Se o cenário traçado pelo BofA se confirmar, a Selic terá um corte de 1,75 ponto percentual do atual nível, que está em 6,5% ao ano. O patamar se mantém desde março de 2018 e representa o menor índice da série histórica.
Os economistas vêm que, com a economia fraca, o Banco Central tem espaço para fazer mais corte de juros. O desemprego elevado e baixo consumo refletem na inflação baixa. Nesta terça-feira (23/7), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia oficial da inflação, registrou variação de 3,27% no acumulado de 12 meses até julho.
O Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu que o centro da meta inflacionária é de 4,25%. O Banco Central (BC) avalia que o índice terminará o ano em 3,8%, assim como o Ministério da Economia.
Por isso, 60% do mercado já acredita que, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que ocorrerá dias 30 e 31 deste mês, haverá um corte de 0,5 ponto percentual na Selic, levando-a 6,5% ao ano.
“Uma mudança importante para uma postura mais dovish nos bancos centrais do mundo, progressos concretos na aprovação da reforma previdenciária, cenário estrutural de inflação benigna e crescimento decepcionante devem permitir que o BC corte as taxas em 50 pontos-base já no encontro deste mês”, informou o relatório do BofA.
O Bank of American Merill Lynch também diminuiu de 1,2% para 0,7% a expectativa de crescimento da economia brasileira em 2019. Também reduziu as projeções para o ano que vem, saindo de 2,2% para 1,9%.
O banco entende, porém, que visão para o Brasil no longo prazo continua sendo construtiva para o Brasil, já que reformas estruturais necessárias, como a reforma previdenciária, a reforma tributária e a autonomia do banco central, estão sendo discutidas no Congresso. “Isso deve reduzir a percepção de risco para a sustentabilidade fiscal do Brasil no médio prazo, preparando o terreno para melhores condições financeiras e crescimento sustentável à frente”, comunica o relatório.
Brasília, 11h18min