Em 2018, o engajamento dos militares à candidatura de Jair Bolsonaro foi quase que total. Dos praças aos generais, a maioria votou no ex-capitão como forma de impedir a volta do PT ao poder. Pois três anos depois, militares ouvidos pelo Blog dizem que, em 2022, quem tem bom senso não repetirá o voto no presidente.
Diz um fardado de alta patente: “O descontentamento dentro dos quartéis com a forma como Bolsonaro conduz o país é grande. Somente os meninos mais novos ainda se empolgam com o discurso belicista e sem noção do presidente”. Segundo ele, aqueles que apoiaram Bolsonaro em 2018 amadureceram e, agora, tem discernimento para não repetir o erro.
Na visão dos mesmos militares, Bolsonaro faz muito mal à imagem das Forças Armadas, sobretudo ao Exército, ao disseminar a ideia de que tem o domínio dos quartéis. Isso prejudicou demais a percepção que a sociedade tem das Forças. Felizmente, os comandantes conseguiram manter a serenidade que é necessária.
O ponto mais alto de tensão nos quartéis foi às vésperas do Sete de Setembro, período em que Bolsonaro e aliados tentaram dar um golpe no país. O presidente acreditou que tinha total controle sobre as Forças, mas nenhum dos comandantes da ativa pensou em sair das quatro linhas da Constituição.
Nos quartéis, mesmo com o tom dos discursos de Bolsonaro muito acima da normalidade, os comandantes continuaram levando a vida com tranquilidade. “Foi o melhor a ser feito. Não há como as Forças Armadas embarcarem em aventuras de governos de plantão”, ressalta outro fardado.
Brasília, 17h49min