Enquanto a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) desaba e o dólar dispara refletindo a piora do humor no mercado, a plataforma do Tesouro Nacional voltada para o pequeno investidor apresenta problemas na venda de papeis da dívida pública nesta manhã por mais de uma hora. O aplicador não conseguia visualizar os títulos Tesouro Prefixado e Tesouro IPCA, indexados à inflação, para compra. Apenas papeis do Tesouro Selic, indexados à taxa básica da economia, estavam disponíveis para o aplicador.
Ontem, a suspensão desses títulos ocorreu duas vezes ao longo do dia, devido à reprecificação dos prefixados e dos indexados à inflação. Essa instabilidade do sistema acabou coincidindo com a debandada da equipe econômica após o ministro da Economia, Paulo Guedes, ceder às pressões do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e da ala política e pedir “licença” para gastar mais e estourar o teto de gastos.
Procurada, a assessoria do Tesouro ainda não explicou o motivo do problema de hoje, mas disse que o serviço “já foi normalizado”. Geralmente, quando há muita volatilidade nos papeis, o órgão suspende as negociações, porque o mercado passa a exigir prêmio de risco superiores ao que o governo pretende pagar como remuneração dos títulos públicos devido ao aumento da desconfiança sobre a capacidade das autoridades honrarem os compromissos.
Recorde no número de investidores
De acordo com dados do Tesouro, em setembro de 2021, o total de investidores ativos no Tesouro Direto bateu novo recorde e atingiu a marca de 1.668.145 pessoas, um aumento de 32.888 investidores no mês. O número de aplicadores cadastrados no programa aumentou em 634.578, crescimento de 56,21% em relação a setembro de 2021, atingindo a marca de 13.100.474 pessoas.
Foram realizadas 458.245 operações de investimento em títulos do Tesouro Direto, no valor total de R$ 2,88 bilhões no mês passado. Os resgates somaram de R$ 1,64 bilhão. Com isso, a emissão líquida foi de R$ 1,24 bilhão.