BolsonaroVirus

Rejeição a Bolsonaro aumenta entre pessoas com nível superior, mulheres e jovens

Publicado em Economia

ROSANA HESSEL

Apesar de a rejeição média do presidente Jair Bolsonaro (PL), de 50%, não ter sofrido alteração entre dezembro e janeiro, a avaliação negativa do chefe do Executivo cresceu entre as pessoas com nível superior, mulheres e jovens, conforme nova edição da Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (12/01).

 

Os dados da primeira consulta eleitoral a ser divulgada em 2022, realizada pela Quaest em parceria com a Genial Investimentos, mostram que a rejeição a Bolsonaro entre as mulheres passou de 50%, em dezembro, para 54%, neste mês. Já entre os homens, recuou de 49% para 44%. A avaliação média positiva de Bolsonaro permanece entre 20% e 21%.

 

A avaliação negativa do presidente entre pessoas com nível superior incompleto ou acima, um dos principais redutos de apoiadores do ex-capitão, também apresentou aumento, passando de 49% para 54%, entre dezembro e janeiro. Nas demais categorias, o percentual de rejeição não sofreu alteração, permanecendo em 49%, entre os eleitores com ensino médio, e em 50%, entre os que possuem instrução até o ensino fundamental.

 

A rejeição do chefe do Executivo entre os eleitores de 16 a 24 anos também apresentou elevação, passando de 52%, em dezembro, para 55%. Enquanto isso, a avaliação negativa entre os eleitores com mais de 60 anos mostrou aumento, passando de 47% para 50%. Nas demais faixas etárias houve pouca alteração entre os percentuais que ficaram entre 49% e 50%, segundo o estudo.

 

Preocupação com pandemia e economia

 

Desde o início da pesquisa, em julho de 2021, houve um expressivo aumento na percepção dos eleitores de que o governo de Bolsonaro está pior do que o esperado, passando de 28% para 36% e a má condução da economia é onde está a maior percepção negativa. Cerca de 80% dos eleitores desaprovam a gestão de Bolsonaro no combate à inflação e 63% consideram ruim as ações do presidente na geração de emprego. Esse mesmo percentual de desaprovação, de 63%, é visto na gestão do governo no combate à covid-19.

 

O levantamento  também relevou que os brasileiros voltaram a se preocupar com a pandemia do novo coronavírus.  A pesquisa mostro que 28% dos entrevistados apontaram como o principal problema do país, contra 19% em dezembro. Esse temor começa a se refletir na avaliação do governo Bolsonaro e na popularidade do presidente. Embora os números da corrida ao Palácio do Planalto apresentem pouca alteração em relação a dezembro de 2021, é possível observar que as mulheres estão cada vez mais desgostosas com a atual gestão, segundo o estudo.

 

De acordo com o estudo, a decisão de Bolsonaro se manifestar contra à vacinação de crianças pode ter contribuído para o quadro de piora na avaliação do presidente, pois 72% dos entrevistados consideram que as crianças deveriam ser imunizadas já. Este número, porém, cai para 48% entre os eleitores de Jair Bolsonaro.

 

Além disso, 55% dos brasileiros consideram Bolsonaro pior do que esperavam – em julho de 2012, esse índice era de 48%. Reforçando um fenômeno que a pesquisa Genial/Quaest foi a primeira a apontar, a inflação aparece como o maior entrave do governo no momento. Entre os entrevistados, 73% avaliam de forma negativa a maneira como o presidente conduz o combate à inflação.

 

A PesquisaGenial/Quaest começou em julho de 2021  e se estenderá até novembro de 2022. No total, serão 24 rodadas de pesquisa nacional, cada uma delas implicando em duas mil coletas domiciliares face a face, realizadas nas 27 unidades da federação, abrangendo 123 municípios. As entrevistas são presenciais e o nível de confiança é de 95% e a margem de erro máxima é de 2%, para cima ou para baixo, em relação ao total da amostra. A apresentação do estudo será feita a partir das 10h pelo canal da Genial no Youtube.