A prisão de terroristas pela forças de segurança deve ser ampla e irrestrita. Por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pelo menos 1.200 radicais que estavam acampados em frente ao QG do Exército, em Brasília, já foram detidos.
Mas é pouco, perto de tudo o que se viu na capital da República no domingo (08/01), com invasões e destruição das sedes dos Três Poderes da República — Congresso, Palácio do Planalto e Supremo. Esses radicais estão espalhados por todo o país.
A Justiça também deve mandar prender o ex-presidente Jair Bolsonaro, que, por mais que negue, está por trás dos atentados à democracia brasileira. O Congresso, por sua vez, não pode se omitir e precisa cassar os mandatos de deputados e senadores que apoiaram a tentativa frustrada de golpe.
Está claro para Alexandre de Moraes e para o presidente Lula que há gente graúda do governo anterior na organização dos atos terroristas, inclusive militares de altas patentes. Não por acaso, houve tanta leniência das forças de segurança com os bandidos que atacaram o Estado democrático de direito.
A lista de prisão incluirá, ainda, os financiadores dos atos terroristas. Há empresários do agronegócio, madeireiros, garimpeiros e redes de varejo. Os nomes já estão de posse dos investigadores, entregues por muitos dos golpistas detidos, e vários deles devem ser presos ao longo dos próximos dias. Não haverá complacência.
Bolsonaro, que fugiu para os Estados Unidos, já foi alertado de que está mira imediata da Justiça brasileira, assim como seu filho, Carlos, vereador pelo Rio de Janeiro, acusado de organizar os atentados por meio das redes sociais. Nenhum dos bandidos ficará impune, avisam as autoridades.
A determinação do STF e do governo é de dar uma resposta severa a todos, sem exceção, para que atos terroristas não voltem a confrontar a democracia brasileira, que tem se mostrado resiliente a despeito de todos os ataques que vem sofrendo nos últimos anos.