Chute

Publicado em ABERTURA

Chega a ser impressionante o fato de que a maioria das personalidades e instituições que, de algum modo, mantever relações de proximidade com o ex-presidente Lula e seu governo, dando corda para seus delírios populistas, caiu em desgraça, como que amaldiçoada e condenada à danação eterna.

Para um místico, o destino comum e ruinoso desses personagens se deve a alguma espécie de feitiçaria brava ou coisa do gênero. Para os céticos, trata-se de fenômeno perfeitamente normal que resulta dos efeitos deletérios de atitudes que misturam ganância, messianismo, esperteza desmedida e outras características que adornam caráter apartado das mais elementares virtudes éticas.

Pelo sim, pelo não, vamos assistindo ao debacle de cada um deles, abatidos, na sua maioria, por revelações escandalosas levada a cabo por agentes da Justiça.

Crendices à parte, nosso anti-Midas tem realmente o poder de arruinar tudo o que toca. O mais recente desses personagens, mas não o último, foi o ex-todo poderoso secretário-geral da malcheirosa Fifa, Jérôme Valcke, aquele mesmo que sugeriu que o Brasil merecia um chute no traseiro, por atrasos repetidos no cronograma de obras para a Copa do Mundo de 2014.

A Fifa cuidou de afastá-lo, para bem longe, a fim de que o odor de seu cadáver não venha chamar a atenção e a curiosidade para essa entidade. Nesse sentido, Lula e Fifa agem de forma similar, descartando, pelo caminho, qualquer um que tenha caído em desgraça.

A ingratidão, diz o filósofo de Mondubim, é um tigre. Descartados à mancheia, os degredados de Lula vão, aos poucos, abarrotando as celas dos presídios à medida que as investigações, precedidas pelas delações avançam. Essa turba, à medida que vai caindo em si, percebe o labirinto do Minotauro que adentrou. Ameaça ensaiar em coro o antigo jingle de campanha, agora com outro sentido: é Lula lá.

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