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Raul Velloso diz que os dias de Paulo Guedes no governo estão contados

Publicado em Economia

Em nota encaminhada ao Blog, o economista Raul Velloso, um dos maiores especialistas em contas públicas do país, diz que os dias no governo do ministro da Economia, Paulo Guedes, estão contados. Para ele, entre continuar no poder e preservar Guedes, o presidente Jair Bolsonaro optará por ficar mais quatro anos no Palácio do Planalto. Diz Velloso:

 

“Do fórum sobre a gestão macro que presidi no último sábado (15/08), recolho três conclusões básicas e acrescento uma extra ao final: 1) a defesa do teto é desonesta ao se dizer que é pela lógica econômica, quando, na verdade, é um movimento político travestido de técnico para derrubar o governo (André Lara Resende).

2) Para o país, o “x” da questão não é cumprir o teto, como o establishment financeiro prega, mas trocá-lo pelo equacionamento da previdência pública, única forma de abrir espaço de forma sustentável para os investimentos em infraestrutura, sejam eles públicos ou privados, que serão viabilizados como consequência natural do processo de equacionamento (Raul Velloso).

3) A defesa do teto pode ser eficaz para derrubar o governo, mas está completamente na contramão do que se faz no resto do mundo, onde a prioridade é tirar as pessoas do buraco (José Luiz Oreiro).

4) Para concluir, é curioso como Bolsonaro parece não perceber que há uma dessintonia entre o que tem pregado a equipe econômica do seu governo, que, em março, disse ao Congresso que, no máximo, gastaria R$ 5 bilhões para “aniquilar” a pandemia e, até agora, foi forçada por ele a gastar R$ 700 bilhões, nas palavras do próprio Bolsonaro, única coisa que fez disparar a sua popularidade, e a defesa que faz, agora, com unhas e dentes, do teto dos gastos, cujo objetivo não declarado é derrubá-lo pelo desgaste político que causará. Ou seja, a equipe principal do seu governo, que, aos pouco,s veio se esfacelando (já saíram oito), parece ser o principal aliado do mercado financeiro na empreitada para derrubá-lo. Nesse sentido, não há outra hipótese que não seja a substituição do ministro da Economia caso Bolsonaro queira continuar no poder.”

 

Brasília, 11h01min