ROSANA HESSEL
A inflação oficial encerrou o ano de 2022 com alta de 5,79%, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e, com isso, o rendimento da caderneta de poupança voltou a registrar ganho real após três anos de perdas seguidas.
“No ano de 2022 a poupança registra rentabilidade de 2% acima do inflação medida pelo IPCA, representa a dizer que tivemos ganho de poder aquisitivo”, destacou Einar Rivero, head comercial do Trademap e autor do levantamento feito pela plataforma de investimentos e estatísticas. Em 2021, quando registrou perdas de 6,37% no poder aquisitivo, a caderneta de poupança teve o pior desempenho da história.
O melhor registro de ganho da caderneta, de acordo com Rivero, ocorreu em 2006, quando a rentabilidade foi de 5,10% acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA).
Ano da renda fixa
Em outro levantamento, Rivero destacou que a renda fixa reinou entre os melhores investimento, em termos reais (já descontada a inflação). Os índices de fundos multimercados (IHFA) e os de dividendos (IDIV) foram os que tiveram os maiores retornos no ano passado, de 7,45% e de 6,49%, respectivamente. Em terceiro lugar, ficaram as aplicações indexadas ao Crédito de Depósito Interbancário (CDI), que costuma acompanhar a taxa básica da economia (Selic), de 13,75% ao ano. O ganho real do CDI, em 2022, foi de 6,24%.
Entre as 13 principais aplicações analisadas pelo Trademap, a rentabilidade das principais aplicações descontadas a inflação medida pelo IPCA e verifica que somente tiveram tem ganho real. Além dessas três citadas acima, o Índice da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (IMA-Geral), que mede o desempenho médio dos títulos públicos. O rendimento desse indicador, em termos reais, foi de 3,66%. A poupança ficou em quinto lugar no ranking.
O Índice Bovespa (IBovespa), principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), teve desempenho de 1,04% abaixo da inflação. As aplicações em dólar tiveram perdas reais de 11,61%, considerando o dólar Ptax, do Banco Central. Na lanterna da lista ficou as bitcoins, com prejuízo de 68,27%, já descontada a inflação. Veja abaixo o comparativo de rendimentos levantados pelo Trademap.