HAMILTON FERRARI
As vendas do próximo Dia das Mães deste ano devem ser melhores, segundo estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A estimativa é de que o volume aumente 3,8% em comparação com a mesma data comemorativa de 2018 — descontada a inflação. Sendo assim, será o terceiro ano consecutivo de alta real nas vendas.
A economia tem se recuperado, mas de forma muito lenta. Os analistas têm errado ano após ano a estimativa do Produto Interno Bruto (PIB). Isso porque, tanto no fim de 2017 quanto no final de 2018, houve uma expectativa muito positiva em relação à atividade econômica do ano seguinte, o que acabou não se concretizando nos primeiros meses posteriores.
Em janeiro do ano passado, se imaginou que a economia ia crescer 3% em 2018, mas terminou com expansão de apenas 1,1%. Já em 2019, os analistas projetaram PIB de até 2,6%, mas as novas estimativas já estão bem mais baixas, em 1,70%.
Segundo a CNC, as datas comemorativas são consideradas um termômetro da situação atual. O Dia das Mães é como o “Natal do primeiro semestre”. A estimativa da entidade é de que haverá a movimentação financeira de R$ 9,7 bilhões neste período. Este volume de vendas é equivalente ao verificado em 2014 (R$ 9,6 bilhões).
O estudo mostra que, apesar da economia fraca, a principal razão para o terceiro aumento consecutivo do faturamento real do varejo está no comportamento dos preços. “Apesar da alta de cerca de 7% no dólar entre maio e o mesmo mês do ano passado, a fragilidade do processo de recuperação econômica tem, desde o fim da recessão, inibido repasses de preços ao consumidor acima da taxa de inflação em diversos segmentos”, explica o levantamento.
Produtos
O crescimento das vendas deve ocorrer principalmente nos segmentos de perfumarias e cosméticos (11,1%) e vestuário (10,1%). Por outro lado, no ramo de livrarias e papelarias a CNC estima que haverá perda de 21%.
Além disso, 19 itens que compõem a cesta de bens e serviços avaliados pela entidade estão mais baratos, com destaque para a maquiagem (-6,3%), os tênis (-2,7%) e as bolsas (-2,2%).
Brasília, 15h02min