POR ANTONIO TEMÓTEO
O Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa básica de juros (Selic) em um ponto percentual, para 11,25% ao ano. Esse é o quinto corte consecutivo, mas uma parte do mercado esperava que o Banco Central (BC) fosse mais agressivo.
Essa possibilidade foi sepultada ontem após o vazamento da lista de políticos delatados pelos executivos da Odebrecht na Lava-Jato. A escalada da crise política pode inviabilizar a aprovação da reforma da Previdência e consequentemente o ajuste fiscal.
Com isso, o BC precisará rever o tamanho do ciclo de cortes. O último boletim Focus, apontou que a mediana das expectativas do mercado era de que a Selic terminasse 2017 em 8,5% ao ano. Entretanto, uma eventual paralisia do Congresso Nacional fechará as portas para cortes de juros.
Sem um ajuste fiscal e com a elevação da dívida pública, a autoridade monetária terá novos desafios, já que alternativa do governo será aumentar impostos para fazer frente ao crescimento dos gastos públicos. Com isso, as pressões inflacionárias comprometerão o ciclo de corte de juros.