Taxa de desemprego no DF, em 2021, é a maior da história

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ROSANA HESSEL

A taxa de desemprego no Distrito Federal, em 2021, chegou a 14,6% e foi a maior da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), conforme dados divulgados, nesta sexta-feira (2/12), com base no da Síntese de Indicadores Sociais (SIS) referente ao ano passado.

De acordo com o órgão do Ministério da Economia, no ano passado, a população em idade de trabalhar (14 anos ou mais de idade) no Distrito Federal era estimada em 2,50 milhões de pessoas, com 1,43 milhão ocupadas e 245
mil desocupadas, totalizando 1,68 milhão na força de trabalho (ocupados + desocupados).

A taxa de subutilização — percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação à força de trabalho ampliada — no DF chegou a 25,6% em 2021, conforme os dados do IBGE sobre a estrutura do mercado de trabalho. Segundo o órgão, tanto a taxa composta de subutilização da força de trabalho como a taxa de desemprego tiveram seus maiores valores da série histórica na capital federal.

Confirmando a dificuldade de recuperação do mercado de trabalho mesmo na capital federal, os dados do IBGE revelaram que o rendimento médio real habitual da população ocupada no trabalho no DF, em 2021, foi de R$ 4.084, o menor valor observado na série e 10,7% abaixo do recorde de R$ 4.575 de 2015.

No ano passado, 31,1% dos jovens de 15 a 29 anos de idade só estudavam, 14,0% estudavam e estavam ocupados; 34,2% só estavam ocupados; e 20,7% não estudavam e nem estavam ocupados. Estes últimos totalizavam 162 mil
jovens, sendo 43,8% na força de trabalho (desocupados) e 56,2% fora da força de trabalho.

Desigualdade

Um dado importante do IBGE para medir a desigualdade entre os rendimentos no DF mostra que, no ano passado, a população ocupada de cor ou raça branca ganhava, em média, 65,1% mais do que a os trabalhadores de cor ou raça preta ou parda. Além disso, os homens tinham rendimento 24% superior ao das as mulheres. “Os resultados indicam uma desigualdade estrutural, dado que esses diferenciais foram encontrados em todos os anos da série, de 2012 a 2020”, destacou a nota do instituto.

Em 2021, a população ocupada na capital federal recebia rendimento-hora médio real de R$ 24,90, sendo de R$ 43,40 para os trabalhadores com ensino superior completo e R$ 9,40 para os que tinham ensino fundamental completo ou ensino médio incompleto, evidenciando grande diferença de rendimento-hora médio no recorte por nível de instrução. Entre os 10% de trabalhadores com menores rendimentos na capital, 73% são pretos ou pardos.

O Distrito Federal continua sendo a unidade federativa com o maior rendimento médio do Brasil: R$ 2.480. Na comparação com 2019, no período pré-pandemia da covid-19, o rendimento médio do DF era de R$ 2.765.

Apesar de o DF ser a UF com maior rendimento médio, observa-se significativa concentração de renda. Em 2021, no extremo inferior, 1,7% da população não apresentava qualquer rendimento; 5,7% recebiam até ¼ de salário mínimo; e 68,1% da população ganhavam até dois salários mínimos. Por outro lado, apenas 11,9% dos habitantes recebiam mais do que cinco salários mínimos.

Conforme dados do IBGE, houve uma diferença de R$ 202 entre os rendimentos de homens (R$ 2.585) e
de mulheres (R$ 2.383). Essa desigualdade, contudo, é mais acentuada por cor ou raça. Os brancos são os que possuem os maiores rendimentos (R$ 3.367), valor 72% maior do que o dos pardos (R$ 1957) e mais de
duas vezes maior do que o de pretos (R$ 1.668) em 2021.

Vicente Nunes