Para Temer, não há nada que justifique aumento de juros neste momento. A atividade econômica está cada vez mais fraca, o desemprego voltou a subir e a inflação em 12 meses continua abaixo da meta de 4,5% fixada para este ano pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A taxa Selic está em 6,50% ao ano, o menor nível da história.
“A alta dos juros neste momento seria um desastre”, tem ressaltado Temer nas conversas. Na avaliação do presidente, o que está em curso no mercado é um movimento especulativo que não encontra respaldo econômico. Se os juros subirem agora, o que resta de confiança na economia vai para o buraco.
O governo, inclusive, admite a possibilidade de o Produto Interno Bruto (PIB) registrar queda no segundo trimestre do ano, dado o estrago provocado pela greve dos caminhoneiros. “Ainda estamos dependendo dos números de junho. Mas tudo indica que não houve a recuperação que esperávamos depois do fim da greve”, destaca um técnico da equipe econômica.
No entender do presidente, o BC está fazendo corretamente o seu trabalho para conter os movimentos especulativos com o dólar, ao intervir por meio da venda de contratos de swap, que representam uma espécie de venda futura da moeda norte-americana. Se precisar, Temer já deu aval para o BC vender reservas internacionais.
Desde quando começou a intervir no câmbio, em maio, o BC já vendeu US$ 39 bilhões em contratos de swap, dos quais US$ 24,5 bilhões somente na semana passada. Outros US$ 10 bilhões serão ofertados nesta semana. O dólar continua apontando para cima. Nesta segunda-feira (18/06), está sendo negociado com alta, por volta de R$ 3,74.
Brasília, 13h59min