Na avaliação do Tesouro, a emissão foi “bem sucedida” no mercado externo, pois a oferta de referência para a operação tinha preço inicial de 4,95% ao ano. Segundo técnicos do órgão, spread ficou “no mais baixo patamar desde a perda do grau de investimento”. O Brasil perdeu o selo de bom pagador em setembro de 2015.
A demanda pelo papel foi quatro vezes maior e ela não foi afetada pela turbulência do mercado interno, segundo o Tesouro. O órgão informou que não pretender faze mais emissões no mercado externo, nem no asiático como era praxe após alguma emissão nos EUA. A operação foi qualitativa, segundo fontes do órgão, ou seja, com o objetivo de balizar o mercado para que as empresas brasileiras também possam fazer emissões de debêntures lá fora e ter alguma referência no mercado.
Conforme dados do Tesouro, o percentual das emissões do Global 2019 ficou levemente acima dos 4,675% pagos na última emissão realizada em 3 de outubro de 2017, mais spread de 235 pontos-base para esse tipo de papel. “Esse é o novo patamar para os nossos títulos de 10 anos, que é o Global 2019. O Tesouro vinha acompanhando o mercado e aproveitou as condições mais favoráveis para os mercados emergentes, após a sinalização do Fed de que o ritmo de projeções para futuras altas nos juros deve demorar mais tempo”, disse uma fonte do governo.
A emissão foi liderada pelos bancos Bank of America Merrill Lynch,, Bradesco e JP Morgan. A liquidação financeira da operação ocorrerá em 28 de março de 2019 e o primeiro cupom será pago 30 de novembro de 2019. Os demais cupons serão pagos 30 de maio e em 30 de novembro de cada ano até o vencimento, em 30 de maio de 2029.