Nossas casas se estendem para as ruas

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Nossos parques e jardins, aceitem ou não algumas pessoas, são a extensão verde e natural de nossas próprias casas, como se fossem nossos próprios quintais. Por tanto, é preciso de atenção e do cuidado que cada um de nós dispensamos às nossas plantas e áreas verdes. Esse é o grande segredo que faz com que os parques e jardins, nos países do chamado primeiro mundo, sejam tão aprazíveis e bem cuidados.

Nesses países, a população tem interesse real pela manutenção desses espaços de lazer e de amortecimento do stress, a poluição sonora e do ar provocado pelas grandes cidades. Os parques e jardins possuem uma importância que vão muito além do paisagismo bucólico. Trata-se de um refúgio necessário ao equilíbrio mental das pessoas que vivem nas metrópoles, colaborando não apenas com o conforto ambiental, mas com a própria estrutura interna das pessoas.

Essa é a razão da existência de parques e jardins em cada cidade do mundo. Na realidade, é quase impossível encontrar, neste planeta, uma cidade, por menor que seja, que não possua sua praça central arborizada e florida, como um cartão de boas-vindas e como ponto de encontro das pessoas. Os parques e jardins existem porque têm uma função muito específica e importante dentro do contexto das cidades.

Não foi por outra razão que o grande urbanista Lúcio Costa idealizou a nova capital do país como uma cidade-jardim coberta de verde e com amplos espaços. No projeto de construção de Brasília, as áreas verdes, misturadas aos parques e jardins, mereceram tão ou mais empenho e entusiasmo do urbanista do que outras áreas adjacentes. O resultado desse sonho do projetista está aí hoje para todos conferirem.

Não existe cidade no mundo onde as áreas verdes sejam tão extensas e variadas como em Brasília. E isso é um importante referencial e uma comprovação cabal de que essa foi uma cidade planejada para os cidadãos brasileiros do futuro. Aqueles que viveriam e habitariam dentro de um jardim. Com tanta importância dada pelos idealizadores da nova capital aos espaços verdes, como eixo fundamental da concepção da cidade, fica difícil entender por que alguns habitantes dessa cidade, normalmente aqueles que a conheceram depois de pronta, não têm dado a devida atenção e cuidado aos nossos jardins.

Fôssemos fazer um apanhado dos descasos que podemos observar, quer caminhando por entre as quadras, quer numa visita a qualquer um de nossos parques e jardins urbanos, por certo, os erros e crimes encheriam centenas de páginas. Não cuidamos como deveríamos cuidar dessa parte externa de nossas casas, que são as ruas, e nem nos preocupamos em cobrar das autoridades por sua conservação. Corremos o risco de passar a morar não cercados de jardins, mas, literalmente, dentro do mato, com sujeira por toda parte, perigos, insetos que matam como os carrapatos, o mosquito da dengue e da leishmaniose que, por sinal, matou tantos cachorros na cidade que resolveram não mais pontuar em mapas as regiões de maior incidência. Voltamos ao tempo das cavernas.

Os jardins demonstram o grau de civilismo e de educação de uma população. Para um visitante que vem de longe e verifica como estão descuidados nossos parques e jardins, sem proteção, sem pessoal especializado na manutenção dessas áreas, a impressão que fica, e isso é correto, é que somos exatamente assim dentro de nossas casas.

A frase que foi pronunciada:

Hoje, apesar da minha aposentadoria, ainda tenho, como minha mulher cunhou, o mesmo adultério explícito, que eu tinha com as áreas verdes de Brasília. Você acredita em um negócio desse? Passo nos cantos e vejo as coisas erradas. Não vou ligar lá e dar opinião, mas vejo esses jardins se acabando.”

Ozanan Coelho

Ozanan Correia Coelho de Alencar. Foto: Divulgação/Novacap

Inovador

Deu certo a ideia do Podemos de adotar o Compliance no diretório nacional para fortalecer o compromisso com transparência e integridade na administração dos recursos públicos.

Arte: podemos.org

FIM DO FORO

Por falar em Podemos, o partido luta pela PEC do Fim do Foro Privilegiado, engavetada na Câmara dos Deputados há mil dias. A presidente nacional do Podemos, Renata Abreu, declarou que a votação da matéria é uma obrigação para com os brasileiros para “libertar o Brasil de quem comete crimes e usa privilégios para ficar impunes. Será o começo de uma nova Justiça em que todos serão iguais perante a lei.”

Charge da Lane

Última hora

Para o representante do povo que pensa em seus eleitores, um impeachment do presidente Jair Bolsonaro está fora de cogitação. Os primeiros parlamentares que se manifestaram contra este assunto foram Álvaro Dias, Igor Timo e Renata Abreu. O objetivo real é pacificar o país e não piorar a vida dos desempregados e vulneráveis.

Manifestação a favor do governo Bolsonaro na Avenida Paulista                                  Foto: Cristyan Costa/Revista Oeste

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

A entrevista do Embaixador Antônio Cândido Câmara Conto, chefe do Departamento Administrativo do Itamarati, sôbre a mudança para Brasília, é uma chacota para com a cidade. (Publicada em 08/02/1962).

Ontem, um sonho. Hoje, pesadelo.

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Entre 1955 e 1960, durante a construção da capital, as visitas periódicas do então presidente, Juscelino Kubitschek, ao imenso canteiro de obras em que se transformara Brasília, viraram não apenas uma rotina, mas, sobretudo, um deleite que fazia o então chefe da nação esquecer, por uns momentos, as agruras daqueles tempos politicamente conturbados. O zelo com que JK cuidava do megaprojeto de transferência da capital para o interior do Brasil representou, para aqueles que participaram dessa dificílima epopeia moderna, um incentivo de tamanhas proporções, que abrandava misteriosamente os tormentos e as dificuldades envolvidas nessa empreitada.

Entusiasmo e otimismo irradiavam daquela figura esguia que, várias vezes na semana, ao final do expediente, deixava o Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, e rumava, por quase quatro horas, a bordo de um avião turbo hélice Viscount, para Brasília. Durante a madrugada, inspecionava as principais obras, cercadas de seus principais auxiliares, regressando ao Rio, muitas vezes, no alvorecer.

Sem essa rotina, imposta pela seriedade com que encarava essa construção, dizem alguns dos seus auxiliares que testemunharam esse esforço, não seria possível a construção de uma nova capital, no interior ermo do Brasil, num prazo de apenas mil dias. Esse amor pela nova capital chegou a inspirar alguns administradores que depois vieram para também cuidar da cidade. O amor por uma obra única no mundo, por seu modernismo revolucionário e que denotava, para todos, a capacidade empreendedora dos brasileiros, viria a perder muito de seu vigor com o passar dos anos.

A chamada revolução, ou golpe de 1964, quebrara não apenas a oportunidade de regresso de JK ao poder, onde poderia dar prosseguimento ao ousado projeto de governo “50 anos em 5”, mas serviu para esfriar muito do ânimo necessário para movimentar o restante das obras necessárias para a conclusão da nova capital. A essa interrupção brusca, e que viria a transformar os planos e muito do urbanismo da nova capital, conforme idealizada por Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, outro acidente de percurso viria a modificar os planos iniciais pensados para Brasília: a chamada maioridade política, proposta por uma união suspeita de políticos e empresários locais no início dos anos oitenta, faria a capital mudar de rumos, atraindo para a cidade o que havia de mais nefasto em termos de ocupação de solo e de administração e conservação da cidade.

Seguidas eleições de governadores, muitos deles totalmente alheios à cidade, à sua origem e necessidade, levaram a uma desfiguração paulatina do desenho urbano da cidade, transformando Brasília em apenas mais um modelo caótico de cidade brasileira. Esse verdadeiro processo de desurbanização, com cada novo governador, juntamente com cada nova composição de deputados distritais, cuidou para que Brasília chegasse, hoje, ao ponto em que está. Não fosse alguns impedimentos trazidos pelo tombamento da Unesco, que faria de Brasília um patrimônio cultural da humanidade em 1987, o desenho inovador da capital estaria completamente desfigurado.

A transformação de terras públicas, inclusive aquelas inscritas como área de preservação ambiental, em moedas de trocas políticas, dentro do princípio maroto “um lote um voto” e outras maracutaias feitas para beneficiar grandes grupos empresariais, completaria o quadro de agressões que levaria a capital a experimentar, precocemente, a decadência de muitas áreas, inclusive aquelas que anteriormente eram tidas como as mais valorizadas e promissoras.

 

 

 

A frase que foi pronunciada

“Queremos, em uma palavra, a paz da justiça, a paz da liberdade, a paz do desenvolvimento.”

Juscelino Kubitschek

 

Foto: veja.com/VEJA

 

Armadilha

Margem consignada, coeficiente bancário, parcelas. Qualquer telefonema com essas palavras ou onde o interlocutor for um estranho, não assine, não responda, não aceite nada antes de ligar ou se encontrar com o seu gerente bancário. Por ser uma cidade administrativa com o maior número de funcionários públicos do Brasil, Brasília é o alvo preferido de empresas aparentemente legais, que sabem como atravessar algumas regras e ganhar muito dinheiro com fraudes e promessas que nunca cumprem.

Charge do Thyagão

 

“SOS: maus-tratos contra idosos”

De olho nas estatísticas, a senadora Rose de Freitas lembra que o Poder Público enfrenta o desafio de criar meios para o amparo de idosos, que devem superar o número de crianças em menos de 20 anos e, em 40 anos, irão constituir 25% da população brasileira, conforme projeções feitas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Por isso, avalia ter vindo em boa hora o Projeto de Lei do senador Izalci Lucas, que dispõe sobre a criação de um serviço para receber denúncias ou mesmo suspeitas de maus-tratos a idosos.

Senadora Rose de Freitas. Foto: senado.leg

 

Edital é edital!

Agindo com justiça aos concursados da Secretaria de Desenvolvimento Social, o deputado distrital Fábio Félix é voz ativa em favor dos aprovados pelas regras estabelecidas previamente no edital. Cobra a imediata nomeação dos novos servidores da Secretaria em tempos de pandemia, onde claramente há a necessidade do “fortalecimento dos quadros da assistência social no Distrito Federal.” Nada de mudar as regras no meio do jogo!

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Desde julho diversos rapazes estão aguardando a nomeação para Inspetores Sanitários. Muitos dos candidatos ao concurso deixaram empregos para acompanhar o curso, e agora estão em desespero por não ter sido publicada nenhuma nomeação.   Enquanto isto, a cidade apresenta condições de saber que merece maior rigor na fiscalização. Os bares, por exemplo, são um atestado negativo, em sua maioria do código de higiene. (Publicado em 18/01/1962)

Agradecendo a quem de direito

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Foto: veja.com/VEJA

 

No panteão, em memória e agradecimento eterno pela idealização, concepção e construção da nova capital, ocupam lugar de honra a tríade formada por Juscelino Kubistchek, Lucio Costa e Oscar Niemeyer. Sem o potencial e a ousadia de cada um desses brasileiros ilustres, erigir Brasília como uma das mais modernas cidades do planeta ficaria apenas no mundo dos sonhos inconcebíveis.

Diante disso, as homenagens e a preservação da memória desses nossos ilustres compatriotas, mais do que justas e necessárias, constituem um marco que delimita uma importante virada de página da história de nosso país e que, de certa forma, inaugura a entrada do Brasil no mundo moderno. Assim é que é possível hoje, depois de mais de meio século dessa epopeia, considerar que, a partir da inauguração da nova capital, a história brasileira pode ser dividida em antes e depois de Brasília.

Mais do que a redescoberta do Centro Oeste, a fundação da nova capital colocou a administração federal no centro nervoso do país, equidistante de todas as questões nacionais. Muito além de centralizar geograficamente a administração do país, Brasília iria propiciar, ao longo do tempo, nosso crescimento econômico e social de forma mais equilibrado, induzindo assim um desenvolvimento igualitário nessa imensa porção de terras que nos coube como herança no continente americano.

A responsabilidade pela manutenção de tão vastas e valiosas terras, cobiçadas, desde o seu nascedouro, por vários estrangeiros, teve na construção de Brasília, o mesmo sentido que no passado tiveram as fortalezas erguidas nos confins do Brasil, para proteger as terras contra as investidas dos forasteiros, vindos de todas as partes do mundo.

Brasília, foi assim, a fortaleza que, nos tempos modernos, iria assegurar a posse definitiva desse nosso latifúndio. As batalhas para a consolidação dessa ousadia em pleno coração do país tiveram que ser vencidas uma a uma. As contrariedades e a forte campanha interna para a manutenção da capital federal no Rio de Janeiro tiveram que obedecer a uma estratégia de minuciosas negociações, semelhantes aos pactos de armistícios.

Vencida essa difícil etapa, que só poderia ser alcançada pelo espírito conciliador e pacífico de JK, outra batalha se iniciava pela captação de recursos necessários para tão audacioso projeto. Na retaguarda dessa empreitada ciclópica, o ex-presidente pode contar com o suporte imaginativo de Lucio Costa que, ao vencer o certame de projetos para a nova capital, com um croqui simples e, ao mesmo tempo, profundamente humanista e poético, conquistaria e empolgaria muitos brasileiros a seguir em frente nesse sonho. A outra peça importante desse tabuleiro viria com a agregação do jovem e idealista arquiteto Oscar Niemeyer. Com um trio dessa magnitude seria possível, com os recursos tecnológicos que hoje a humanidade dispõe, construir uma metrópole na lua ou em outros planetas próximos.

É preciso reconhecer que reunir três gênios dessa natureza, animados com uma empreitada dessa magnitude, é um feito que parece ocorrer apenas uma vez em cada mil anos. Foi essa a nossa sorte e é esse tipo de ânimo que devemos agradecer todos os dias, a cada florada dos ipês, ao canto dos sabiás e até das cigarras e a cada nascer e morrer do sol.

A essa divina trindade, coube colocar um coração no gigante que, por séculos, dormia em berço esplêndido.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Arquitetura é antes de mais nada construção, mas construção concebida com o propósito primordial de ordenar e organizar o espaço para determinada finalidade e visando a determinada intenção.”

Lúcio Costa, arquiteto e urbanista. (Nascido na França)

Sob a batuta de Lúcio Costa, Oscar se diverte grafite e aquarela, 29x21cm, 2010 (evblogaleria.blogspot.com)

 

 

Papo reto

General Heleno sabe como cativar os ouvintes. Sobre o filho do presidente Bolsonaro que aspira o cargo de embaixador, ele disse o seguinte: “se for vasculhar a história de alguns embaixadores, há muitos que não venderam pizza, mas venderam a alma, venderam a mãe.” O ministro citou 3 nomes de pessoas estranhas ao quadro diplomático já cotados como embaixadores: Delfim Netto e Itamar Franco, além do militar Aurélio de Lyra Tavares.

Foto: Agência Brasil

 

 

Autocuidado

Cada dia é mais comum ver pessoas com pulseiras que indicam o batimento cardíaco, passos. Algumas vêm com bluetooth para que se possa ouvir rádio ou até mesmo atender telefone. Paralelamente a isso, a saúde pública começa a adotar jogos e aplicativos para que os pacientes acompanhem o próprio progresso e possam interagir com os médicos, que têm na ferramenta uma forma de incentivar o autocuidado da clientela.

Foto: tecnologia.ig.com

 

 

Novidade

Começam a ser trocados os containers de ferro de algumas quadras. Como o trabalho mais pesado é feito durante a madrugada, a ideia foi bem acolhida pela população que já usufrui de maior silencio no momento da coleta do lixo. Veja as fotos a seguir.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O sr. Paulo Sarazate, nem se fala. É um estranho, e só briga pelas verbas de Itapipoca, para tomar os eleitores do dr. Perilo. Sua política internacional é no Ceará. (Publicado em 29/11/1961)

Aventureirismos urbanos

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Foto: veja.com/VEJA

 

No livro  “Morte e Vida  de Cidades”, de Jane Jacobs,  lançado em  1961, e que viria a ser, imediatamente, um best-seller na área de desenvolvimento do planejamento urbano das grandes cidades,  sua autora ousou, em pleno apogeu do movimento modernista na arquitetura, época marcada principalmente pela construção de Brasília, criticar o modelo funcional dessas novas cidades, sobretudo, a falta de consideração de muitas delas em relação ao indivíduo, à escala humana e ao desprezo das necessidades sociais das populações que residem nesse espaço.

Obviamente que esses pontos fundamentais foram meticulosamente pensados pelo idealizador da nova capital, Lúcio Costa, que, de certa forma, conseguiu contornar esses problemas, graças, a sua ampla formação humanista e ao alto conhecimento técnico e inovador de seu projeto. Dessa forma, por exemplo, projetou e ordenou os espaços em quatro grandes escalas, de forma a dar mais racionalidade à vida de seus ocupantes, dando o mesmo nível de importância a todas as necessidades básicas. Essa era, na sua visão, uma questão de suma importância, já que, em suas próprias palavras “é o jogo de escalas que vai caracterizar e dar sentido à Brasília(…) a escala residencial ou quotidiana(…) a dita escala monumental, em que o homem adquire dimensão coletiva; a expressão urbanística desse novo conceito de nobreza(…) e finalmente a escala gregária, onde as dimensões e o espaço são deliberadamente reduzidos e concentrados, a fim de criar clima propício ao agrupamento. Podemos ainda acrescentar mais uma quarta escala, a escala bucólica das áreas abertas destinadas a fins-de-semana lacustres ou campestres.” É claro que, nesse sentido, a crítica de Jacobs aos processos de reurbanizações que ocorriam por todo o mundo não se encaixavam plenamente no conceito elaborado para a nova capital.

Brasília, no modelo pensado por Lúcio Costa, possuía uma escala humana bem marcada e disposta em todas as superquadras.  Mas há que notar que, da mesma que forma que experimentam os seres humanos, também as cidades parecem cumprir um ciclo natural que vai da sua fundação, passando por sua expansão máxima, até a sua decadência e, em muitos casos, a sua própria morte.

Brasília, apesar de sua tenra idade, em relação a outras pelo mundo afora com milênios de existência, passa por um tipo peculiar de envelhecimento precoce. Isso decorre não por culpa de seu projeto de concepção original, mas, tão somente, por causa dos seguidos descaminhos tomados pela capital, principalmente, a partir da introdução da chamada maioridade política, quando a cidade passou a ser modificada pelos caprichos e incúria de cada um de seus novos governantes, juntamente com o auxílio do nefasto pragmatismo político de sua câmara de representantes.

É a esse ciclo perverso que faz com que a cada quatro anos a cidade vá inchando e adquirindo novos problemas, que tornam precoce nosso processo de envelhecimento. É nesse sentido também que se insere a nova polêmica de transformar a área do Setor Comercial Sul, vocacionada a esse setor, em área residencial, sem que, contudo, as autoridades entendam que esse não é um problema apenas pontual que diz respeito ao SCS, mas, e sobremaneira, integra um problema muito maior, que começa justamente pela renovação total de todo o eixo que compreende as W3 Norte e Sul e englobam os setores comerciais dessas duas asas. O mais correto e preliminar seria obrigar os governantes a lerem o livro do autor da cidade, intitulado “Registro de uma Vivência”, de Lucio Costa, antes de quererem, “cometer” e pôr em prática, qualquer alteração momentânea numa cidade pensada para ser um exemplo para o mundo.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Não é função do Estado proteger o cidadão do mal que causa a si mesmo, mas é seu dever defendê-lo do que possam fazer contra ele.”

Drauzio Varella, médico sanitarista.

Foto: istoe.com.br

 

 

Mais uma

Sem o menor respeito ao consumidor, empresas aéreas continuam articulando para administrar overbooking.  A impressão que há é de parceria pronta com hotéis baratos, para compensar o dano. A Copa, empresa com vários prêmios de pontualidade, começa a sujar a própria imagem adotando a mesma prática.

Foto: passagenspromo.com

 

 

Espirro

Pesquisa divulgada pelo Journal of the Royal Society Interface da Virginia Polytechnic Institute and State University, dos Estados Unidos informa que um ambiente fechado pode passar horas infectado por um espirro.  O ar chega a ser deslocado até 160 Km/h. Os germes podem alcançar até 9 metros de distância. Em tempo de secura, o GDF e até mesmo o governo federal precisam investir em campanhas publicitárias para educar a população a espirar na parte de dentro do antebraço. Veja, a seguir, o resultado de diversas formas de proteção do espirro e deles possui maior eficiência.

Assista mais em: What Is the Best Way to Sneeze?

 

Ilustração: Marcelo Barbosa (saude.mg.gov.br/sus)

 

Ilustração: facebook.com/pg/PictolineBrasil

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O Bloco 7 da 208 não vai no melhor dos mundos. No térreo, jogo a dinheiro, e em cima, boate aos sábados. Os moradores estão reclamando. (Publicado em 23/11/1961)