Corrente partida

Publicado em coluna Brasília-DF

A proposta de emenda constitucional que o senador Romero Jucá apresentou e se viu obrigado a retirar por insistência do presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), terá como desdobramento um certo distanciamento de Eunício do grupo Renan Calheiros, Jucá e José Sarney (hoje representado na Casa por Edison Lobão e João Alberto Souza, ambos do PMDB do Maranhão). Esse comando peemedebista havia articulado a proposta de Jucá sem combinar com o presidente do Senado. Se Eunício não tivesse trabalhado rápido, teria amanhecido o dia obrigado a dar explicações sobre o texto. Jucá retirou, mas está claro que Eunício não aceitará tudo o que vem do grupo, quebrando a corrente de proteção mútua em curso nos bastidores.

Regra
A decisão do governo em manter a área de segurança pública dentro do Ministério da Justiça tira de cena a indicação de qualquer deputado do PMDB. É que, para assumir um cargo sem status de ministro, só se a excelência renunciar ao mandato.

Exceção
Até aqui, o único caso de político que rejeitou um mandato parlamentar para ocupar posição de destaque no Poder Executivo foi Henrique Meirelles, no fim de 2002. Ele tinha acabado de ser eleito para um mandato de deputado federal pelo PSDB de Goiás e nem chegou a tomar posse. Renunciou para assumir o Banco Central, a convite do então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.

Às redes!
Passado o carnaval, Ciro Gomes começará a fazer uma hora e meia diária, ao vivo, no Facebook, comentando a conjuntura brasileira e respondendo a perguntas de internautas. É aí que ele espera tirar a diferença de votos que apresentou na última pesquisa CNT/MDA, atrás de Lula, Marina Silva, Aécio Neves e Jair Bolsonaro.

Agora vai I
O novo ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, descobriu há alguns dias que tem o cargo, mas não a caneta para atender à avalanche de pedidos de liberação de recursos e de espaço no Poder Executivo. Diante da constatação, reunirá a base aliada na terça-feira para tentar mudar essa música antes do carnaval.

Agora vai II
O aceno do governo federal com recursos para ajudar os estados na implantação da reforma do ensino médio será a única forma de fazer valer a proposta nas escolas públicas. Caso contrário, dizem os governadores, vai ter o básico e só.

“Boas notícias numa onda crescente”
É o que promete o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a todos que vão visitá-lo. Não por acaso, Meirelles é considerado o retrato do otimismo no governo.

CURTIDAS

Se ele falar…/ Alvo de busca e apreensão dentro da Operação Leviatã, o ex-senador Luiz Otávio Campos é considerado, nos bastidores do PMDB, como quem sempre atuou muito perto dos poderosos do partido.

…Tem muito a dizer/ No início do mês, a coluna lembrou da briga lá pelos idos de 2004 entre os senadores Sérgio Cabral e Luiz Otávio, quando o paraense estava indicado para ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). Luiz Otávio é visto como a interseção entre os mundos de Cabral e de parte da cúpula do PMDB.

Olha eu aqui/ Depois de ter seu nome citado para o Ministério da Justiça, o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) aproveitou a solenidade de sanção das mudanças no ensino médio para sentir o clima no Planalto. Está frio.

Mestre de cerimônia/ Depois de uma palestra de uma hora e meia do ex-ministro Ciro Gomes aos vereadores do PDT num hotel em Brasília, o presidente do partido, Carlos Lupi (foto), foi direto: “E aí? O homem está preparado para ser presidente?”. E a galera respondeu: “Ciro, Ciro!”