“Eles não estão cumprindo o compromisso com as reformas e estão dificultando a negociação. Mas vamos em frente. A ideia é trabalhar para aprovar logo no começo do ano que vem, mas essa negociação em ano eleitoral será ainda mais complicada. Muitos deputados estão com medo de assumir o desgaste de aprovar e o Senado segurar até depois das eleições”, comenta um peemedebista que prefere não se identificar.
A estratégia de esperar as eleições passarem também vem sendo considerada, já que o principal argumento dos deputados para não quererem votar agora a reforma é que ela seria um “suicídio eleitoral”. “Esse tipo de matéria é para ser aprovada em começo de mandato e não em ano eleitoral. Se for para ser, que seja depois do resultado das urnas”, afirma um aliado do Planalto na Câmara. Para o governo, a opção não é aceitável porque isso demonstraria fraqueza e os reflexos na recuperação da economia seriam imediatos.
Só a declaração de Maia de que não conseguirá pautar a reforma para esta semana já provocou reações no mercado financeiro. “A gente está tentando construir o texto em cima dos 308 votos. A gente sabe que está muito longe disso ainda. Muito longe mesmo, infelizmente”, disse o presidente da Câmara, na saída de um evento em São Paulo, na manhã desta quinta-feira (30).
Com a perspectiva de adiamento da reforma da Previdência, as ações nacionais despencaram e o dólar subiu. A Bolsa de Valores de São Paulo (B3) fechou o pregão de ontem com queda de 1% em relação à véspera a 71.733 pontos. Enquanto isso, a divisa norte-americana valorizou 0,93% em relação ao real e encerrou o dia cotada a R$ 3,269 para a venda.
Brasília, 18h39min