A reedição de 2006

Publicado em coluna Brasília-DF

Os petistas já ensaiam a seguinte campanha: “Não vote em partidos que podem ferir os seus direitos”. Planejam, assim, retomar, no tema reforma da Previdência, a mesma estratégia feita contra o PSDB em 2006. Naquele ano, Lula, candidato à reeleição, acusou Geraldo Alckmin de querer privatizar tudo, e o PSDB passou o segundo turno na defensiva. Por essas e outras é que nas últimas reuniões para tratar da reforma da Previdência foi dito que é muito melhor votar logo do que deixar para depois. Afinal, se a economia reagir rapidamente, conforme previsão da Fazenda, o discurso de dias melhores compensará qualquer outro. Falta, entretanto, combinar com o eleitor.

O maior castigo

O que mais tem incomodado os Vieira Lima são os filhos. Alguns não conseguem mais frequentar a escola, em Salvador. Uma crueldade com crianças, que não podem ser responsabilizadas pelos erros dos pais. Porém, fica o alerta para as excelências que insistem nos malfeitos.

Crimes sem castigo

Desde a cassação do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, o Conselho de Ética da Casa parece fadado a olhar para o tempo, esquecendo todos os deputados relacionados à Lava-Jato. É aí que repousa a tranquilidade de muitos.

Depois do PMDB…

Que PSDB que nada… O partido mais pressionado para apresentar os votos necessários à reforma previdenciária é o PSD, do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Se nem os partidários do ministro se mexerem em prol da proposta, o PR, por exemplo, fará corpo mole.

Por falar em Meirelles…

Na noite de terça-feira, técnicos da Fazenda fizeram marcação cerrada, dentro do plenário da Câmara, em favor da medida provisória do Repetro, que definiu os subsídios às petroleiras. Aproveitaram para jogar contra o projeto de lei do Funrural, apresentado depois que a MP perdeu a validade.

Último argumento

A frase que o líder do governo, André Moura, teria dito sobre apenas 170 votos pró-reforma chegou a provocar oscilações no mercado financeiro, o que levou os deputados a desconfiarem de que as declarações haviam sido combinadas para deixar a base na saia justa, com algo do tipo: “Tá vendo? Se a economia desandar, a culpa é de vocês”. O líder negou que houvesse mencionado número de votos, mas o recado ficou.

O número mágico/ Na reunião do DEM sobre a reforma da Previdência, o deputado Cláudio Cajado (BA, foto) foi direto: “Estou pronto para votar a reforma. Arrume os 307, eu serei o 308”. Todos querem ser o 308.

Muro das lamentações/ Ponto de encontro dos parlamentares nas noites de votação da Câmara, o gabinete do primeiro-vice presidente da Casa, deputado Fábio Ramalho, virou área onde os deputados vão reclamar da insistência do governo em votar a reforma da Previdência. Na terça-feira, a coluna contou: de cada dez, apenas três se diziam favoráveis ao texto.

Quem está tomando conta “da lojinha”?/ O presidente Michel Temer tornou a reforma previdenciária praticamente pauta única por esses dias. Assim, quem cuida dos outros temas é o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, o novo posto Ipiranga do governo.

Por falar em governo… / O ministro Antônio Imbassahy vai ficando. Como diz o deputado Mauro Pereira (PMDB-RS): “Aquele cargo é uma máquina de moer políticos: o sujeito assume, fica três meses prometendo, três meses não cumprindo e outros três na frigideira”.