Autor: Circe Cunha
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil
colunadoaricunha@gmail.com;
Com o fim do ciclo militar, há mais de três décadas, ficaram pelo caminho importantes e vitais mudanças necessárias para o aperfeiçoamento do sistema democrático. Esse fato, acabou por nos conduzir a um tipo de Estado, que pela falta de transparência, pelos numerosos casos de corrupção envolvendo altos membros dos três Poderes e pelo excesso de mordomias e de gastos suspeitos, ainda está muito distante do ideário democrático imaginado pelos brasileiros.
Na realidade, para muitos analistas, a qualidade de nossa democracia, analisada sob o aspecto dos seguidos casos de corrupção, consegue ser ainda pior do que durante o regime militar. Na verdade, o modelo de democracia que temos hoje serve melhor aos políticos e às dezenas de partidos do que à população. Aliás, o imenso distanciamento entre a população e os partidos políticos é um dado que reforça a péssima avaliação de nosso sistema de representação.
Há, e todos enxergam isso, a formação de um fosso intransponível entre a representação política e a sociedade. A desmoralização dos partidos, mesmo irrigados com bilhões de reais de recursos públicos, é outro dado que mostra claramente que passados todos esses anos, ainda engatinhamos no quesito democracia representativa ao estilo dos países desenvolvidos. Análises contábeis feitas em todos os partidos mostram que a prestação de contas dessas legendas é ainda uma obra de ficção. As auditorias feitas pelo Tribunal Superior Eleitoral, de forma lenta, evidenciam que nas prestações de contas dos partidos, referentes ainda à 2012, ocorrem as mesmas e velhas infrações, como apresentação de notas falsas, contratação de empresas que não existem, além de contratação de empresas ligadas a políticos e à gente do próprio partido.
Segundo levantamento feito pelo Movimento Transparência Partidária, há cerca de 1.200.000 páginas referentes a eleições passadas pendentes de análise pelo TSE ainda sem data para finalização. Isso acontece porque as próprias legendas pressionaram, em 2006, para que a justiça Eleitoral não processasse essas declarações por um sistema eletrônico, como faz a Receita Federal.
Segundo o Supremo Tribunal Federal, os crimes de lavagem de dinheiro, seguidos de corrupção, peculato, crimes contra a Lei de Licitações, crimes eleitorais, formação de quadrilha e falsidade ideológica estão entre os principais crimes envolvendo 108 congressistas da atual legislatura. Pior é que a não adoção de práticas transparentes vem se tornando um fenômeno comum e já atinge todas as 35 siglas que disputarão as eleições esse ano. Sintomático desse descaminho é que mesmo os filiados desconhecem a situação do fluxo financeiro e a qualidade dos gastos dos próprios partidos. No Índice de Confiança Social (ICS) auferido pelo Ibope, os partidos estão entre as instituições com menores avaliações.
No nosso modelo de democracia, em que instituições privadas (partidos) são financiadas com bilionários recursos públicos e em que essas siglas são praticamente o único canal de ligação dos cidadãos com a prática política, a transparência se torna uma obrigação inarredável e o seu não cumprimento, conforme as regras, é uma ameaça direta a própria democracia.
A frase que foi pronunciada:
“Talvez o Brasil já tenha acabado e a gente não tenha se dado conta disso.”
Paulo Francis
Rumo da venta
Rubricas para uso de verba são transitórias. O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, explicou para os contrariados que os recursos podem ser remanejados como o governo priorizar. Talvez essa seja a ponta do Iceberg para compreender o que é um país sem planejamento.
Novidade
Comitê Gestor do eSocial está adaptando alguns dados que afetarão empreendimentos de todo o país. Com qualquer faturamento, as empresas deverão enviar os informes para a Receita Federal, Caixa e Ministério do Trabalho e Previdência por uma nova plataforma.
Democracia
Começou a costura entre partidos. A mentalidade continua a mesma: conchavos, inimigos viram amigos, composições absurdas, candidaturas duvidosas. O preparo da festa da democracia funciona assim: os representantes do povo convidam para a festa da democracia e nós, como sempre, pagaremos a conta. Aliás, uma conta muito mais alta se não houver a urna para depositar os votos impressos.
Vale ler
Recebemos do leitor Paulo P. Queiroz um e-book daqueles bons de ler deitado na rede. Com o título “Acre-Doces” a leitura vai escorregando pelas páginas e plantando imediatas lembranças das palavras bem encadeadas. Vale a pena uma visita no portal www.poesiasacredoces.com.br.
Pior que fakenews
É preciso saber o que disse Thales Mendes Ferreira sobre as acusações que recebeu. Esse tipo de escândalo só deveria vir à tona se confirmado, julgado e condenado. É um desgaste injusto e precipitado.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Está o DCT entregue a quem entende. Resta, agora, que os próprios funcionários compreendam que é o momento de se sacudir a repartição. É o momento para se modernizar os métodos obsoletos atualmente em uso. (Publicado em 21.10.1961)
ARI CUNHA
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Crises obrigam os indivíduos a organizar estratégias para superar os efeitos e prolongamentos, reforçando, também, ações que visem a não repetição dos mesmos erros. Por isso é que se afirma que em época de crise é também o momento ideal para a criação de soluções e para o aperfeiçoamento de atitudes, sejam elas no plano individual ou de grupos.
Obviamente que, em se tratando de um Estado como o nosso, com todas as suas características, complexidades e limitações, apanhado de surpresa por uma crise que muitos classificam como a mais profunda e duradoura de toda a história republicana, a construção de caminhos que levem a superação da depressão econômica, política e social é tarefa das mais árduas e que demandará tempo e persistência, dessa e de outras gerações que virão.
Mesmo assim, o que se observa em meio a esse cenário caótico é o surgimento, ainda tímido, de propostas e projetos de leis que visam aperfeiçoar e blindar os mecanismos de administração pública contra a ação contínua de atos ilícitos não só dentro da própria máquina pública, como de todas as empresas que estabelecem relações de parceria com o Estado. Nesse sentido, duas propostas apresentadas pelo deputado Chico Leite (Rede Sustentabilidade-DF) merecem destaque pela oportunidade.
A primeira é a Lei Distrital Anticorrupção (nº6112/2018), já em vigor desde março, que torna obrigatória a implantação do Programa de Integridade nas empresas que celebrarem contratos, consórcios, convênios, concessões ou pareceria público-privada (PPP) com o GDF em todas as esferas de Poder. Para o autor da nova Lei, o objetivo da medida é proteger a administração pública do DF de atos lesivos que resultem em prejuízos financeiros, garantindo que a execução dos contratos esteja em conformidade com a lei, promovendo, assim, maior segurança
É claro que a experiência tem demonstrado que nesse caso não bastam aperfeiçoar e introduzir mecanismos de compliance apenas nas empresas que firmarem contratos com o GDF. Fatos e manchetes de jornais confirmam que grande parte dessas irregularidades parte justamente de dentro da estrutura dos Poderes do Estado. Executivo, Legislativo e Judiciário têm sido acusados, sistematicamente, de práticas de desvios éticos e abuso de condutas nos contratos assinados com a iniciativa particular.
Operações da Polícia Federal e do Ministério Público, como Drácon, Panatenaico e muitas outras, têm levado ao conhecimento da população da capital as relações espúrias entre políticos e empresas privadas que resultaram em enormes prejuízos para o contribuinte, sem que seus atores tenham sido, até o momento, punidos exemplarmente.
Com base nesses episódios o parlamentar apresentou também uma Proposta de Emenda À Lei Orgânica (PELO nº 97/2017), introduzindo na constituição local dispositivo que cria nos órgãos dos Poderes do DF programa de Compliance Público, objetivando avaliar, direcionar e monitorar a gestão pública, mediante a avaliação de riscos, prevenindo, identificando e reportando possíveis desvios de conduta, irregularidades e práticas de ilícitos.
Na justificação que fez sobre sua proposta, Chico Leite lembra que “uma das facetas mais importantes da governança é sua ênfase na prevenção de condutas irregulares”. Pela proposta, ficará criado também o Fórum Permanente de Combate à Corrupção do DF (FOCCO/DF), visando a formulação de políticas públicas no combate à corrupção e à lavagem de dinheiro.
A frase que foi pronunciada:
“Aqui no DF temos numerosos exemplos de leis e demais atos normativos que foram declarados inconstitucionais após aprovação em plenário e até mesmo sanção do governador. Ou seja: todo o trabalho despendido foi perdido e não gerou benefício algum para a população”
Chico Leite, deputado distrital
Sem ilusão
Nada como a proximidade das eleições para as atenções se voltarem para a população. A Câmara Legislativa do Distrito Federal revogou o aumento de 2,99% na conta de água, que havia sido autorizado pela Agência Reguladora das Águas (Adasa) em maio. Era só o que faltava. Não protegem as nascentes, correm para cobrar de invasões, oferecem água da pior qualidade, cortam o fornecimento por falta de planejamento e querem receber mais. Em breve vão dar um jeito de arrancar esse aumento.
De graça
O Bel Canto da Ópera, com Renata Dourado, Daniel Menezes, Aida Kellen, Gustavo Rocha, Érika Kallina, Carol Araújo, Isabel Quintela, Luiza Lacava, com participação especial de Janette Dornellas e do pianista Rafael Ribeiro, será no teatro do Brasília Shopping, dia 17 de junho às 19h. A realização é dos Cantores Líricos de Brasília.
Abuso
É preciso criar um canal de comunicação entre pacientes e o Conselho Federal de Medicina que trate do relacionamento médico-paciente. Hoje em dia, com celulares em punho, são gravados inúmeros flagrantes de arrogância e desrespeito por parte dos profissionais da saúde. Vulneráveis, os pacientes contam com os parentes para defendê-los, mas nem sempre isso acontece.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Enquanto isto, os moradores que sofram lama, poeira, barulho de gerador, mosquitos e toda sorte de desconforto. (Publicado em 21.10.1961)
ARI CUNHA
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Em artigo publicado nesse domingo, intitulado “Contra as fake news”, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luiz Fux, ao ressaltar o fato de que 10 partidos políticos já firmaram acordo com o TSE no sentido de “manter um ambiente eleitoral imune à disseminação de notícias falsas”, lembrou que o êxito da tarefa de combate à desinformação tem que contar com o apoio imprescindível e diuturno da imprensa.
Para tanto, diz “o jornalismo político-eleitoral precisa ser livre para apontar imprecisões do discurso político.” Obviamente que parte da chamada imprensa marrom, responsável pelo grosso das notícias falsas divulgadas, está trabalhando a todo vapor para municiar os meios de comunicação com notícias inverídicas e caluniosas para prejudicar esse ou aquele candidato, agindo como verdadeiros sicários contra a reputação alheia.
O fenômeno das fake News e a polarização exacerbada dos candidatos e dos eleitores parecem que irão marcar essas próximas eleições, que poderá contar também com um absenteísmo elevado e com uma avalanche de votos em brancos. Assim como a Copa de futebol, o mundo da política, com candidatos e partidos envolvidos nos mais escandalosos casos de corrupção, vem há muito tempo decepcionando torcedores e eleitores.
O problema com as fake news em época eleitoral é que elas podem contribuir, ainda mais, para a firmação de um ambiente despolitizado, o que trará prejuízos para todos indistintamente. Na verdade, fosse passível de penalização severa e imediata pela justiça, a divulgação de inverdades acarretaria na prisão da grande maioria dos atuais candidatos e na condenação exemplar de muitos partidos.
Enganar e mentir para eleitor, prometendo paraísos inalcançáveis, é uma velha prática entre os políticos do país e isso jamais resultou em condenação de ninguém. Se forem levadas ao pé da letra, tanto as coligações partidárias como as alianças, entre um e outro postulante, são estabelecidas sobre uma plataforma onde tudo é fake e armado para capturar o eleitor. Pior é que esse ambiente de falsidades ainda é turbinado por pesquisas falsas, feitas sob encomenda e com perguntas capciosamente elaboradas para se chegar à um resultado desejado.
Não seria exagero afirmar que no Brasil, atualmente, tudo no mundo político é fake. O lançamento de candidatos como o do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, é fake e montado apenas para lhe dar maior visualidade e poder de barganha lá na frente. O mesmo se repete com a candidatura do ex-ministro Henrique Meirelles, lançada para dar sobrevida ao MDB.
As mentiras disparadas em quantidade pela ex-presidente Dilma, às vésperas das eleições de 2014, ilustram até que ponto as fake news são usadas. Mesmo agora, o Partido dos Trabalhadores, que por não aprender com a história recente repete os mesmos erros, insiste na candidatura do presidiário Lula, sabendo que essa postulação é uma farsa completa que visa apenas manter a ilusão dos velhos tempos de glória.
Fôssemos listar o rol de mentiras e falsidades produzidas continuamente por nossos políticos e respectivos partidos, iríamos necessitar de um juizado especializado em fake news.
Chama atenção também a crescente desconfiança de parte dos brasileiros sobre a inviolabilidade das urnas eletrônicas. Para muitos, o fato de não ser adotada em nenhum outro país deixa a entender que nesse processo informatizado também se nota a presença de um elemento fake, capaz de alterar resultados. Pelos resultados das próximas eleições e pelos números de candidatos ficha suja que eventualmente poderão ser reeleitos, poderemos ter uma dimensão exata dos efeitos da mentira sobre nossa jovem democracia. Uma coisa é certa: se a mentira tem pernas curtas, como dizem, nosso futuro não vai longe.
A frase que foi pronunciada:
“Setenta e um por cento do Congresso Nacional disseram, em nome do povo, que o voto será impresso. A lei não tem discricionariedade. A lei não permite fracionamento. Fracionar o cumprimento da lei é um abuso, uma infração, uma teratologia. Imagine se alguém dissesse a um juiz, eu vou cumprir a sua ordem em 10 anos. A autoridade dos congressistas que votaram em nome do povo está sendo vilipendiada. Por quem? Pelos ministros que se sentam para administrar o processo eleitoral eles agem como administradores sujeitos aos princípios constitucionais como qualquer outro agente do Executivo.”
Felipe Marcelo Gimenez, procurador de M.S., durante o debate sobre a segurança do sistema eletrônico de votação no Brasil
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Sabe-se, também, agora, a razão pela qual o Iapfesp criou tantas dificuldades para que a Novacap não urbanizasse as duas quadras. É que continuando como está, em estado de bagunça total, seria mais fácil para os desmandos que estão sendo praticados. (Publicado em 21.10.1961)
ARI CUNHA
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Um fato tem a unanimidade dos analistas da cena política nacional em relação as próximas eleições: serão as mais imprevisíveis de todos os tempos. Isso porque alguns fatores totalmente novos estarão em jogo. O principal deles, e que podem alterar qualquer prognóstico futuro é com relação ao desgaste de imagem dos políticos de um modo geral.
As manifestações de rua, ocorridas recentemente, tiveram como elemento comum esse repúdio aos políticos e aos partidos de um modo amplo. O que alguns cientistas políticos descrevem como as eleições mais polarizadas jamais vistas, a população enxerga como um certo sentimento de desencanto com fortes doses de pessimismo.
Desde 2005, quando veio à tona o escândalo do Mensalão, revelando o fato aterrador do Poder Executivo estar comprando, com maços de dinheiro vivo, o apoio político de parte significativa do parlamento, não houve um só dia , de lá para cá, em que não chegasse ao grande público, novas e intermináveis denúncias de corrupção .
A maioria dessa torrente de denúncias envolve, quase sempre, os mesmos personagens formados por políticos e empresários. Chegamos a posição inusitada e motivo de chacota em todo o mundo de possuirmos parlamentares que durante o dia exercem suas funções no Congresso e à noite são recolhidos ao xadrez. Mesmo nas próximas eleições o Partido dos Trabalhadores, pretende lançar como seu candidato oficial, alguém que esta condenado e preso. Numa hipótese surrealista , caso a candidatura de Lula seja autorizada pelo TSE, os votos não sejam auditados, teríamos, quem sabe, em caso de vitória nas urnas desse candidato, um presidente governando um país, diretamente da cadeia ou tendo que se recolher ao presídio ao final do expediente.
Para um país como o Brasil, caminhando há anos no limbo entre a realidade e as versões, seria algo totalmente crível. O que a sociedade já tem claro em sua avaliação da cena nacional é que a corrupção está por detrás de todos os males que afligem o país. Sabe também, que seus representantes legais, são os responsáveis diretos por esses fatos .
Enquanto não aparece um político com coragem suficiente para apresentar uma proposta proibindo a candidatura em 2018 de todo e qualquer político ficha-suja, bem como seus prepostos, os mesmos personagens que há décadas flagelam a vida republicana continuarão ativos. O que a experiência mostra, aqui e em diversos países é que sem a participação da sociedade a tarefa de combate a corrupção é praticamente impossível, dada a amplitude desse fenômeno, sua rede de proteção interna e externa e, no nosso caso, a conhecida morosidade e leniência permitidas pelas nossas leis, principalmente pelo idoso Código Penal.
A Transparência Internacional, que tem entre suas metas a luta contra a corrupção na política, nos contratos internacionais, no setor privado, nas convenções internacionais e nas questões de pobreza e de desenvolvimento, há anos vem alertando para o fato de os seguidos casos de corrupção detectados nas últimas décadas no Brasil, contribuíram para o aumento da desigualdade social e da miséria, com reflexos extremamente negativos para o desenvolvimento.
No caso específico da Petrobras , o esquema do chamado petrolão mostrou que o esquema de corrupção obedece à um padrão sistêmico na relação entre o setor privado e o poder público, em que a prática do suborno acaba criando novos ambientes de negócios que privilegiam determinados grupos, distante e contrário ao interesse público, o que resulta sempre em distorções e desigualdades.
Outro aspecto que se revela quando os setores públicos e privados passam a agir em desobediência as leis e a ética se reflete sobre a infraestrutura, criando uma espécie de colapso nesse setor, com obras de baixa qualidade, superfaturadas, inacabadas ou que deixam de atender aos interesses presentes. Os efeitos da corrupção sistêmica não se esgotam em seus efeitos puramente econômicos e se estendem para todos os setores da vida do país, havendo inclusive uma correlação evidente entre corrupção e violação dos Direitos Humanos, o que comumente acabam resultando em massacres e assassinatos.
Com isso, quem acaba sentindo os efeitos da corrupção é justamente a populações mais vulnerável, já que é ela quem mais sente as deficiências do Estado e dos serviços públicos.
O problema nas próximas eleições é como debater de forma sincera e clara o tema premente da corrupção com candidatos diretamente envolvidos em escândalos de corrupção. A questão aqui, posta de forma clara, é como discutir o problema da corrupção com corruptos?
A frase que foi pronunciada:
“ Somente o exercício do voto é secreto para garantir ao cidadão a liberdade de escolha. O ato seguinte é um ato administrativo. A contagem de um voto é um ato administrativo e se submete a um requisito de validade sob pena de ser nulo. Trata-se do princípio da publicidade. Qualquer ato administrativo deve ser público. Nós queremos auditar o fato jurídico e não a urna eletrônica.” Felipe Marcelo Gimenez, procurador de M.S., durante o debate sobre a segurança do sistema eletrônico de votação no Brasil.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Agora se sabe porque os moradores do Iapfesp (104 e 304) nunca terão suas superquadras urbanizadas. O Delegado dr. Aracaty foi quem autorizou a construção de casas de alvenaria no canteiro de obras.(Publicado em 21.10.1961)
Transparência Internacional entra na luta contra a corrupção no Brasil
ARI CUNHA
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Com o lançamento, nessa semana, de um pacote intitulado Novas Medidas Contra a Corrupção, a Transparência Internacional, uma Organização da sociedade civil global que lidera o combate a esse mal , os brasileiros passam a contar com um importante aliado, especializado no assunto e que desde 1993 vem liderando a luta contra os abusos e desvios de poder em todo o planeta.
Para a TI o Brasil vem se tornando um país altamente estratégico na luta contra a corrupção , graças não só aos esforços que vêm sendo promovidos por parte do judiciário local , com o apoio do Ministério Público no combate a essa praga, mas , sobretudo, pelas consequências que esses movimentos de saneamento da vida pública pode ter globalmente, mormente no continente Latino americano.
Trata-se de um pacote, já considerado o maior do mundo, contendo 70 propostas legislativas na forma de projetos de lei, propostas de emenda constitucional e outras resoluções elaboradas em conjunto com 373 instituições brasileiras, que sintetizaram num documento, redigido e revisado por mais de 200 especialistas na área, todas as medidas possíveis para estancar, de vez, as relações criminosas que, há décadas vem comprometendo o futuro do país.
A Transparência Internacional sabe bem que essa será uma tarefa difícil, já que outras tentativas do gênero, até mais enxutas, como as Dez Medidas Contra a Corrupção, apresentadas pelo Ministério Público, com o apoio significativo da população, encontram no Congresso um forte opositor à essas regras. Depois de serem completamente desfiguradas pelos parlamentares, as Dez Medidas, caíram no esquecimento e o debate público foi encerrado precocemente.
A TI compilou o que chama de melhores práticas nacionais e internacionais para criar uma plataforma de propostas de reforma legislativa e institucional com vistas a buscar as causas sistêmicas da corrupção, para o enfrentamento de longo prazo desse que é hoje identificado como o maior desafio de todos os tempos que se apresenta a sociedade brasileira e mundial. Para a TI, a apresentação desse amplo documento se dá justamente pelo entendimento de que há, nesse momento preciso uma janela de oportunidades se abrindo que, portanto, não deve ser desperdiçada.
Obviamente que o trabalho de juízes como Sérgio Moro e o Ministério Público de Curitiba à frente da Operação Lava Jato, bem como a atuação esparsa de outros magistrados pelo país, chamaram a atenção da TI para a luta desigual desses brasileiros contra o dragão da corrupção.
Também as gigantescas manifestações de rua, promovidas espontaneamente pela população contra a atuação de políticos corruptos, contribuíram para incentivar a TI a materialização dessas 70 sugestões que abrangendo temas diversos como eleições, persecução criminal, transparência e integridade nos setores públicos e privados.
O pacote vem nesse momento que antecede as eleições de outubro, por que há uma percepção geral e por parte da TI, de que nesse próximo pleito, o assunto corrupção poderá influenciar enormemente a decisão dos eleitores. Leia o documento completo clicando aqui.
A frase que foi pronunciada:
“O exercício do voto é secreto, mas a contagem dos votos é um ato público. A seita do santo byte tem no altar o B.U. Ele informa o total de votos e só. Nem no condomínio onde eu moro aceitariam uma eleição assim. Imagine se eu fosse candidato a síndico, colhesse a urna, levasse para a minha casa e voltasse para comunicar aos condôminos: Aqui está o resultado. Eu fui eleito!” Felipe Marcelo Gimenez, procurador de M.S., durante o debate sobre a segurança do sistema eletrônico de votação no Brasil.
Poeira e batom
Ontem foi a apresentação do filme sobre os primeiros dias de Brasília pela vida das mulheres. Poeira e Batom aplaudido dessa vez, no Campus do Instituto Federal de Brasília em Samambaia. “Poeira e Batom no Planalto Central: 50 mulheres na construção de Brasília”. A exibição faz parte da Semana de Arte, Ciência e Tecnologia (Seacitec), que acontece no campus até hoje. A mostra começa às 19h30.
IPB
Nasce em Brasília o Instituto Piano Brasileiro pelas mãos de Alexandre Dias com o objetivo de manter viva a música pianística brasileira.Nessa segunda-feira, às 17h, será a exposição com documentos raros do acervo. Meia hora depois, Alexandre, coordenador do local, fará uma palestra que será seguida de um belo sarau com diversos músicos. O IPB fica na CLN 412 bloco B sala 26.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Os moradores do Setor de Residências Econômicas continuam apelando, agora não se sabe mais para quem. Mas é isto: não há um ponto de táxi, não há comércio, não há assistência médica, não há nada. As cobras estão soltas, e ninguém acode a população daquele bairro. (Publicado em 21.10.1961)
ARI CUNHA
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Mulher foi dar queixa do marido ao rabino da aldeia. Depois de escutar atentamente os motivos da mulher o rabino declarou: você tem razão. Voltando-se para o marido da queixosa, que não havia concordado com a sentença, disse : você tem razão. A mulher do rabino, que tudo escutava, estranhando tamanho veredito, não se conteve. Como você pode dar a mesma razão a duas partes conflitantes? O rabino então disse a esposa: quer saber, Você também tem razão. A história acima ilustra bem a querela envolvendo, empresário da comunicação e a imensa trupe daqueles se posicionaram contra a decisão do GDF de retirar um imenso painel eletrônico instalado na empena cega de um prédio no setor bancário Sul. Só que nesse caso específico, surpreendentemente nenhuma das partes envolvidas na questão possui razão. A começar pelo jornal, que como veículo responsável de comunicação da cidade, deveria ser o primeiro a sair em defesa da capital, do seu tombamento e não se aliar aqueles que diariamente encontram um jeito de burlar a legislação, instalando gigantescos painéis eletrônicos de propaganda, poluindo visualmente a cidade.
Notem-se que painéis dessa dimensão e de qualquer outra, instalados e visíveis por motoristas, acabam contribuindo para dispersar a atenção dos condutores, favorecendo acidentes no trânsito. Erram advogados, juízes e políticos da oposição que se solidarizaram com o jornal, classificando a decisão do GDF de retirar esses outdoors eletrônicos de censura e outros qualificativos. Todos os que deveriam se posicionar a favor da capital, contra, portanto a invasão dessas publicidades que, a despeito de se mostrarem moderninhas e antenadas com o progresso e a tecnologia, emprestam uma feição terceiro mundista a moderna capital, através dos exageros e do oportunismo da propaganda estampada sem critérios por toda a área tombada da cidade.
Até mesmo os juízes da 5ª Turma do Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDFT) ,de quem se esperaria uma decisão apoiando a imediata retirada desses painéis, em nome do bom senso e a favor de uma cidade ordeira e limpa, o que restou do veredito pela suspensão da retirada do painel , foi a certeza e a jurisprudência confirmada de que doravante todos os empresários da cidade poderão usar as empenas cegas dos edifícios para a colocação de painéis com reclames publicitários de seus negócios, transformando a cidade numa imenso faroeste sem leis e ordenamentos urbanos.
Dos políticos, sejam eles de oposição ou não, a população nada pode esperar além do conhecido oportunismo e falta de cidadania e o desamor pela cidade. O governador e seu governo, mormente a Agefis, erraram ao não vetar , logo no início a colocação desse painel disforme e despropositado . O Iphan e os órgãos responsáveis pelo ordenamento urbano e preservação da capital, ao se omitirem nessa querela , também erraram por omissão. Certos mesmos ficaram apenas os pioneiros cidadãos candangos, indignados com a desfiguração cotidiana da capital feitas pela união de políticos oportunistas, empresários espertalhões e juízes e advogados sem compromisso com a cidade.
A frase que foi pronunciada:
“Não me arrependo do que fiz, não me arrependo de ter levado em consideração o interesse de preservar o nosso dia de amanhã – o futuro da Pátria Brasileira” Juscelino Kubitschek
Ouvidoria BB
Melhor canal para reclamações de qualquer banco é a ouvidoria. O Banco do Brasil é exemplar nesse quesito. A reclamação tratava da agência do Lago Norte que em uma conta recém aberta não entregou o cartão prometido em 10 dias. A ouvidoria foi acionada, ligou pedindo desculpas para a cliente e prometeu que o cartão será entregue. Avisaremos tão logo o seja.
Fica a dica
Muitas vezes quando damos uma nota com o teor da nota acima, a instituição nosso liga para saber como pode ajudar. A resposta é sempre a mesma. Ajude todos os clientes que reclamam. Esse é o melhor a fazer pela imagem da empresa.
Revoltante
Não há razão para fazerem uma coisa dessas com árvores que levaram mais de 40 anos para crescer. Eletroserras precisam ser controladas, monitoradas. No eixão sul, perto do posto Jarjour e em outras quadras, árvores longe da pista, sem oferecer perigo algum foram cortadas na base. Vejam as fotos:
Boas vindas
Que me perdoem os patrícios, mas a piada real na chegada do voo de ontem era essa. Assim que o avião pousou no aeroporto de Brasília vindo de Lisboa, os passageiros bateram palmas. Emmanuel, de 2 anos não entendeu a razão. Ao ver o espanto da criança o passageiro ao lado explicou: Graças a Deus estamos longe do país da burocracia!
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Espírito democrático está presidindo as comemorações da Semana da Asa em Brasília. Oficiais da Aeronáutica estão acompanhando as pessoas nas visitas aos aviões, dando todas as explicações necessárias.(Publicado em 21.10.1961)
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Que relação haveria entre o fato de o Brasil haver registrado a marca histórica de 62.517 assassinatos apenas no ano de 2016 e a piora do país no ranking que avalia a percepção da corrupção no ano passado? O que aparentemente são assuntos e temas distintos no tempo e no espaço, possuem, na verdade, uma ligação umbilical , indicando, neste caso específico, que o morticínio de seres humanos, jamais visto em todo o planeta em tempos de paz , decorre, dentre outros fatores, justamente do mal funcionamento dos órgãos de justiça e do aparelho de segurança internos, emperrados que estão, em razão da ferrugem produzida pela corrupção sistêmica que tomou conta da máquina do Estado.
Em ofício enviado agora ao ministro do STF, Gilmar Mendes, por ocasião do vigésimo habeas corpus concedido, por ele, a presos da Operação Lava Jato, no Rio de Janeiro, o juiz Marcelo Bretas chamou a atenção de que “casos de corrupção e delitos relacionados não podem ser tratados como crimes menores, pois a gravidade de ilícitos penais não deve ser medida apenas sob o enfoque da violência física imediata. Os casos que envolvem corrupção de agentes públicos têm enorme potencial para atingir, com severidade, um número infinitamente maior de pessoas, bastando, para tanto, considerar que os recursos públicos que são desviados por práticas corruptas deixam de ser utilizados em serviços públicos essenciais, como saúde e segurança públicas e, no caso específico, educação.” Prova disso, é que foi preciso a intervenção federal , com tropas do exército, na área de segurança do estado, tamanha as consequências advindas da corrupção que grassou durante o governo de Sérgio Cabral.
Em qualquer área do país que se examine as razões das precariedades verificadas na saúde na educação e nos serviços de infraestrutura de saneamento básicos, a questão da corrupção e do desvio de recursos públicos, surgem como elementos principais . O pior é quando se verifica que no centro desse problema , agindo como protagonistas diretos desse descalabro, estão justamente aqueles a quem a população outorgou, pelo voto, a missão de cuidar dos assuntos públicos.
Para especialistas no assunto como o historiador Daniel Aarão Reis, “ O sistema político brasileiro é um cadáver, apodrecendo a céu aberto”. Não seria exagero afirmar que todo e qualquer caso que revele o mau funcionamento do Estado, possui um ou mais fios conectados diretamente a episódios de corrupção e malversação de recursos .
Para complicar , ainda mais esse quadro, Operações como a Lava Jato demonstraram que os políticos e os muitos partidos implicados nesses episódios, não agem sozinhos. Com eles, estão também, na rapinagem do Estado, a maioria das lideranças empresariais do país, agindo livremente por décadas, graças a cegueira proposital dos órgãos de fiscalização, muitos deles implicados também direta ou indiretamente nesses episódios.
As manifestações gigantescas de 2013 ocorridas em todo o país serviram, por algum tempo para chamar a atenção, principalmente dos políticos para o fenômeno da corrupção. Nesses movimentos, invariavelmente a classe política não foi apenas alvo principal dos protestos. Tão logo se anunciava a presença de alguns representantes eleitos entre a multidão os assessores davam cobertura na fuga depois das vaias.
Medidas visando aperfeiçoar o sistema anticorrupção foram tentadas de forma tímida, como é o caso encampado pelo Ministério Público Federal em 2015 e sintetizado no documento 10 Medidas Anticorrupção. Nesse pacote, contendo sugestões e medidas legais para o combate a corrupção e no qual a população depositava alguma esperança, dada a situação do país, foi levado, até de forma ingênua para a apreciação justamente do Congresso, onde estavam os principais protagonistas arrolados nos episódios de corrupção.
Nesse caso, não foi surpresa para ninguém que os parlamentares, numa pantomina ensaiada, devolvessem para a sociedade um rol de medidas inócuas , desfigurando completamente as 10 Medidas originais e tornando letra morta qualquer medida saneadora.
A frase que foi pronunciada:
“O Meio é a Mensagem.” Marshall McLuhan
Educação
Aconteceu com uma criança no Canadá. A hóspede brasileira estranhou o menino chegar da escola com os bolsos cheios de papeis descartáveis. Ele explicou espontaneamente quando percebeu a interrogação na testa da tia. Se eu produzo um lixo, sou responsável por ele. Por isso tenho que descartar na minha casa. É assim que Lilia Britto vê, com orgulho, seu sobrinho crescer.
Iniciativa
Enquanto isso, Brasília e o governador Rollemberg se esforçam. Está na cidade o I Congresso Cidades Lixo Zero, organizada pelo grupo Circo Teatro Udi Grudi. Aquarela do Brasil e Trenzinho Caipira tocados por instrumentos feitos de material reciclado. A seleção musical é de primeira linha e a iniciativa também. Vai até amanhã, no Centro de Convenções. Veja a programação completa clicando AQUI.
Navegando
Por falar em Blog, um amigo pergunta como se chega lá. É simples meus amigos. É só digitar no Google blog do Ari Cunha. Sem senha, sem barreiras. Leia à vontade.
Democraticamente vamos reservar o blog do Ari Cunha na segunda-feira para divulgar as ideias e projetos de futuro elaborados pelos candidatos que concorrerão as eleições em 2018. É só enviar para colunadoaricunha@gmail.com
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil
colunadoaricunha@gmail.com;
Levantamento elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) ainda em janeiro de 2017, dava conta de que o Brasil possuía, na ocasião 16.491 organizações de representação dos interesses econômicos e profissionais. De lá para cá, esse número ultrapassou a casa dos 17 mil sindicatos devidamente registrados. A grande maioria dessas instituições foi criada nos governos Lula e Dilma, graças a política de portas escancaradas, patrocinada pelo comando do PDT no Ministério do Trabalho. O Brasil tornou-se assim, o campeão mundial quando o assunto é esse tipo de corporação. Para se ter uma ideia, nos Estados Unidos, esse número não chega a duas centenas.
O número expressivo de sindicatos , criados de afogadilho , dentro da estratégia de expandir os tentáculos do Partido dos Trabalhadores sobre a máquina do Estado, deixou patente que, ao lado das Organizações não-governamentais (ONGs), que tiveram também um crescimento exponencial nessa última década, que o estabelecimento dessas entidades eram, além de um projeto de poder bem urdido, um excelente negócio, principalmente para aqueles que passaram a comandar, com mão de ferro, essas associações, ditas de defesa dos interesses dos trabalhadores e das minorias.
Segundo o Diário da Causa Operária, que circula com o dístico da foice e do martelo estampado orgulhosamente em suas edições, a reforma trabalhista, promovida pelo governo “golpista” de Michel Temer, estabelecendo o fim do imposto sindical obrigatório, provocou uma queda de arrecadação de 88% no caixa dos sindicatos, apenas nos primeiros meses de 2018, o que teria representado um duro ataque do Estado contra os trabalhadores e suas organizações sindicais.
O que esse tipo de análise deixa de fora, e que pesquisas demonstram é que mais de 80% dos trabalhadores sindicalizados não só aplaudiram como endossaram o fim da obrigatoriedade de um imposto que somente no ano de 2016 sorveu dos brasileiros a quantia fabulosa de R$ 3,5 bilhões, isso sem nenhuma fiscalização dos órgãos de controle financeiro do Estado. Trabalhadores não sindicalizados que tinham o desconto em folha começam a buscar os tribunais.
Transformados em satélites políticos dos partidos de esquerda, os sindicatos, na era petista, passaram a atuar apenas como arregimentadores das massas para suporte das diretrizes dessas legendas, deixando em segundo plano os interesses daqueles que custeavam compulsoriamente essas manobras.
Obviamente que desmontar uma estrutura gigante como essa, não é tarefa fácil e não poderá ser levada a cabo apenas por uma legislação, ainda mais quando se sabe que dentro do próprio Supremo Tribunal Federal, que tem assumido as vezes de legisladores há ministros , como Edson Fachin, claramente contra o fim desse imposto.
Recentemente esse magistrado afirmou que o fim desse imposto coloca em risco direitos garantidos pela Constituição Federal. A decisão pelo STF sobre essa questão se dada em 28 de junho próximo. Qualquer que seja o veredito nesse assunto, uma coisa é certa: a hipertrofia dos sindicatos materializou a figura do gigante de pés de barro, deixando claro que até mesmo sobre essas entidades a herança legada pelo lulopetismo contaminou, de modo fatal, a representação de classes.
A frase que ainda não foi pronunciada:
“ Futebol? Não, obrigado. Nós queremos outro Brasil.” Campanha já declarada por muitos brasileiros
Façam para valer
Entra ano, sai ano, os legisladores brilham com a ideia da obrigatoriedade do esporte nas escolas. Faltam professores preparados, falta material, falta ginásio coberto. As escolas públicas de todo o país até hoje não conseguiram formar times representativos em qualquer esporte. Exceção: Os complexos aquáticos.
Incoerente
Por falar em competição, o Colégio Militar, que é público, com excelentes desportistas, músicos e matemáticos, sofre com as Olimpíadas de Matemática. São tão bons que a organização quer afastá-los, já que sempre vencem.
Reconhecimento
Em uma dessas gravações no Whatsapp, o motorista chorava porque depois de 10 dias nas estradas comendo pão adormecido, longe do filho recém nascido, via gente pagando R$9 pela gasolina. Nem tudo está perdido. Os caminhoneiros são heróis por não terem ficado só batendo em panelas. Valeu o susto dado, mostrando que o gigante só tira uma soneca.
Disponível: revistaforum.com.br
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Há um grande número de interessados, e os pedidos são feitos para que o sr. Menezes Côrtes não obstrua a votação do projeto, com a apresentação de emendas.
(Publicado em 21.10.1961)
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil
colunadoaricunha@gmail.com;
Anomia , que o dicionário traduz como falta de regras e objetivos, decorrentes de um vazio de significado no cotidiano e da perda de identidade dos indivíduos, é um processo seríssimo , ao qual devemos estar bem atentos, já que parece estar contaminando atualmente os brasileiros de forma profunda e irreversível.
Na anomia, a ausência de autoridades moralmente constituídas, passa a ser um fato visível por todos, fazendo com que os cidadãos se sintam à deriva, participando inconscientemente de processos coletivos e sociais por inércia e com isso , perdendo a própria identidade.
Concorrem para esse fenômeno de esgarçamento do tecido social, além das revelações constantes de que a elite dirigente do país está mergulhada nos mais escandalosos e criminosos casos de corrupção e de enriquecimento ilícitos, os episódios frequentes de violência e de banditismo espalhados pelas principais capitais do país. Com isso, aumenta nos indivíduos a sensação de que as autoridades são impotentes para coibir a criminalidade que infestam as ruas de nossas cidades e lenientes para por um fim nos crimes praticados pelas elites e pelos endinheirados em geral.
Embora seja um fenômeno sentido em muitas partes do mundo hodierno, é no Brasil que o escândalo da corrupção é mais observável e sentido por todos. As revelações vindas do mensalão e do petrolão e outros do gênero, fizeram aumentar no cidadão a sensação de que os governos que vieram com o fim do período militar, não foram capazes de dar uma orientação séria para o país, muito menos o aglomerado de partidos políticos, formado apenas para sorver os recursos públicos fáceis e abundantes.
A anomia entre nós foi extremamente vitaminada pela difusão da chamada revolução cultural Gramsciana ou marxismo cultural feita de forma silenciosa pelos partidos de esquerda, mormente pelo Partido dos Trabalhadores, visando destruir na sociedade qualquer resquício “burguês”, seja de família, pátria, religião, transformando os professores e educadores em militantes ideológicos e incitando brasileiros contra brasileiros, como se tem visto . Com isso, aumentaram na sociedade de forma generalizada, os episódios que podem ser claramente classificados como de desobediência civil .
Mesmo na base da pirâmide as exacerbações e distorções difundidas por uma falsa doutrina de direitos humanos, outorgando mais privilégios a bandidos do que ao cidadão comum, fizeram crescer entre os brasileiros, o sentimento de que todos aqueles que vivem à margem da lei parecem usufruir de maiores benefícios e regalias.
Exemplos dessa anomia surgem em toda a parte, desde as gigantescas manifestações de rua, passando pelos ataques frequentes a políticos, magistrados e outros figurões da república, nas invasões e grilagens de terras, invasões de prédios públicos, na depredação e pichações de prédios, na greve dos caminhoneiros, na desobediência a diretrizes da própria justiça, nos ataques aos professores, médicos e outros profissionais.
Também não é sem motivo que alguns, em desespero, chegam a cogitar a volta dos militares ao poder, para por um pouco de ordem num país que parece desmanchar aos olhos de todos.
A frase que foi pronunciada:
“No Brasil, quem tem ética parece anormal.” Mário Covas
Maldade
Na parada antes da ponte JK a moça fez sinal para o ônibus da Pioneira parar. O olhar era de esperança mas o sorriso nervoso mostrava que dependia da boa vontade do motorista, que não parou. Depois disso só deu para ver o olhar conformado em direção à pista, buscando o próximo. Foi ontem, por volta das 3h40, sentido São Sebastião, ônibus da Pioneira Área 2, linha 147.2, número 220833.
Correio
Erro no uso da palavra gera reclamações para a instituição errada. Cartas são entregues nos Correios (plural). O jornal conceituado de Brasília é o Correio (no singular). Pois bem. No portal do Reclame aqui, os protestos contra correspondência e encomendas extraviadas aparecem trazem o responsável como o Correio. Seria bom que os responsáveis corrigissem.
Insuportável
Depois da proposta inconstitucional do deputado distrital petista Ricardo Valle sobre a Lei do Barulho quem quer silêncio está sofrendo mais. É preciso que o GDF disponibilize espaço no portal para receber e publicar as reclamações da população sobre altos decibéis fora de hora. O que não é possível é ter que aturar uma festa que se estende até as 3h40 da manhã de uma segunda-feira e ninguém faz nada, por falta de canais de comunicação.
E mais
A polícia também é conivente com os decibéis madrugada a dentro. Festas desse tipo são um achado para quem busca drogas e traficantes.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Há, na Câmara, um projeto do Mons. Arruda Câmara, efetivando todos os interinos com mais de cinco anos de trabalho. A justificação do projeto é a de que um funcionário com cinco anos de interinidade já deu prova de merecimento, ou já teria sido demitido.
(Publicado em 21.10.1961)
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil
colunadoaricunha@gmail.com;
Com a amainada na greve dos caminhoneiros, ficam , além dos prejuízos , na casa de centenas de bilhões de reais, segundo estimativas mais realistas, a lição primordial para a população de que, em casos de calamidade pública ou de catástrofes de grande monta, o melhor e mais eficaz é não esperar ajuda alguma das autoridades e muito menos dos grandes empresários.
A crise mostrou que a população está só e desamparada. A leniência do governo e a ganância dos empresários, remarcando preços de forma criminosa , demonstram o que antigamente se chamava de falta de patriotismo. Se entre nos esse sentimento de pátria anda meio esquecido e confundido com posições políticas extremas, nos Estados Unidos, tomado como referência de democracia para todo o Ocidente é diferente.
Lá , quando da passagem do furacão Catrina, muitos empresários correram para socorrer a população, colocando seus produtos a venda ou pelo preço de custo, ou abaixo do custo, demonstrando com isso o espírito de solidariedade , comum entre patriotas. Se houve todo esse alvoroço com a falta de combustível, imagine o que pode vir pela frente, quando os brasileiros finalmente se depararem com a escassez e a falta de água .
De fato, essa é uma realidade anunciada. O ataque massivo e irracional aos mananciais de água potável pela indústria e pelo agronegócio, tem deixado rastros que a cada ano se faz sentir com mais e mais intensidade. Para piorar uma situação que em muitos lugares já é crítica, como a própria capital do país, mais de 100 milhões de brasileiros não possuem acesso à coleta de esgoto.
Esse serviço de saneamento só chega efetivamente para 51,92% da população, segundo levantamento feito pelo Instituto Trata Brasil (ITB). Isso significa que a cada ano 5,2 bilhões de metros cúbico são despejados diretamente nos rios, afetando, sobremaneira a qualidade da água. Além disso a água tratada, em condições razoáveis, só alcança pouco mais de 83% dos lares pelo país afora. São mais de 35 milhões de brasileiros sem acesso a água tratada. A questão do saneamento básico é fundamental para o país, já que ele influi diretamente na questão da saúde da população. Quanto mais esgoto e água não tratada, mais doente e carente se torna a população. Para os políticos, de forma geral, investimentos em saneamento nunca foi uma prioridade, principalmente porque esse tipo de obra fica escondida no subsolo e não é vista pelos eleitores.
Especialistas afirmam que nossos indicadores de saneamento, se comparados com outros países, ainda são do século 18. Além de afetar a saúde da população, encarecendo os serviços de atendimento médico, a falta de saneamento afeta o meio ambiente e por tabela, muitos outros setores, como é o caso do turismo.
Indicadores de saneamento básico,indicam que o Brasil é um país pobre, com problemas típicos de país com subdesenvolvimento acentuado. Se for somado a esse grave problema o fato, de que a maioria dos estados e municípios estão em péssima situação financeira, muitos em situação de falência declarada, pode-se deduzir então que, o problema do saneamento básico é um problema que ainda irá requere esforços em pleno século XXI.
A frase que foi pronunciada:
Lição aprendida pelos brasileiros: “em casos de calamidade pública ou de catástrofes de grande monta, o melhor e mais eficaz é não esperar ajuda alguma das autoridades e muito menos dos grandes empresários.”
Força
Lições derivadas da greve dos caminhoneiros não param de vir a tona. O mais sensato é que sejam postas em prática, corrigindo erros. Na área de segurança nacional, fica a constatação de que , mesmo um movimento que parecia sem maior importância e do qual não se conhecida lideranças, foi capaz de paralisar todo o país.
Acorda Brasil!
Bastou ao movimento dos caminhoneiros , secionar algumas artérias rodoviárias em pontos específicos, para todo o país deixar de funcionar. Esse fato demonstra que em caso de guerra, bastaria ao inimigo repetir o feito e todo o país se renderia em questões de horas. A continentalidade do país, seu gigantismo é também sua maior debilidade. A falta de alternativas e de modos de transporte também. De fato o Brasil é, pela precariedade de infraestrutura, um país extremamente vulnerável.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Tem despertado muita curiosidade, a exposição de aviões promovida pela Aeronáutica, no aeroporto de Brasília. A atração tem sido principalmente para os jovens, que encontram no ar, muitas de suas aspirações.(Publicado em 21.10.1961)