Portugal tem 61,6 mil vagas de trabalho que não consegue preencher

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Dados do Ministério do Trabalho apontam que há, em Portugal, 61,6 mil vagas que as empresas não conseguem preencher por falta de profissionais, sendo que metade dos postos de trabalho está na Região Metropolitana da Lisboa (27,4 mil).

Há, segundo o Jornal de Notícias, que primeiro teve acesso às informações, empregos disponíveis em quase todos os setores da economia: comércio, tecnologia da informação, call centers, turismo, restaurante, transportes, hotelaria, construção civil, indústria extrativa, indústria de transformação, energia e gás, administração pública.

A dificuldade de contratação vale tanto para micro e pequenas empresas quanto para as médias e grandes companhias, o que pode colocar em risco o funcionamento de vários negócios. O número de vagas em aberto é recorde e representa crescimento de 44% em relação a 2021.

Portugal sofre com o envelhecimento da população — mais de 30% está acima dos 60 anos. Os jovens portugueses, quando se formam, em sua maioria, preferem trabalhar em outros países da União Europeia, onde os salários são melhores. O piso salarial português é de apenas 760 euros (R$ 4,3 mil), insuficiente para pagar um aluguel em Lisboa, por exemplo.

Uma das formas encontradas pelo governo português para atrair mão de obra foi facilitar a entrada de estrangeiros no país, em especial, de cidadãos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), entre eles, o Brasil. Foram dados dois passos importantes nesse sentido.

O primeiro, no final de outubro de 2022, prevê que os interessados em procurar emprego em Portugal podem pedir vistos temporários nos consulados espalhados pelo países da CPLP. O documento permite ficar até 180 dias em território luso para se inserir no mercado de trabalho.

O segundo ocorreu em 13 de março último, quando o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) colocou no ar um portal em concede a cidadãos da CPLP autorização automática de residência em Portugal desde que os pedidos tenham sido feitos entre 2021 e 2022. Apenas na primeira semana, foram emitidos mais de 76 mil documentos, dos quais 90% para brasileiros.

É importante, porém, ficar atento à real situação de Portugal. O país está muito caro para se viver. Portanto, aqueles que se candidatarem às vagas disponíveis devem se preparar para alimentação e aluguéis caríssimos. Segundo especialistas, tudo deve ser muito bem planejado para não transformar o sonho de morar e trabalhar no país europeu em pesadelo.

Os brasileiros representam mais de um terço dos cerca de 800 mil estrangeiros de moram em Portugal. Aproximadamente metade das contratações de estrangeiras é feita por empresários brasileiros que decidiram investir em território luso.

Vicente Nunes