ROSANA HESSEL
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), conhecido como prévia do Produto Interno Bruto (PIB), apresentou alta de 0,69% em junho, na comparação com o mês anterior, conforme dados divulgados, nesta segunda-feira (15/8), pelo BC.
O resultado do IBC-Br de junho ficou acima das previsões do mercado, de 0,38%, e reverteu as quedas nos dois meses anteriores devido ao avanço mais forte do setor de serviços, embora desigual. Em maio, o indicador recuou 0,26% (dado ajustado sobre a queda anterior, de 0,11%) após cair 0,64% em abril (também revisado da taxa negativa anterior, de 0,44%). Com isso, no segundo trimestre do ano, o BC registrou crescimento de 0,57% no IBC-Br. No trimestre anterior, a alta foi de 1,1%.
Se essa prévia do PIB no segundo trimestre for confirmada em 1º de setembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apesar do dado positivo, o PIB deste ano apresenta desaceleração acentuada. Entre janeiro e março, o PIB registrou crescimento de 1%, ou seja, uma redução de 43% na taxa de expansão.
Para o terceiro trimestre, as estimativas do mercado não são muito animadoras, pois as previsões do mercado são de estagnação ou até mesmo de queda do PIB, em grande parte, devido ao impacto da política monetária restritiva do Banco Central, que iniciou o processo de alta da taxa básica de juros (Selic), em março de 2021, quando os juros básicos estavam no piso histórico de 2% anuais e, atualmente, se encontram em 13,75%.
No acumulado em 12 meses, o IBC-Br registra alta de 2,18%, dado acima das novas previsões do mercado para o PIB deste ano, de 2% — nova mediana das projeções do mercado coletadas pelo BC no boletim Focus. E como as estimativas para a taxa Selic em 2023 estão em dois dígitos, de 11%, a tendência é de desaceleração da economia no próximo ano, com a mediana das projeções para o PIB atualmente em 0,41%.