Caminhando e cantando e seguindo a canção

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

 

Charge do Bobbiker

 

Estudos publicados nesta semana por duas entidades independentes e distintas e que, há décadas, gozam de grande prestígio em todo o mundo, chamam a atenção para dois seríssimos problemas a afetar todo o arcabouço do Estado brasileiro e que, se não solucionados a tempo, levarão o Brasil a um colapso irreversível em suas estruturas, empurrando-nos todos para o abismo em que se encontram hoje outros países da América do Sul e Ásia. De um lado, temos o Index on Censorship — entidade sem fins lucrativos que promove a liberdade de expressão — que, há mais de 40 anos, analisa a situação da autonomia de pensamento em mais de 170 países.

Em outro estudo, divulgado pela ONG Transparência Internacional, vemos que o Brasil está mal posicionado também no ranking de distonia com a lei. Com relação ao Index, elaborado pela John Mores University, o Brasil foi empurrado para sexto nível, no qual se encontram países ditos “mais fechados” e com maior rigor fiscalizatório e onde o governo controla mais de perto o que é divulgado.

Nesse estudo o Brasil aparece classificado como não tendo a capacidade plena de autonomia de pensamento e expressão. É preciso destacar aqui que se trata de um dos principais itens a qualificar tanto as democracias sólidas quanto os países com altos índices de desenvolvimento humano e econômico. Com relação à percepção da distonia com as leis, a Transparência Internacional, afirma categoricamente, que o Brasil entrou, a partir de 2010, num ciclo misto de estagnação e retrocesso, perdendo, com isso, uma década, vindo afinal a cair da 69ª posição para a 94ª, ficando abaixo tanto da média global, como da média dos Brics e da América Latina.

Manobras de filigranas jurídicas foram detectadas pelos observadores internacionais. Interessante notar aqui que as manifestações do pensamento e as leis desobedecidas andam lado a lado. Quanto mais se perde a uma, mais avança a outra, formando assim um binômio perverso e ao mesmo tempo biunívoco.

 

A frase que foi pronunciada:
“Muitos momentos felizes da vida chegam com a mentira.”
O feitiço de Áquila

Ilustração: eagoracast.com

 

RG
Foi-se o tempo em que tirar uma carteira de identidade era fácil. Hoje nem agendamento está sendo possível fazer. Sendo assim, o atendimento é impossível. O caso é de uma nubente que quer registrar o novo nome. Casou em dezembro e até hoje não conseguiu mudar a documentação.

Imagem: pcdf.df.gov

 

Inteligência artificial
Mudanças aconteceram em todo o mundo com a chegada da internet. Muitas profissões foram extintas e outras, criadas. Agora, o mundo conhecerá a tecnologia GPT — Transformador e gerador pré-treinado. É um impacto tão grande na realidade que está chegando paulatinamente para evitar pânico. A plataforma pode ser usada para criar música, filme, livro, aula, texto, voz, programação em TI. Muita coisa vai mudar. E o mais importante: muitos desenvolvedores estão sendo patrocinados por milionários com perfil ideológico.

 

Mais essa
Será esse um tempo em que a palavra “Sistema” passará a ganhar um status de grande irmão onipresente, sendo que todo aquele que for apontado como suspeito ou estranho a essa nova ordem, sofrerá as penalidades draconianas previstas, sendo literalmente deletado do “sistema”, ou como se dizia nos velhos tempos: virará adubo de planta?

 

Outros tempos
Hoje, a foto que tiramos no Catetinho com o Juscelino Kubitschek despertou uma observação. A simplicidade daquele homem era diretamente proporcional à competência. Coisa tão rara de ser ver hoje em dia.

Foto: correiobraziliense.com

Ver para crer
Em breve, a reforma tributária deverá ser enviada ao Congresso pelo Executivo. Essa é a manchete de vários jornais desde a década de 1990.

 

Exemplar
Um assunto bastante comentado nas redes sociais foi o interessante fato de o voto para a Presidência do Senado ser secreto e impresso.

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

 

Expectativa
Depois da Caneta Azul, Azul Caneta, a produção musical brasileira parou. Vamos ver o que vai render a ajuda de custo liberada aos nossos artistas

 

História de Brasília

Os blocos de nossas superquadras, principalmente os do IAPB, atenderam a esse dispositivo legal, mas a entrega de correspondência não funciona. O carteiro tem, mesmo, que subir os diversos andares, e entregar a correspondência em casa. (Publicada em 15.03.1962)

Teatro Nacional

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

 

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Agência Brasil

 

         Estamos a caminho de vir a lamentar por dez anos o fechamento do mais importante e icônico espaço cultural da capital do país. Pensar que Brasília, com toda a importância que possa ter para o país e para o mundo, mantem fechado, a mais de uma centena de meses, o Teatro Nacional, obra fincada bem no coração da cidade, é algo assustador e ao mesmo tempo motivo de desalento e frustração para toda uma classe de artistas, dentro e fora da cidade.

         Eis aqui um modelo acabado do descaso com a cultura. Pensar também que, a pouco mais de dois quilômetros desse teatro magnífico, e que hoje serve como uma espécie de almoxarifado para o governo local, ergue-se imponente, desajeitado e inútil o mastodonte Estádio Mané Garrincha, onde caminhões de dinheiro dos contribuintes foram criminosa e desnecessariamente despejados, dói na alma dos brasilienses de bem.

         Não é por outra razão, que muitos consideram a bagagem cultural de um governante, um dos principais requisitos para todo e qualquer gestor público. De fato, nosso principal e mais belo palco para artes continua fechado porque as autoridades que tinham obrigação de cuidar desse patrimônio cultural de todos não entendem o significado do que venha a ser arte ou cultura.

         Quando um cartão de visita, do porte do Teatro Nacional, permanece por tanto tempo esquecido e fechado, cheio de lixo e tralhas, o que se depreende é que estamos todos entregues em mãos despreparadas para tal missão ou sob a gestão de gente primitiva e tosca que despreza o universo da cultura. Gente, para quem artes e artistas de toda espécie devem ser deixados à própria sorte ou ao relento.

         Não são poucos os brasilienses que se envergonham quando são perguntados, pelos visitantes, sobre o destino atual do Teatro Nacional e as salas Villa-Lobos, Martins Penna e Alberto Nepomuceno. O que teria ocorrido nos bastidores do governo local e da própria Câmara Legislativa para que esse Teatro tenha sido esquecido por tanto tempo? Não é normal, em país algum, só aos que estão mergulhados em guerra, deixarem-se ao abandono e à ruína, teatros dessa importância. Meninos e meninas que hoje andam por volta dos 10 anos de vida, desconhecem o Teatro Nacional seus espaços e sua importância. E isso é grave.

         Muitos outros moradores locais, que poderiam ter a oportunidade de conhecer a arte nesse espaço espetacular, talvez nunca venham a ter essa experiência. Escolas, que antes organizavam caravanas de alunos para visitar e vivenciar esse espaço e suas apresentações, perderam essa oportunidade. O que acontece no interior desse monumento esquecido se reflete em seu entorno próximo. Entregue ao abandono e ao esquecimento duradouro, toda essa área belíssima, com seu paisagismo bem elaborado, transformou-se hoje em área de valhacouto de delinquentes e drogados, colocando, em grande perigo, quem ousa transitar na região.

         Para os que se contentam com pouco ou se satisfazem com as promessas vãs de que aquele espaço vai voltar a vida em breve, resta admirar, de longe a arquitetura desse prédio monumental. Como uma casca de concreto a exibir, talvez, o período mais fértil de criação do arquiteto Oscar Niemeyer, o Teatro Nacional, por qualquer ângulo que se aviste, é uma obra e uma escultura de arte por si só, a iluminar as tardes e a noite da capital, sinalizando no horizonte a promessa de que seu interior e sua alma ainda hão de voltar a vida, renascendo das ruínas do abandono.

 

A frase que foi pronunciada:

“O teatro é o primeiro soro que o homem inventou para se proteger da doença da angústia.”

Jean Barrault

Jean Louis Barrault. Foto: Coleção Fotografias de Carl Van Vechten da Biblioteca do Congresso dos EUA

 

Pelo DF

Em toda essa festa da posse dos novos senadores, o comentário no cafezinho é a falta que o representante do DF, Reguffe, vai fazer. Como exemplo de parlamentar que abriu mão de todas as regalias, inclusive plano de saúde, mostrando a perfeita harmonia e ritmo entre discurso e prática.

Senador Reguffe. Foto: senado.leg.br

 

IFB

Uma herança recebida pela capital do país é o Instituto Federal de Brasília. Com campus em várias regiões administrativas, é lá que o estudante que quer crescer profissionalmente encontra os primeiros caminhos. São centenas de vagas gratuitas de formação inicial e continuada, desde moda à robótica.

IFB. Foto: Divulgação

 

Dez anos

Quem está feliz da vida com a mudança na rotina é Claudia Lyra. Hoje, é gerente de Relações Institucionais da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, CNseg.

Arte: cnseg.org

 

Boas vindas

Segunda-feira será o grande dia para a Saúde do DF. Dentistas (125), Médicos (447), Especialistas (454), Enfermeiros (220) serão nomeados para reforçar o atendimento à população.

Cartaz: divulgação da SESDF

 

História de Brasília

Há uma lei no Brasil, segundo a qual todos os prédios de mais de três andares, devem ter caixa coletora de correspondência para cada apartamento, separadamente, no térreo. (Publicada em 15.03.1962)

Vida digna pela paz, educação e trabalho

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

 

Maternidade bombardeada na Ucrânia. Foto: MFA Ucrânia / Twitter

 

         Novos tempos se aproximam, enquanto crises se aprofundam de todos os lados. Um mundo mais imediatista, onde guerras se instalam com diferentes tipos de armas. Quando a humanidade, por suas escolhas, vê-se, mais um vez em sua história, imersa nos campos áridos da disputa e da luta fratricida, é sempre necessário e vital buscar, nas pausas da reflexão, a luz e a sabedoria daqueles que, por sua experiência e bom senso, podem indicar os caminhos de volta à vida.

         É em encruzilhadas e abismos, como agora se anunciam no Leste da Europa, que, mais do que nunca, é preciso convocar a presença dos verdadeiros construtores de pontes, a restabelecer laços e vínculos perdidos. “É na viagem que fiz à Romênia e à Eslováquia, quando passava pelas aldeias havia pessoas que me cumprimentavam, rapazes, garotas, jovens casais, homens jovens, mulheres jovens, mas de uma certa idade só havia mulheres; quase não havia homens idosos: a guerra! Tudo isso é muito duro. Acredito que temos que reagir, a guerra é terrível. E temos que fazer algo novo sobre esse fracasso, encontrar uma lição de vida nisso,” disse o papa Francisco à Delegação do Instituto de Estudos Internacionais de Salamanca (Espanha), na quinta-feira, 26 de janeiro de 2023.

         Nesse momento, a Educação parece ganhar uma dimensão toda especial e urgente, uma vez que se observa que, é justamente por se afastar de uma educação que induza à fraternidade e à partilha que, mais uma vez, ouve-se falar em guerras e destruições.

         A educação, nos moldes em que ela é ativamente desenvolvida em vários países do globo, estimula, sobremaneira, o espírito da competição entre o alunado, para que sobreviva numa sociedade cada vez mais competitiva e excludente. Essa é a raiz da maioria das guerras.

         Para a educadora italiana, construtora de pontes, Maria Montessori (1870-1952), na educação estruturada para a competição, está o princípio da maioria das guerras que temos assistido ao longo da história humana. “A paz – dizia ela – não escraviza o homem, pelo contrário, ela o exalta. Não o humilha, muito ao contrário, ela o torna consciente de seu poder no universo. E porque está baseada na natureza humana, ela é um princípio universal e constante que vale para todo ser humano.”

         É esse princípio que deve ser nosso guia na elaboração de uma ciência da paz e na educação dos homens para a paz. Tivessem os generais e políticos que hoje estão envolvidos direta e indiretamente nesse conflito envolvendo a Rússia e a Ucrânia recebido, em tempo de escola, uma educação próxima daqueles conceitos Montessorianos, por certo, não estaríamos assistindo agora ao espetáculo horrendo da dança da morte nos campos de batalha.

         O que os soldados fazem agora nas frentes de batalha, a mando de seus superiores, é repetir o modelo de competição que recebiam em suas escolas. Com uma diferença: agora os jogos e as disputas saíram das salas de aula e estão sendo praticadas de arma em punho, numa autêntica caça humana.

         Sempre que possível, é preciso aprofundar o tema educação, incentivando a reflexão pelo pacto Educativo Global, conforme convocado pelo próprio Papa. Entre os objetivos, estão: Analisar o contexto da educação na cultura atual, e seus desafios potencializados pela pandemia. Verificar o impacto das políticas públicas na educação. Identificar valores e referências em vista de uma educação humanizadora na perspectiva da solidariedade. Pensar o papel da família, da comunidade e da sociedade no processo educativo, com a colaboração dos educadores e das instituições de ensino. Incentivar propostas educativas que promovam a dignidade humana, a cultura do encontro e o cuidado com a casa comum. Promover uma educação comprometida com novas formas de economia, de política e de progresso verdadeiramente a serviço da vida humana, em especial, pelo trabalho.

 

A frase que foi pronunciada:

“Não há necessidade de provar que a educação é o maior bem para o homem. Sem educação, as pessoas são rudes, pobres e infelizes.”

Chernyshevsky

Nikolay Gavrilovich Chernyshevsky. Imagem: domínio público

 

Água

Em tempos de chuva é que se vê a qualidade das obras da cidade. Algumas se destacam pelo serviço bem feito com material consistente. É preciso mais atenção na contratação de empresas de terraplanagem e pavimentação asfáltica. As reclamações estão por todos os lados.

Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília

 

Marimbondos e abelhas

Momento de discussão de preservação de flora e fauna merece um tempo de reflexão. O Corpo de Bombeiros não é capacitado pra o tratamento de invasão de abelhas. Por isso, quando é chamado, o protocolo é exterminar. É hora de a Embrapa disponibilizar um ramal para chamados de urgência quando for preciso tratar de marimbondos e abelhas.

Foto: Reprodução/CBMDF

 

História de Brasília

Os fiscais da NOVACAP, aproveitando a expulsão dos que estavam em situação irregular, vivem, agora, pressionando os que ficaram, e o suborno é um fato. É comum um fiscal chegar a um comerciante, insinuar-se o dono de tudo, fazer “compras” e não pagar. (Publicada em 15.03.1962)

Feliz ano novo é…

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

 

Posse do Lula, em 1º de janeiro de 2003. Foto: Senado Federal.

 

          Feliz ano novo, mas com os velhos ideais de justiça e solidariedade. Ano novo sim, mas com os velhos e fiéis amigos que restaram, que não abandonaram o barco, mesmo diante das tempestades anunciadas no horizonte. Ano novo para todos que possuem fígado sadio, pronto para aguentar as torpezas da água ardente e para aqueles que creem ainda que novas jornadas e descobertas são possíveis com o uso de velhas e malfadadas fórmulas. Novo ano sim, mas apenas para os inocentes, crianças e idosos, que sonham e imaginam sempre um paraíso distante. Feliz ano novo para aqueles que seguem os mandamentos sagrados e, nem por um instante, acreditam nos homens, mesmo que não os desprezem. Feliz ano 2023, quando a Terra, mais uma vez, completa seu movimento de translação, viajando à 107.000 Km por hora, em torno de sua estrela, indiferente ao destino da humanidade.

         Feliz ano novo com tudo de bom que o passado nos legou. Feliz ano ano novo com a velha e boa ética de sempre. Feliz ano novo com os velhos sonhos de juventude, dos jeans surrados, da cabeleira comprida e das apostas num mundo melhor. Feliz ano novo, com a esperança de que aqueles loucos anos de esperança e de simplicidade de vida venham a acontecer de verdade.

         Um novo tempo chega com o desejo antigo de casas abertas, de ruas limpas e sem a violência moderna que nos aprisiona em celas fortificadas, sem as velhas carrancas a assombrar a todos, sem a velha censura e sem o renascimento dos ministérios da verdade. Feliz ano novo com juízes mergulhados em velhos alfarrábios de leis, que sequer eram vistos pela população. Feliz ano novo, com a volta das fofocas inocentes e não com o assassinato de reputações feitas agora por meio das chamadas fakes news. Que 2023 chegue com os novos computadores super potentes, mas sem esquecer das cartas e dos bilhetinhos, mais íntimos e mais realisticamente humanos. Feliz ano novo, mas com as velhas paixões do passado. Feliz ano novo, mas com a antiga saúde e ânimo de juventude, as boas lições do passado. Feliz ano novo, mais sempre na esperança de que, um dia, esse velho e cansado país encontre seu lugar entre as nações desenvolvidas do planeta.

         Feliz ano novo, sem as velhas picuinhas e sem os novos mimimis. Feliz ano novo, mas com atenção renovada ao que sempre alertaram os mais vividos. Feliz ano novo, mas com o olhar focado no retrovisor do passado, para que a noção de direção não se perca.

         Feliz ano novo e ouvidos atentos e ligados em velhas promessas dos vendedores de ilusão. Feliz ano novo a todos, mesmos para aqueles que apontam caminhos velhos e rotas para o precipício. Quem sabe aprendam com erros do passado e tomem tenência e se aprumem. Feliz ano velho para todos os que acreditam que ideologias são como ficção. Existem apenas dois lados: o do bem e do mal. Essa é uma lição antiga que vale também para cada ano novo.

         Feliz ano novo para aqueles que não acreditam em nada, inclusive na existência de votos de um feliz ano novo. Feliz ano novo apesar de tudo. Feliz e novo ano!

 

A frase que foi pronunciada:

“Todo novo começo vem do fim de algum outro começo.”

Sêneca

Imagem: reprodução da internet

 

Curiosidade

Foi em 2006 que, na cidade de Tann, na Alemanha, uma cervejaria criou a Pabstbier, ou “cerveja do Papa”. No rótulo, está escrito: “Dedicada ao grande filho de nossa pátria, Bento XVI”.

Papa Emérito Bento XVI. Foto: vaticannews.va

 

Crime

Depois de vários comentários em uma postagem fake, onde usaram o nome do jornalista Alexandre Garcia como autor, é possível atestar como nesse mar da Internet navegam tantos piratas.

Foto: facebook.com/alexandregarciaoficial

 

Ad aeternum

Desde 2009, anuncia-se que o país terá mais de 15 mil telecentros. Por onde estão?

Guardião

Existe uma pessoa do PMDB que nunca escondeu a animação com o novo tempo de Simone Tebet. Seu fã é Pedro Simon, ex-senador, que acompanha passo a passo da futura ministra.

Simone Tebet. Foto: WALDEMIR BARRETO/AGÊNCIA SENADO

 

Piadas alheias

Bombam informações na Internet sobre porta dos fundos, saídas, merecimento, é do feitio. Por outro lado, fala-se em grades. Estar atrás de uma porta é sempre melhor.

Ilustração: reprodução da internet

 

História de Brasília

Os japoneses saíram, os mercadinhos não foram reformados, as mesmas portas que estavam caindo já caíram ou vão cair, e nenhuma providência foi tomada. Como resultado, a frequência aos mercadinhos diminuiu demais, e os que ficaram, estão ameaçados de grande redução no volume de vendas. (Publicada em 15.03.1962)

O que se paga e o que se vê

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

 

Charge: novoeste.com

 

Sendo o Brasil o país dos paradoxos, não é de se estranhar que os reajustes na tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), medida que, à primeira vista, tem como objetivo reduzir a carga tributária para os contribuintes de baixa renda, acaba, por malabarismos contábeis, produzindo um efeito negativo sobre a desigualdade de renda.

A situação que faz com que os brasileiros suportem uma das maiores cargas tributárias do planeta criou, entre a população, uma espécie de cultura do escapismo e do drible, levando os pagadores de imposto a criarem as mais inventivas formas de escapar da mordida do leão.

Alguém tem que pagar essa conta que vai aumentar muito. Essa questão ganha ainda mais um complicador, quando se verifica que os gastos governamentais, a cada ano que passa, ganham mais e mais opacidade, mesmo com as leis de transparência exigindo o contrário.

As pedaladas nas contas públicas mostram que a manipulação das contas do governo indica que a realidade dos gastos e do quantitativo de numerários dentro dos cofres da Nação não coincidem. Gasta-se mais e por isso tributa-se mais ainda, num ciclo sem fim e que, no final do frigir dos ovos, provoca um retraimento no desenvolvimento do país. Gasta-se e gasta-se mal, o que é pior.

Imposto, que as gramáticas definem como sendo o particípio passado do verbo impor, nunca, em tempo algum e em nenhum lugar do planeta, foi aceito de bom grado e entendido como minimamente razoável por quem quer que seja. Não é por outra razão que, ao longo de toda a história da humanidade, muitas injustiças e crimes e mesmo guerras foram praticadas contra a imposição desses encargos financeiros sobre os ombros da população.

Do ponto de vista do governo e daqueles que defendem essa cobrança, essa é a única forma disponível, até o presente, para financiar as ações do Estado dentro de uma sociedade. Essa visão, contudo, não possui sustentação duradoura quando se observa que, por se tratar de um tributo que não está diretamente vinculado a uma prestação de serviço de interesse do cidadão, pode ser utilizado para infinitas outras atividades, muitas delas de interesse imediato e direto apenas daqueles que compõem o governo e de grupos de interesse que orbitam ao redor do poder.

Assim sendo, o contribuinte, mesmo esclarecido de que não há nada e nenhum contrato que lhe assegure que haverá uma contrapartida na prestação de serviços é instado a entregar, ao governo, todo o ano, grande parte do que produziu. A não observância desse preceito acarreta severas sanções ao infrator, principalmente se ele estiver locado na base da pirâmide social, onde a realidade só possui dois matizes: preto e branco.

Cálculos diversos têm demonstrado que o Imposto de Renda no Brasil tem incidência bem menor sobre os rendimentos dos mais ricos, que abrigam suas riquezas em fontes não tributáveis, como é o caso de lucros e dividendos distribuídos aos sócios de empresas. Para cada R$1 de rendimento taxado pelo IR dos mais ricos, outros R$ 2 ficaram isentos de tributação. Inversamente para aqueles que percebem entre um e dois salários mínimos, para cada R$ 1 de renda isenta, outros R$ 7,60 foram tributados, na fonte ou na declaração do IR. Mesmo quanto às contrapartidas advindas de uma das maiores cargas tributárias do planeta, no Brasil, essa questão adquire contornos surrealistas, quando se verificam as péssimas condições em que se encontram hoje hospitais, escolas, segurança pública e outros quesitos necessários a uma vida digna.

O brasileiro, cumpridor de seus deveres, paga, religiosamente, seus tributos, embora saiba, no seu íntimo, que esses recursos jamais lhes serão restituídos com a devida justeza na forma de serviços públicos.

 

A frase que foi pronunciada:

“O homem não é como os outros animais nos aspectos realmente significativos: os animais têm instintos, nós temos impostos.”

Erving Goffman

Erving Goffman. Foto: en.wikipedia.org

 

No ar

Regras mais rígidas para as empresas aéreas que venderem duas passagens para o mesmo acento. Os direitos dos consumidores, nesse caso, garantem desde o direito de não aceitar outra passagem, mas o dinheiro de volta, à possibilidade de acionar a justiça por danos morais.

Foto: migalhas.com

 

Prática recorrente

Bancos que enviam cartão de crédito, mesmo que bloqueado, sem que tenha sido solicitado cometem prática abusiva e também podem ser processados por dano moral.

Charge: economiaclara.wordpress.com

 

Merecido

Grande destaque nas leis aprovadas pela Câmara dos Deputados foi dado pela Agência Câmara para a habitação para policiais civil, militar, federal, rodoviário federal, penal; bombeiros, agentes penitenciários, peritos e guardas municipais. O próximo passo deve ser um plano de saúde mais abrangente.

Foto: Divulgação/SSP-DF

 

História de Brasília

A NOVACAP botou para fora dos mercadinhos os japoneses que estavam explorando. Disse, depois, que os boxes estavam imprestáveis, tal a falta de conservação. Afirmou, então, que faria a reforma, entregaria a produtores. (Publicada em 15.03.1962)

Praças do Brasil

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

 

Foto: Rubens Cavallari / Folhapress

 

         Nas muitas praças públicas, espalhadas por todo esse imenso país, rodeadas por muitas árvores e sombras, é comum, quando a tarde se aproxima, notar a presença de muitos idosos, que se reúnem em pequenos grupos, matando o tempo com conversas saudosas ou, simplesmente, envolvidos em jogos como dama, xadrez, carteado e outras modalidades de disputa.

         Nesses lugares, como ocorre em toda a vida, há aqueles que se destacam nesse ou em outros jogos, ganhando com isso certa fama no local. Não raro, alguns desses jogos inocentes são turbinados por apostas, feitas por debaixo do pano, em dinheiro vivo, talvez para conferir maior suspense às disputas. Não é muito dinheiro, pois os aposentados, neste nosso país, vivem, ou melhor, sobrevivem no limbo, entre as necessidades vitais e algum pequeno prazer momentâneo, nem que seja a conquista de cinco ou dez reais a mais, suficiente para a compra de alguns pães ou uma lata de cerveja; mas que, no íntimo, produz aquela sensação prazerosa de vitória, numa fase da vida em que as derrotas se avolumam sem cessar.

          Aqueles que cruzam esses espaços, apressados e envolvidos nos afazeres infindáveis do dia, sequer notam que, por todo lado, nessas praças reais, ali estão, como num holograma gigante projetado no espaço, a imagem exata do que serão ou estarão fazendo num futuro breve. A convivência com os semelhantes, nessa fase da vida, em que a solidão vem cobrar seu alto preço pela decrepitude, ajuda a dissipar as dores e os maus presságios.

         É preciso repartir tanto o longo passado como o futuro breve. Ainda mais num país como o nosso, em eterno e turbulento processo de vir a ser desenvolvido, essa aproximação sorrateira da terceira ou quarta idade é sempre um tempo de apreensões. É de notar que o avanço da medicina, mesmo apesar das carências existentes na saúde pública de nosso país, tem ajudado a aumentar o número de idosos; com isso os jogos e as disputas ganham até plateias e torcedores. O problema é que essas praças, muitas delas, construídas num passado longínquo, quando a cidade era menor e com menos carências, já não oferecem espaços suficientes para essas novas levas de idosos que chegam.

         Curioso é notar que, nessa parte urbana e específica em cada canto de nosso país, estão concentradas amostras reais de cidadãos que, por sorte ou azar, chegaram à velhice. A questão aqui é o que fazer com essa massa específica de brasileiros, que cresce a cada dia, de modo a tornar essa fase da vida, para todos eles, a mais prazerosa possível ou, quem sabe, a menos sofrida. A verdade é que a sociedade, no geral, não possui olhos adequados para essa realidade que é de cada um e de todos.

         Dessa forma, é comum que praças como essas, que existem aos milhares em nosso país, tornem-se espaços invisíveis à população e ao próprio governo. As praças são apenas um ponto geográfico e material, que servem de cenário ou pano de fundo para o que interessa realmente: que é a massa humana que nela se encontra.

          É essa paisagem humana que importa. São pessoas tornadas, com o tempo, árvores frondosas, de profundas raízes e que merecem ser cuidadas. São, portanto, nossos jardins, plenos de vida.

 

A frase que  foi pronunciada:

“Desejo que toda vida humana seja pura liberdade transparente.”

Simone de Beauvoir

Foto: Simone de Beauvoir em Paris em 1945. Denise Bellon (Álbum) – (brasil.elpais.com)

 

Transição

Frei Benedito, do Santuário São Francisco de Assis, explicava, durante a missa, que o poder não nos pertence. O poder é a oportunidade que se tem de prestar serviço ao semelhante.

Santuário São Francisco de Assis. Foto: divulgação.

 

Na linha

Por falar em poder, os seguranças dos órgãos públicos de Brasília são os que mais penam. Apesar de a capital federal ser criticada por ter moradores arrogantes, geralmente estes, vêm de outros estados. Agora mesmo, no burburinho de equipe de transição, seguranças são orientados para uma prática, mas, depois de reclamações dos poderosos, são desautorizados e orientados à mais flexibilidade. Bem diferente daquele oficial norte americano, interpelado por um diplomata brasileiro, que queria passar pela barreira instalada no trânsito. Nosso compatriota perguntou ao funcionário do estado americano se ele sabia com quem estava falando. A resposta foi curta e grossa: “Não sei quem é o senhor, mas eu sou a lei!”

Assefaz

O Plano de Saúde da Assefaz tem um projeto que funciona como grupo de apoio aos familiares de pacientes hospitalizados. A intenção é fortalecer a família para poder cuidar bem do doente. São reuniões presenciais, onde as experiências são compartilhadas e os familiares acolhidos.

Foto: divulgação

Social

Saiu o resultado da campanha “Leia com uma criança”, que alcançou, nesta edição, 1 milhão de crianças em 659 municípios, sendo que 74% deles (487) estão entre os mais vulneráveis do país. No total, 2 milhões de livros foram distribuídos por meio de Secretarias Municipais de Educação e organizações da sociedade civil (bibliotecas comunitárias, associações de bairro, dentre outras). Destes, 8.964 são em formato acessível ou braile.

Print: itausocial.org

 

História de Brasília

Em tudo, registre-se a atitude apática do sr. Willy, que de braços cruzados, assistiu à demolição de sua casa, à evacuação de seus móveis, qual o samba de Adoniram Barbosa, relembrando “Maloca Querida”. (Publicada em 14.03.1962)

Micro e Macro cosmos

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

 

Charge do Laerte

 

          Como bem observaram alguns internautas: o advento da internet, no século XX, assim como a invenção do microscópio feita quatro séculos antes, pelos holandeses Hans e Zacarias Janssen, possuem certa semelhança, quando se verifica que tanto um avanço científico como o outro mostraram que as “criaturinhas” invisíveis, a olho nu, estavam o tempo todo ali naquele espaço, vibrando e emitindo seus sinais de vida. Dizer, pois, que a Internet deu voz aos imbecis é um erro. Navegar pela rede mundial de computadores deu voz e vez àqueles que não tinham nem uma coisa nem outra. A amplificação da voz do povo, propiciada por esse avanço tecnológico, aproximou-a, ainda mais, da voz de Deus, conferindo-lhe potência de transmissão, capacidade de capilaridade, criando uma ponte entre dois abismos formados por uma elite, que se diz dona plenipotenciária do Estado, e uma maioria, que simplesmente não acredita nessa lenda.

         Por isso mesmo, aqueles que pretendem sua regulação ou, mais objetivamente, sua censura ou retirada do ar, como fazem ainda alguns países de crenças muçulmanas e/ou comunistas, mostram que não podem tolerar o retumbar e o eco das vozes livres.

          Acreditar que apenas o lado da força tem razão nessa disputa equivaleria a dizer que não existem os seres microscópicos, e que é tudo uma invenção desses aparelhos que ampliam as imagens. Portanto, caminham para um campo perigoso, todos aqueles que pensam decretar leis banindo a existência desses microrganismos. Melhor seria dizer logo que nada no mundo fantástico da física quântica existe de fato, sendo tudo uma mera criação fictícia. Serão, pois, os ditos “imbecis”, assim como os agentes patogênicos microscópios, que irão, por sua capacidade de resiliência e sempiterna potência, provocar o adoecimento e o colapso desses macrocorpos.

         Talvez, esteja mesmo nessa característica microscópica e transformadora desses “imbecis” e diminutos, todo o potencial que necessitam, para liquidar, de uma vez por toda, com esse novo leviatã gigante, que acredita estar só no controle do Estado. Banir os microscópios, não possui o condão de banir os micróbios que estão por todos os lados. Decretar, por meio de leis coercitivas, o acesso livre às redes sociais ou à Internet, criando uma espécie de antibiótico para cessar o poder de multiplicação desses seres invisíveis, no máximo, irá criar ainda mais resistência a esses remédios, forçando o aparecimento de uma nova cepa de superbactérias, com mais voz e mais poder de ação. A Internet, esse infindável oceano onde flutuam imensidões de microplânctons, não pode ser represada por uma caneta. É muita pretensão! É uma ousadia pueril! Melhor reconhecer antes: “Cesse tudo o que a Musa antiga canta, que outro valor mais alto se alevanta”.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Onde termina o telescópio começa o microscópio, e quem tem a visão mais ampla?”

Victor Hugo

Victor Hugo. Foto: wikipedia.org

 

2017

Dizia o então senador Cristovam Buarque, por Brasília: “Hoje, toda relação é pública. Acabou a privacidade nas relações políticas e isso é bom. Precisamos retomar a decência, a inteligência e a credibilidade da política.” Depois de quase sete anos desse discurso, parece que o Brasil dá um passo para frente e cinco para trás.

Caricatura: carlossam.blogspot.com.br

 

Papai Noel

Diz a lei que pelo menos 5% dos parquinhos infantis devem ter brinquedos adaptados para crianças com deficiência. Ou a lei é ineficaz ou os brinquedos já são adaptados.

Parquinho SQN 215 Norte. Foto: pezinhoforadecasa.com

 

Inabalável

É preciso reconhecer a humildade do senador Paulo Paim. Trabalha conciliando, agregando e recebendo a opinião de líderes por todos os lados. Nunca deixou seus eleitores para ocupar cargo no governo. Sempre sensato entre o discurso e a prática. Paim pode andar pelas ruas tranquilamente, porque é querido de toda a gente.

Senador Paulo Paim. Fonte: Senado.gov.br

 

Desoprimir

Resumindo a situação mundial, inclusive cibernética, o internauta anônimo postou: “Se correr Wikipedia, se ficar o Google Chrome.”

Imagem: internet

 

Crer para ver

Quando estiver passando em frente ao Teatro Nacional, observe os tapumes que escondem a sala Martins Penna. Eles guardam a esperança dos apreciadores da arte de Brasília. Enfim, o governador Ibaneis garante que poderá entregar, ao público, em dois anos aproximadamente, as duas salas de espetáculos mais importantes da capital do país.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Agência Brasil

 

História de Brasília

Mas façamos justiça. O Chez Willy foi a história da Cidade Livre no setor de restaurantes. Enquanto toda a cidade possuía apenas lojas improvisadas, com mascates estabelecidos, um restaurante dava ao ambiente o destaque internacional, o toque de cozinha de bom gosto. (Publicada em 14.03.1962)

Outro valor mais alto se alevanta

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

 

Charge do Laerte

 

          Como bem observaram alguns internautas: o advento da internet, no século XX, assim como a invenção do microscópio feita quatro séculos antes, pelos holandeses Hans e Zacarias Janssen, possuem certa semelhança, quando se verifica que tanto um avanço científico como o outro mostraram que as “criaturinhas” invisíveis, a olho nu, estavam o tempo todo ali naquele espaço, vibrando e emitindo seus sinais de vida. Dizer, pois, que a Internet deu voz aos imbecis é um erro. Navegar pela rede mundial de computadores deu voz e vez àqueles que não tinham nem uma coisa nem outra. A amplificação da voz do povo, propiciada por esse avanço tecnológico, aproximou-a, ainda mais, da voz de Deus, conferindo-lhe potência de transmissão, capacidade de capilaridade, criando uma ponte entre dois abismos formados por uma elite, que se diz dona plenipotenciária do Estado, e uma maioria, que simplesmente não acredita nessa lenda.

         Por isso mesmo, aqueles que pretendem sua regulação ou, mais objetivamente, sua censura ou retirada do ar, como fazem ainda alguns países de crenças muçulmanas e/ou comunistas, mostram que não podem tolerar o retumbar e o eco das vozes livres.

          Acreditar que apenas o lado da força tem razão nessa disputa equivaleria a dizer que não existem os seres microscópicos, e que é tudo uma invenção desses aparelhos que ampliam as imagens. Portanto, caminham para um campo perigoso, todos aqueles que pensam decretar leis banindo a existência desses microrganismos. Melhor seria dizer logo que nada no mundo fantástico da física quântica existe de fato, sendo tudo uma mera criação fictícia. Serão, pois, os ditos “imbecis”, assim como os agentes patogênicos microscópios, que irão, por sua capacidade de resiliência e sempiterna potência, provocar o adoecimento e o colapso desses macrocorpos.

         Talvez, esteja mesmo nessa característica microscópica e transformadora desses “imbecis” e diminutos, todo o potencial que necessitam, para liquidar, de uma vez por toda, com esse novo leviatã gigante, que acredita estar só no controle do Estado. Banir os microscópios, não possui o condão de banir os micróbios que estão por todos os lados. Decretar, por meio de leis coercitivas, o acesso livre às redes sociais ou à Internet, criando uma espécie de antibiótico para cessar o poder de multiplicação desses seres invisíveis, no máximo, irá criar ainda mais resistência a esses remédios, forçando o aparecimento de uma nova cepa de superbactérias, com mais voz e mais poder de ação. A Internet, esse infindável oceano onde flutuam imensidões de microplânctons, não pode ser represada por uma caneta. É muita pretensão! É uma ousadia pueril! Melhor reconhecer antes: “Cesse tudo o que a Musa antiga canta, que outro valor mais alto se alevanta”.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Onde termina o telescópio começa o microscópio, e quem tem a visão mais ampla?”

Victor Hugo

Victor Hugo. Foto: wikipedia.org

 

2017

Dizia o então senador Cristovam Buarque, por Brasília: “Hoje, toda relação é pública. Acabou a privacidade nas relações políticas e isso é bom. Precisamos retomar a decência, a inteligência e a credibilidade da política.” Depois de quase sete anos desse discurso, parece que o Brasil dá um passo para frente e cinco para trás.

Caricatura: carlossam.blogspot.com.br

 

Papai Noel

Diz a lei que pelo menos 5% dos parquinhos infantis devem ter brinquedos adaptados para crianças com deficiência. Ou a lei é ineficaz ou os brinquedos já são adaptados.

Parquinho SQN 215 Norte. Foto: pezinhoforadecasa.com

 

Inabalável

É preciso reconhecer a humildade do senador Paulo Paim. Trabalha conciliando, agregando e recebendo a opinião de líderes por todos os lados. Nunca deixou seus eleitores para ocupar cargo no governo. Sempre sensato entre o discurso e a prática. Paim pode andar pelas ruas tranquilamente, porque é querido de toda a gente.

Senador Paulo Paim. Fonte: Senado.gov.br

 

Desoprimir

Resumindo a situação mundial, inclusive cibernética, o internauta anônimo postou: “Se correr Wikipedia, se ficar o Google Chrome.”

Imagem: internet

 

Crer para ver

Quando estiver passando em frente ao Teatro Nacional, observe os tapumes que escondem a sala Martins Penna. Eles guardam a esperança dos apreciadores da arte de Brasília. Enfim, o governador Ibaneis garante que poderá entregar, ao público, em dois anos aproximadamente, as duas salas de espetáculos mais importantes da capital do país.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Agência Brasil

 

História de Brasília

Mas façamos justiça. O Chez Willy foi a história da Cidade Livre no setor de restaurantes. Enquanto toda a cidade possuía apenas lojas improvisadas, com mascates estabelecidos, um restaurante dava ao ambiente o destaque internacional, o toque de cozinha de bom gosto. (Publicada em 14.03.1962)

Novos tempos novos modos de consumo

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

 

Arte: terracoeconomico.com

 

         Novos tempos requerem novas formas de pensar. É com esse mote que muitos países desenvolvidos estão hoje direcionando suas economias, buscando otimizar, ao máximo, o uso de seus recursos naturais, reduzindo o consumo de matéria-prima virgem e conferindo prioridade aos insumos duráveis, recicláveis e renováveis.

         Esse pensamento se estende também à produção de energia, matéria-prima fundamental para qualquer projeto de desenvolvimento. De fato, o mundo se acha hoje numa encruzilhada que coloca, num mesmo ponto, a superpopulação do planeta, frente ao esgotamento cada vez maior dos recursos naturais da Terra. A questão aqui é como compatibilizar crescimento geométrico demográfico e escassez de alimentos e outros itens necessários e vitais à sobrevivência da espécie humana. Cabe aos seres humanos resolverem, o quanto antes, os problemas criados por eles mesmos, sobretudo no que diz respeito às velhas relações econômicas, baseadas, desde sempre, na produção e no consumo em larguíssima escala. Trata-se de um problema de dimensões planetárias e que agora está a exigir mudanças do tipo revolucionárias, a começar pela reeducação de cada indivíduo, colocando-o realisticamente diante da dupla opção: ou mudar a forma e sua relação com o mundo, ou buscar viver em outro planeta distante.

         O esgotamento dos recursos naturais é uma realidade inconteste e da qual não há fuga ou plano B, pelo menos por enquanto. O consumo diário e crescente de mais de sete bilhões de indivíduos tem exigido, cada vez mais, o uso de recursos naturais que vão muito além da capacidade do planeta em prover. O resultado dessa descompensação pode ser evidenciado não apenas no grande número de conflitos armados e nas grandes levas de pessoas que migram em busca de oportunidade e alimentos, mas, sobremaneira, pela transformação paulatina do equilíbrio ecológico, com a advento do aquecimento global, escassez de água e poluição em níveis alarmantes de todo o ecossistema.

         Mais do que em qualquer outra época na história da humanidade, estamos postos agora diante de uma grande encruzilhada. Essa é, por exemplo, a questão dos lixões a céu aberto e os aterros sanitários e que, recentemente, vêm preocupando autoridades e a comunidade aqui no Distrito Federal. Na busca de uma solução adequada para o descarte de tamanha quantidade de lixo e outros dejetos, temos que reformular o problema em sua origem, mudando nossa forma de produzir e de consumi-los. Dentro dos modelos que temos atualmente de consumismo desenfreado, feitos a qualquer preço, é óbvio que não poderá existir solução definitiva para as montanhas de lixo produzidas diariamente. Algum dia, toda essa sobra acabará por engolir a todos nós.

         Com a economia compartilhada, em que o indivíduo divide o uso dos bens econômicos duráveis, dispondo para todos o que antes pertencia apenas a uma só pessoa, surgiu também, e vem ganhando cada vez mais adeptos, a chamada economia circular. Inscrita dentro do desenvolvimento sustentável, é também conhecida como ecologia industrial e propõe, basicamente, que os resíduos da indústria sirvam para o desenvolvimento de novos produtos, dentro de um ciclo de reaproveitamento dinâmico e constante, mantendo esses resíduos dentro de um modelo circular positivo ou quase infinito.

         Em seu aspecto prático a economia circular propõe o prolongamento máximo da vida útil dos produtos, objetivando “manter componentes e materiais em seu mais alto nível de utilidade e valor o tempo todo”. Dentro desse novo modelo, são privilegiados a mobilidade sustentável e o transporte público, entre outras medidas racionais de uso e desuso. Seus princípios são basicamente a preservação e o aumento do capital natural, a otimização na produção de recursos, o fechamento dos ciclos da economia, onde o desperdício não mais existe, os bens são reparados e reutilizados, com as matérias-primas vindas da reciclagem e não mais da extração direta da terra.

         Além desses princípios, contam também a promoção de um novo paradigma social, em que as relações sociais entram, transformando o consumidor em utilizador do produto, partilhando em vez de acumulando bens. Dentro dessa nova forma de pensar a economia e o planeta, será importante também, na eficácia do sistema, reduzindo danos a produtos e serviços necessários aos humanos como alimentos e habitação.

         Da economia compartilhada poderá nascer um homem novo ciente de suas responsabilidades com a preservação do planeta e da espécie. Existe ainda uma saída para esse impasse, que é o uso inteligente daquilo que a Terra provê a todos. Mas uma revolução como essa exigirá também um novo relacionamento com o planeta, por meio de longo processo de educação da sociedade, capacitando os novos habitantes da Terra a utilizarem, com parcimônia científica e metódica, os bens naturais que são de todos.

A frase que foi pronunciada:

“A reciclagem é mais do que uma resposta à crise ambiental e assumiu um papel simbólico no início da mudança da natureza das sociedades ocidentais e da cultura do consumo. De fato, muitos ambientalistas supõem que haverá uma mudança inevitável de nossa sociedade “descartável” para uma sociedade pós-industrial de “reciclagem” do futuro.”

Matthew Gandy

Matthew Gandy. Foto: matthewgandy.org

História de Brasília

Uma pessoa nossa conhecida pediu a substituição de um fusível, e o DFL cobrou 130 do fusível, 45 de mãe de obra, e 700 cruzeiros de transporte. Nem de taxi, meu Deus. (Publicada em 14.03.1962)

Educação digital

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

 

Foto: Caminhos da Reportagem/TV Brasil

 

          Das muitas consequências trazidas pela pandemia do Covid-19, algumas delas podem muito bem ser incluídas no rol dos efeitos positivos dessa doença, mostrando, mais uma vez, não apenas a capacidade ilimitada de resiliência do ser humano frente às catástrofes, mas sobretudo sua aptidão para retirar, dessas tragédias, ensinamentos e novos modelos de sobrevivência e de adaptação a um mundo em rápida mudança e indiferente aos destino dos homens sobre o planeta.

         Por certo a pandemia, provocou mudanças em todos os setores da vida humana, alterando padrões de comportamento dentro das sociedades, mostrando também a necessidade de se adotar novos modelos de interação, no trabalho, na produção e nas relações pessoais. Uma dessas mudanças, e que mais vem chamando a atenção de todos, vem justamente do setor produtivo laboral e intelectual.

         Houve uma aceleração no uso das tecnologias digitais e uma expansão exponencial dos meios de comunicação via mídias sociais. O trabalho remoto, que antes parecia uma inovação ainda distante da realidade de nosso país, ganhou fôlego e uma necessidade imediata, multiplicando, por mil, o número de pessoas que passou a dar expediente diretamente de casa.

         A pandemia provocaria também uma verdadeira revolução no ensino à distância, mostrando a possibilidade prática na aplicação das tecnologias digitais na educação de crianças e adultos. Às vésperas da chamada 4ª Revolução Industrial, marcada pela convergência de tecnologias digitais, físicas e biológicas, com automação total das fábricas e da adoção dos sistemas ciber físicos, de robôs, da inteligência artificial, no que vem sendo denominado internet das coisas, os sistemas educacionais devem, o quanto antes, adotar as novas tecnologias, modificando sensivelmente os antigos modelos de ensino, ao aproximar os alunos e mestres desse mundo em transformação.

          Daqui para frente o mundo será movido, essencialmente, pelas tecnologias já disponíveis e por aquelas que estão por vir num futuro próximo. De olho nessas mudanças, o plenário do Senado aprovou, nesta semana (20), Projeto de Lei vindo da Câmara dos Deputados, criando a Política Nacional de Educação Digital (PL 4.513/2020), prevendo o ensino, nas escolas públicas, das disciplinas de computação, programação e robótica. O projeto altera também dispositivos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, introduzindo, nos currículos da educação básica, o ensino das competências digitais ao longo de várias etapas, desde o ensino fundamental.

         Desse modo, todos os níveis de escolaridade incluirão, em seus currículos, aulas de programação, computação, robótica e outras disciplinas correlatas às tecnologias digitais. Também foram incluídas as demandas da educação digital no âmbito da Política Nacional do Livro. Os parlamentares que defenderam esse texto incluíram, ainda no Projeto, dispositivos que amparam e demonstram a necessidade de uma política de educação voltada para o mundo digital, observando as vulnerabilidades sociais e econômicas dos alunos brasileiros.

          Com isso, o projeto irá tratar, como prioritário, o atendimento aos alunos menos favorecidos. Diz a deputada Ângela Amin: “Os desafios, e os benefícios potenciais da educação digital são múltiplos. Do ponto de vista do mercado de trabalho, há uma lacuna de competências a preencher, pois um número crescente de empregos exige um alto nível de proficiência no uso de tecnologias e muitos novos empregos são baseados em habilidades digitais especializadas. Do ponto de vista social, o desafio é de inclusão: uma divisão digital entre aqueles com nenhuma ou apenas habilidades digitais básicas e outros com habilidades de nível superior pode ampliar as lacunas existentes na nossa sociedade e excluir ainda mais algumas partes da população.”

A frase que foi pronunciada:

“A tecnologia nunca substituirá os grandes professores, mas nas mãos de grandes professores, ela é transformadora.”

Jorge Couros

É Natal!

Indicativo de informação do Atacadão da Asa Norte: Senhores clientes, pessoas com diferentes tipos de deficiência fazem parte do corpo funcional deste estabelecimento. Pedimos a gentileza de conferir o valor cobrado nas frutas e legumes pesados. Agradecemos a solidariedade.

Atacadão. Print screen: Google Maps

 

Com exceções

O CPF pode passar a ser o único número de identificação geral para os brasileiros. A notícia divulgada pela Agência Câmara de Notícias informa ainda que a partir da vigência da futura lei, o CPF será usado como número em certidões (nascimento, casamento e óbito), como identificação perante o INSS (NIT), na carteira de trabalho, na CNH e outros. A matéria vai para a sanção presidencial

Foto: Divulgação/ Receita Federal

 

História de Brasília

Fechou o Chez Willy. O primeiro bom restaurante de Brasília, teve toda a promoção gratuita que um homem de negócios poderia desejar. Seu proprietário não entendeu assim, e passou a explorar. Fêz reformas no edifício, sem autorização do dono, e sublocou a sobreloja sem poder, pelo contrato. (Publicada em 14.03.1962)