados à Secretaria da Educação do DF. Os cursos de francês, japonês, espanhol e inglês são gratuitos. A preferência das vagas é para os alunos da rede pública, mas há vagas remanescentes para a comunidade.

Novidade

Na Comissão de Assuntos Sociais, há a discussão de permissão mais ampliada de esterilização de mulheres, que podem optar pela cirurgia depois do parto ou depois de aborto sem a necessidade de anuência do parceiro.

Foto: istockphoto.com

História de Brasília

Dentre essas dificuldades havia o problema do acesso. Não estava inaugurada a Estrada Parque, e dificilmente os automóveis procurariam as oficinas naquele local. Mas os que acreditavam mudaram-se logo. (Publicada em 17.02.1962)

Na corda bamba

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Charge: Nani Humor

 

No Brasil, já se sabe, a justiça é uma corda esticada, na qual se equilibram a lei, de um lado, e, de outro, as infinitas variações da mesma, oriundas da interpretação pessoal que pode ser dada por juízes. Trata-se da hermenêutica, princípio transformador das letras, que tudo pode, lançando causas e leis para o fundo do precipício. Tudo para o gaudio de egos imensos. Vista dessa forma, a lei é, em nosso país, uma personagem secundária em toda a trama da justiça. De modo sucinto, o que temos, portanto, mesmo a despeito do desejado equilíbrio e harmonia das partes, são juízes e não as leis, apesar de todo o processo.

Desse modo, nada surpreende que uma mesma corte possa sentenciar à prisão, em regime fechado, por anos a fio, um miserável que furtou um tubo de pasta de dente num supermercado e, em ato contínuo, livrar, de qualquer condenação, um flagrante ladrão do dinheiro público, acusado de desviar milhões de reais do erário, emprestando, a esse malfeitor, todo o amparo legal e simpatia da justiça.

A repetição, até monótona, entre nós, de casos dessa natureza, acabou por retirar, dessas decisões, todo o surrealismo que elas encerram. Trata-se aqui de uma aberração que fomos acostumados a assistir a cada sentença. Réus confessos, aqueles cujos crimes não pesam quaisquer dúvidas, são orientados pela própria justiça a voltar atrás em seus relatos e dar o malfeito por ficção ou sonho.

Nossas masmorras, lotadas com centenas de milhares de indivíduos, nascidos na mais abjeta miséria, permanecem com presos sem quaisquer condenações definitivas. Por outro lado, não se nota, nessas prisões, um espécime sequer desses emplumados corruptos e surrupiadores do dinheiro público, todos eles mantidos longe do alcance das leis e das punições.

Com isso, eleição após eleição, esses intocáveis encontram nova guarida e nova ficha limpa para se achegarem ao poder e, obviamente, para as proximidades dos cofres da União, de onde voltam a delinquir, seguros de que esses crimes repetidos permanecerão impunes para sempre.

A frase que foi pronunciada:

A liberdade de eleições permite que você escolha o molho com o qual será devorado.”

Eduardo Galeano

Eduardo Galeano. Foto: Samuel Sánchez.

Nota dez

Iniciando uma frota de aviões próprios, os Correios vão atingindo os objetivos traçados. Recursos logísticos com mais rapidez, otimização no prazo de entrega e ampliação dos serviços expressos.

Paralelo

Movimento estranho no laboratório Sabin. Mesmo com um WhatsApp disponível para a transmissão de documentos a quem interessa atendimento domiciliar, a comunicação trava e um funcionário liga dizendo que uma pessoa irá à residência para fotografar os documentos. Protocolo sem sentido!

Leitura Longeva

No Blog do Ari Cunha, o link para inscrição no Leitura Longeva. O primeiro encontro já aconteceu, mas haverá um evento por mês para debates sobre assuntos importantes aos mais vividos. Veja com a idealizadora Juliana Seidl se ainda é possível participar.

Cartaz postado no perfil oficial @longevapsi no Instagram

–> LEITURA LONGEVA
Nosso primeiro encontro do Grupo de Estudos da Longeva será nesta sexta-feira, dia 28 de janeiro, das 17 às 19h e vamos discutir este artigo publicado por Cristineide Leandro-França e Sheila Giardini Murta. 💜
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Se você ainda quiser se escrever, você tem até amanhã, quinta (27/01) ao meio-dia:
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Arte

Que diferença faz a música! Mais uma edição do Favelagrafia, projeto lançado com fotógrafos de várias favelas cariocas, que chama a atenção pela criatividade da foto publicitária. Homens nos degraus do morro, com o rosto coberto e, no lugar do fuzil, um saxofone, um trombone e um trompete. Veja no Blog do Ari Cunha.

Manutenção

Na 907 Norte, bueiros abertos são perigo constante!

Candanguice

Na 202 Norte, um espírito de porco transformou o G em C e, até hoje, nenhuma autoridade se deu conta. Veja a foto no Blog do Ari Cunha.

Lupa

Hoje a Câmara Legislativa volta aos trabalhos. As metas desse ano exigem, da população da cidade, um olhar mais atento. Os assuntos tratados, em futuro próximo, passam pela Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos), pelo Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT) e pelo Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCUB).

Foto: Carlos Gandra/CLDF

História de Brasília

Hoje comecemos por Taguatinga. Quando se resolveu a transferência das oficinas da Cidade Livre para Taguatinga, os que queriam colaborar com a Prefeitura aderiram logo ao movimento e enfrentaram as dificuldades, que eram muitas. (Publicada em 17.02.1962)

Natureza exige resposta

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Foto: Sean Gallup/Getty Images

 

No mundo todo a fúria da natureza dá mostras de que algo muito preocupante está a caminho. No Canadá, um país costumeiramente frio as temperaturas esse ano bateram recordes. Na região da Colúmbia Britânica, os termômetros registraram 50 graus centígrados o que provocou a destruição, por um incêndio florestal, de toda a pequena cidade de Lytton. No Norte da Europa as cheias dos rios provocaram alagamentos nunca vistos na Alemanha e Áustria. As temperaturas próximas a 2022 estão totalmente diferentes dos últimos anos.

Os desastres naturais vêm se acentuando a cada estação. Todo o hemisfério Norte experimentou recordes de calor. Na Itália os termômetros marcaram temperaturas acima dos 40 graus em muitas regiões. Centenas de vidas foram perdidas apenas nas enchentes que devastaram parte da Holanda e Luxemburgo. Para os climatologistas esses são os fenômenos mais intensos dos últimos séculos e ameaçam se repetir.

Na memória tsunamis gigantescos no Japão, seguido de deslizamento de terras devastaram regiões como Shizuoka. No Iraque as temperaturas ultrapassaram a marca dos 50 graus centígrados, derretendo objetos de plásticos, dos automóveis e gerando colapso no abastecimento de energia elétrica e levando muitos à morte. Nos Estados Unidos a tempestade Elsa fez estragos. Também nos EUA uma onda de calor, sem precedente, ceifou vidas na região do Pacífico e em locais, antes frio como Seattle. Lugares como Nova York, Filadélfia e Boston estiveram sob forte ondas de calor, afetando mais de 40 milhões de americanos.

Na África a seca e as intensas ondas de calor, vem registrando marcas também histórica. Na Índia os efeitos de calor, seguidos de enchentes nunca vistas também demonstram que a Terra está entrando num ciclo de mudança do clima que pode afetar todos indistintamente. Na Grécia os incêndios, que nomearam o verão do pesadelo vem varrendo, sem controle, pequenas cidades, nas ilhas próximas a Atenas, numa situação que tem aterrorizado os moradores e turistas.

Na realidade não existe hoje lugar algum nesse planeta que não esteja experimentando condições climáticas extremas, o que só reforça o que há muito vem alertando os cientistas sobre o aumento dos gases de efeito estufa na atmosfera, motivados, exclusivamente pela ação humana.      Alguns pesquisadores afirmam que a Terra já aqueceu mais de 1,2 graus centígrados desde o início da era industrial, sendo que as temperaturas seguirão subindo cada vez mais, até alcanças níveis de catástrofes globais com a morte de centenas de milhões de pessoas. Segundo o painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), ligado à ONU, caso não cessem as atividades humanas que produzem o efeito estufa, o futuro será inclemente para todos e poderá abolir a vida sobre todo o planeta até mesmo antes do que se espera.

 

A frase que foi pronunciada:

“O problema da realidade é que os desastres como o do efeito estufa ou disfunção do ciclo hidrológico e a perda da diversidade biológica não são violentos. São, pelo contrário, relativamente lentos e por isso a sociedade prefere ignorá-los, assumindo que o problema é de outros ou quiçá acreditando que se resolverão sós.”

Marc Dourojean

 

O outro lado

Acesse o link para o webinar General Villas Boas. Nomes destacados de pensadores e fazedores de um Brasil melhor. Mediado pelo jornalista Alexandre Garcia, a todo foram 9 dias de debates que trataram um outro lado da história indígena, fundiária, socioeconômica e produtiva, de exploração e sustentabilidade, geopolítica e cultural da Amazônia.

 

Contraste

A cada ano se intensifica a campanha para a eliminação dos fogos de artifício em festas. Não só pelos animais, mas principalmente pelos idosos, acamados e autistas. É a alegria se contrapondo ao sofrimento.

 

Prata da Casa

Nesse ano, foram 131 mil cartinhas distribuídas pelos Correios e adotadas por padrinhos. Em vários estados do Brasil crianças e Papai Noel viveram momentos mágicos. Essa foi uma iniciativa dos funcionários dos Correios. Eram tantas as cartinhas endereçadas ao Papai Noel que resolveram lançar a campanha de adoção dos pedidos. O sucesso é emocionante.

 

Retrospectiva

Por falar em Correios, leia o balanço de 2021. Desde as plataformas digitais modernizadas à participação na logística do Enem. Do leilão de refugos postais até o recorde de postagens. Os Correios souberam realmente se renovar com a chegada da tecnologia.

 

História de Brasília

Os funcionários da Câmara que residem nas casas da Caixa Econômica receberam a informação de que a partir de julho do próximo ano passarão a pagar Cr$ 22.600,00 de aluguel, sendo que atualmente pagam oito mil cruzeiros. Vale lembrar, no caso, que os funcionários da Novacap que compraram as casas do mesmo tipo pagam, por mês, Cr$ 14.195,00 de prestação. (Publicado em 16.12.1962)

     A barca do inferno

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Para os cidadãos que usam os olhos para enxergar além das aparências e usam desse sentido para ler a realidade em seu entorno, mesmo as palavras escondidas ou omitidas pela censura bruta, clamam em silêncio pela verdade. Mesmo se um dia todas as palavras do mundo fossem exiladas num planeta distante, restando apenas imagens borradas, impressas em fotos antigas, mesmo assim toda uma enciclopédica história humana poderia ser levantada dos arquivos empoeirados de fotografias. Não é por outra razão que se diz que uma imagem fala mais que infinitos textos. Por isso mesmo é que a ninguém é dado o direito de esconder da população, mesmo por medo ou outros motivos menos nobres, os ardis e as perfídias que contra ela vão sendo organizadas pela elite no poder. Está tudo impresso em imagens mudas, mas que muito revelam.      Compactuar com essas tramas, fazendo ouvidos de mercador, é contribuir, ao seu modo, para que o mal cresça e crie raízes.

Na verdade, não há muito mais o que dizer sobre nossa a realidade nacional nesses dias que correm. Basta fixar os olhos em algumas fotos e outras imagens que circulam nesse oceano midiático da internet, para entender o que se passa nesse país e em outras partes desse planeta. Está tudo aí, bem debaixo de nosso nariz, impresso em cores vivas.

Quem se der ao trabalho, nesse fim de ano, de refletir sobre fotos mostrando encontros, reuniões, confraternizações, almoços, pretensos seminários e outros convescotes, realizados não nas concorridas madrugadas da capital, mas em plena luz do dia, pelas mais altas autoridades desse país, pode constatar, sem maiores esforços do intelecto, que estamos todos a bordo de uma nau à deriva. Não uma nau qualquer, mas embarcados numa alegórica barca, muito semelhante a que foi concebida pelo dramaturgo português , Gil Vicente, em “Auto da Barca do Inferno”, escrita e encenada no ano de 1517.

As semelhanças e até as confusões entre uma fantasiosa realidade, imaginada há cinco séculos em Portugal e ao nosso cotidiano, exibido em fotos, são tão precisas que até parecem se tratar de uma continuação, em outro tempo e lugar, da famosa peça vicentina. O uso de instituições do Estado para perseguir e intimidar adversários políticos, pode ser conferida em foto.

Também pode ser atestado em fotos, dessas que as antigas colunas sociais estampavam diariamente nos jornais, um almoço, reunindo os mais famosos escritórios de causídicos desse país, todos eles autênticos janotas, metidos nos mais caros ternos de grife, com seus relógios, de ouro, a marcar o tempo mais valioso que há, homenageando, sem rubor, um ex-detento, desobrigado de cumprir sua pena, e agora candidato ao mais alto posto do país.

Estão todos ali, reunidos contra as leis e contra operações do tipo Lava Jato, que ousou prender os clientes do exclusivíssimo clube das Prerrogativas. Vê-se em fotos também um mandatário a passear com seu jet-ski , sem culpa ou remorso, pelas praias do Sul e Sudeste, enquanto o estado da Bahia submerge em enchentes históricas, com dezenas de mortes e milhares de desabrigados.

Aqui na capital, em Lisboa, Paris e outros pontos do planeta, as imagens se repetem, mostrando sempre personagens conhecidos da nossa República, todos eles com a boca recheada dos mais finos acepipes e vinhos, alegres e sem culpa. Mal sabem eles que no cais já está atracada da Barca do Inferno, cujo o capitão é o próprio capiroto que do leme grita: “embarcai todos vós” que “rapinastis coelhorum et pernis perdigotorum.”

 

A frase que foi pronunciada:

“ Grande é a verdade, mas ainda maior, do ponto de vista prático, é o silêncio sobre a verdade. Simplesmente não mencionando certos assuntos … os propagandistas totalitários influenciaram a opinião de forma muito mais eficaz do que poderiam com as denúncias mais eloquentes.”

Aldous Huxley

 

Sem discurso

Com sangue turco, o ministro da Agricultura da Alemanhã, Cem Özdemir, tomou posse nesse mês. Seguiu alguns carros de comitivas até o Palácio Bellevue, de bicicleta. Deu o recado.

 

Falha

A cada ano a Vara de Execução no DF consegue bater maior recorde de arrecadação. Usa o SisBacen para bloquear até conta salarial, o que é contra a lei. Nenhuma pesquisa é feita antes do bloqueio. O infeliz que se vire para reaver seu salário suado de volta.

 

Consome dor

Clientes reclamam do Toscanello na 111 Norte, Plaza Mall. Uma data de vencimento na embalagem externa e outra na embalagem interna. É bom ficar de olho.

 

História de Brasília

Deverá estar de volta no próximo mês, o sr. Jânio Quadros. Fugiu do govêrno numa hora em que devia sustentar suas ideias. Embarcou para a Europa com mêdo, levando tôda a família, inclusive a netinha, e agora volta para perturbar. Mas a democracia lhe dará nova oportunidade para que o povo o julgue melhor. (Publicada em 16/02/1962)

Edifício em chamas

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Uma possível volta de Lula ao Palácio do Planalto, como quer ele próprio, como querem seus partidários e apoiadores e como querem todos os empresários e políticos, que de uma forma ou outra experienciaram aquele período cuidando basicamente de dilapidar os cofres públicos, representará para toda essa gente uma vitória final sobre a Justiça e as leis, confirmando assim a tese e a sina, atribuída por alguns ao antropólogo Claude Lèvi-Strauss de que o Brasil passaria do estágio de evolução da barbárie diretamente à decadência sem conhecer o apogeu civilizatório.

O país do futuro, imaginado pelos ufanistas e outros otimistas de plantão, vai , par i passo, sendo sepultado por uma parcela significativa da classe política, que de mãos dadas com empresários e com o respaldo das altas cortes, cuidam para não haja um amanhã.

Da mesma forma, mas como o sinal trocado, uma possível reeleição do atual mandatário, como anseia ele próprio, como desejam seus filhos e apoiadores e como tramam os próceres do centrão e de outras bancadas com assento no Congresso, significará o mais do mesmo, o que em outras palavras, significará mais desgoverno, mais inflação, mais crises institucionais e mais da velha política.

Entre as opções, existiria uma terceira via formada por cidadãos de todas as partes do país, cientes do momento delicado que vai se desenhando à frente. A questão aqui é como transformar esse caminho do meio, situado entre dois abismos colossais, em uma senda segura capaz de avançar, transpondo os imprevistos, para alcançar o outro lado.

Tempo para a formação dessa caravana, existe. Como existe também brasileiros dispostos a integrá-la. O movimento ou o sinal que a população espera receber de algumas lideranças capazes de aglutinar forças contra a fatalidade que se avizinha , ainda não aconteceu.

Ao contrário do que vem acontecendo com as forças de esquerda, já prontamente reunidas, sob o comando unificado do demiurgo, todas elas ansiosas para retornarem ao controle do Estado onde irão colocar, novamente, as mãos nas engrenagens da máquina pública.

Entre a estagnação em que nos encontramos e o avanço para trás, como querem as esquerdas, existe o delicado movimento de encontrar uma saída segura que levem os cidadãos para fora desse edifício em chamas chamado Brasil. Um possível flanco para o avanço das forças contra o atraso, pode estar na total ausência de programa de governo que tanto direita como esquerda deixam à mostra.

Aliás essa é uma das características básicas de todos os candidatos dessas forças extremistas. Isso ocorre porque tanto esquerda como direita, usam o governo para atendimento prioritário de suas próprias necessidades, atendendo basicamente aqueles que lhe são simpáticos.

Qualquer candidato que apareça com um programa de governo minimamente bem elaborado e com metas realistas, pode, com mais facilidade confrontar esses aventureiros que almejam o controle do Estado para outros fins, distantes das necessidades da nação. O problema maior em uma terceira via está, não em seu candidato, propriamente dito, mas na quase intransponível muralha erguida pelas instituições da República, a maioria disposta em manter os privilégios adquiridos ao longo das décadas. Sobretudo aqueles que estão no alto da pirâmide do Estado.

Todos eles dispostos a oferecer o máximo de resistência para não perder vantagens. Para tanto não se negam até em retirar do presídio, candidato de sua preferência, lançando-o diretamente numa disputa eleitoral, na esperança de que ele venha a referendar o status quo vigente, deixando tudo como sempre foi, para beneficio apenas daqueles que usufruem desses arranjos , mesmo com prejuízo de muitos.

Qualquer candidato que venha a se posicionar como alternativa viável ao que aí está e ao que aí esteve, terá que lutar, não apenas contra dois fantoches, mas contra essa verdadeira Bastilha, acomodada nos 3 Poderes da República e em parte do empresariado nacional. É aí que residem as maiores resistências e os maiores entusiastas para que tudo permaneça em estado letárgico profundo, para que não haja despertar e não haja nem futuro, nem amanhã algum que venha abalar-lhes a quietude criminosa.

 

A frase que foi pronunciada:

“A mentira mais frequente é aquela que se conta para si mesmo; mentir para os outros é relativamente a exceção.”

Nietzsche

 

Novidade

Mais uma vez a administração do Aeroporto Internacional de Brasília facilita a vida dos passageiros, que já podem fazer gratuitamente o teste de Covid.

 

História de Brasília

Um engenheiro da Capua & Capua explicando o que houve no Bloco 29 da Asa Norte: “Realmente, a estrutura de concreto tendo sofrido movimentos clássicos não foi acompanhada pelos tijolos, criando, durante a deformação do concreto armado tensões internas à tração, que cresceram à proporção que aumentavam as deformações elásticas estruturais”. Entenderam? Nós também. (Publicada em .16/02/1962)