#Suspeita de bomba no Banco Central Foto: CB/D.A Press

Setor público consolidado registra rombo fiscal de R$ 33 bi em maio

Publicado em Economia

ROSANA HESSEL

 

As contas do setor público consolidado, que reúne as estatais e os governos federal e regionais, registrou deficit primário de R$ 33 bilhões em maio de 2022 –  quase o dobro do rombo registrado no mesmo período de 2022, de R$ 15,5 bilhões –, conforme dados divulgados, nesta sexta-feira (29/7), pelo Banco Central. 

 

De acordo com Fernando Rocha, chefe do Departamento Econômico do Banco Central, esse resultado negativo interrompeu uma sequência de dados positivos do resultado primário do setor público registrado em sete meses consecutivos.

 

No acumulado em 12 meses, o setor público tem as contas no azul. O superavit primário consolidado somou R$ 119,9 bilhões, equivalente a 1,32% do Produto Interno Bruto (PIB), estimado em R$ 9,081 trilhões em 12 meses até maio.  No acumulado do ano, o superavit primário foi de R$ 115,5 bilhões. “Esse resultado positivo criou um colchão para o resultado primário significativo e permitiu um saldo positivo apesar do resultado negativo de maio”, destacou. Segundo eles, os saldos positivos são recordes, tanto para governos federal quanto regionais.

 

Os dados do BC ainda estão desatualizados devido à greve dos servidores da autoridade monetária. O resultado nominal do setor público consolidado, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados, foi deficitário em R$ 66 bilhões no quinto mês do ano de 2022. No acumulado em 12 meses, o deficit nominal somou R$ 380,6 bilhões (4,19% do PIB), alta de 0,26 ponto percentual em relação ao saldo negativo até abril de 2022.  “Houve piora na comparação dessa conta de juros e está explicada pela piora tanto no primário quanto na alta dos juros nominais”, destacou Rocha.

 

No acumulado em 12 meses, a conta de juros nominais acelerou em meio ao aumento dos juros e somou R$ 500,5 bilhões, o equivalente a 5,51% do PIB, a maior despesa desde fevereiro de 2016 em termos nominais, segundo Rocha. Em abril, esse saldo era de R$ 489,4 bilhões (4,56% do PIB). No ano, essa conta cresceu R$ 99 bilhões.