Weintraub Ministro da Educação retuitou comentário crítico de youtuber da direita ao presidente Jair Bolsonaro

Weintraub leva bronca e possível queda não é descartada, avaliam fontes do governo

Publicado em Economia

RODOLFO COSTA

 

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, levou uma bronca depois de ter republicado um comentário crítico do youtuber Nando Moura à sanção do pacote anticrime com o “juiz de garantias” no Twitter. O retuíte repercutiu rapidamente entre membros do alto escalão do governo. Ainda não se sabe se a cobrança para apagar o comentário saiu do próprio presidente Jair Bolsonaro, mas uma coisa é certa entre ministros: pegou mal.

 

Ao Blog, fontes do governo evitam bancar a queda de Weintraub depois do tuíte, mas analisam que mancha a avaliação que Bolsonaro tem por ele. “Eu acho que não tem esse risco de ele cair agora. Mas no ano que vem, não apostaria minhas fichas nele”, ponderou um integrante do alto escalão. “Que tomou uma bronca — não sei se do presidente ou de alguém —, tomou. Repercutiu rapidamente, me mandaram o print até. E print é aquele negócio, o cara ‘printa’ e, agora, ele vai dizer que não, que foi o assessor. Mas isso não cola”, alertou.

 

De acordo com outro integrante do governo, não é a primeira vez que a atenção dele é chamada. “Não foi ele a fazer o comentário, mas ele retuitou. Postou, teve a atenção chamada, como sempre, e retirou. Mas ele fica jogando a pedra na cruz. Por ora, ele permanece, não vai ser por causa do tuíte que o presidente vai demiti-lo. Acho que não tem esse risco, não, mas é mais um constrangimento que traz ao governo”, criticou.

 

O ministro da Educação evitou se alongar, mas emitiu posicionamento. No Twitter, disse que está em viagem, em um navio, com “internet intermitente”. “Fico horas sem internet. Dei RT sem querer em um post. Evidentemente que foi um erro”, alegou. O comentário republicado é um em que Nando Moura critica abertamente o presidente da República. “Bolsonaro, ao sancionar a emenda do (Marcelo) Freixo (PSol-RJ), traiu não só o ministro Sérgio Moro, mas todo o povo brasileiro”, acusou.