Dinheiro Governo deve antecipar o 13º salário de aposentados e pensionistas do INSS. Foto: Daniel Alves/CB/D.A Press

Renda média mensal dos brasileiros encolhe 6,9%, para R$ 1.353, a menor da história

Publicado em Economia

ROSANA HESSEL

O rendimento médio real domiciliar per capita dos brasileiros encolheu 6,9% em 2021 na comparação com 2020, passando de R$ 1.454 para R$ 1.353 mensais, o menor valor da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, iniciada em 2012, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta sexta-feira (10/6) sobre o rendimento de todas as fontes. 

De acordo com o órgão subordinado ao Ministério da Economia, a massa do rendimento mensal real domiciliar per capita encolheu 6,2% na comparação com 2020, chegando a R$ 287,7 bilhões em 2021, o segundo menor valor, desde 2012 (R$ 279,9 bilhões). A inflação elevada foi o principal motivo para o encolhimento da renda dos brasileiros, segundo a entidade. 

 

O Nordeste manteve o menor rendimento médio mensal domiciliar per capita entre as cinco regiões do país, de R$ 843.  No Norte, a renda média mensal foi de R$ 871. As duas regiões registraram as maiores perdas no rendimento, de 9,8% e de 12,5% respectivamente. As regiões Sul e Sudeste se mantiveram com os maiores rendimentos, de R$ 1.656 e de R$ 1.645, respectivamente.

 

O percentual de pessoas com rendimento na população também encolheu, passando de 61%, em 2020, para 59,8%, em 2021, o mesmo percentual de 2012 e o mais baixo da série. A queda desse indicador foi mais intensa no Norte, segundo o comunicado.

 

Conforme os dados do IBGE, o rendimento médio mensal real da população residente com rendimento foi o menor da série histórica nos seguintes tipos: todas as fontes de rendas (R$ 2.265), em outras fontes (R$ 1.348), em aposentadoria e pensão (R$1.959) e em outros rendimentos (R$ 512).

 

Desigualdade 

 

A queda do rendimento mensal domiciliar per capita foi maior entre as classes com menor rendimento. Em 2021, o rendimento médio do 1% da população que ganha mais era 38,4 vezes maior que o rendimento médio dos 50% que ganham menos.

 

A desigualdade cresceu para o conjunto da população e ficou praticamente estável para a população ocupada: o Índice de Gini do rendimento domiciliar per capita aumentou de 0,524 para 0,544, enquanto o Gini do rendimento de todos os trabalhos variou de 0,500 para 0,499.

 

Apesar do aumento da população ocupada entre 2020 e 2021, a massa do rendimento mensal real de todos os trabalhos recuou 3,1%, passando de R$ 223,6 bilhões para R$ 216,7 bilhões. Nesse período, o percentual de domicílios com alguém recebendo “outros programas sociais”, categoria que inclui o auxílio-emergencial, caiu de 23,7% para 15,4%, enquanto a proporção de domicílios com beneficiários do Bolsa Família aumentou de 7,2% para 8,6%.