A nova arrancada do dólar, que chegou a encostar nos R$ 3,50 hoje pela manhã, despertou no Palácio do Planalto o temor de que o Banco Central seja obrigado a suspender o processo de redução da taxa básica de juros (Selic). Se o movimento de valorização da moeda norte-americana se prolongar, haverá pressões sobre a inflação.
O consenso no mercado é de que o BC reduzirá os juros em 0,25 ponto percentual no fim de novembro, para 13,75% ao ano. Mas, diante das incertezas provocadas pela eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos e dos ruídos políticos internos, a política monetária ganhou mergulhou em um clima de incerteza.
Para assessores do presidente Michel Temer, é importantíssimo que o Banco Central mantenha o corte dos juros iniciado em outubro, para incentivar um quadro de confiança na economia. O Planalto contava com a reação da atividade no segundo semestre deste ano, mas a recessão continua prevalecendo.
Não à toa, o Ministério da Fazenda já reduziu de 1,6% para 1% a projeção de crescimento da economia para 2017. “Entramos em uma zona cinzenta”, diz um auxiliar de Temer. “A torcida é para que, passado o pânico inicial provocado pela eleição de Trump, o mercado volte à normalidade e o BC mantenha o corte de juros”, assinala um auxiliar de Temer.
Por volta das 15h, o dólar estava sendo negociado a R$ 3,40 para venda, com valorização de 1,33%. A moeda caminha para ter a maior sequência de alta desde a crise mundial de 2008. Já a Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) caía, também por volta das 15h, 2,88%, nos 59.762 pontos.
Brasília, 15h20min