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PIB do segundo trimestre desacelera e cresce 0,9%, mas supera expectativas

Publicado em Economia

ROSANA HESSEL

 

O Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre de 2023 desacelera e registra alta de 0,9%, na comparação com o trimestre anterior, somando R$  2,651 trilhões, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta sexta-feira (1º/9).

 

O PIB é o indicador de riqueza produzida no país ao longo do ano. No primeiro trimestre de 2023, registrou crescimento de 1,9%, superando as expectativas do mercado graças ao forte desempenho da agricultura. Essa taxa foi revisada pelo IBGE  e passou para 1,8%. Frente ao mesmo período de 2022, o PIB cresceu 3,4% neste ano.

 

O resultado ficou acima da mediana das estimativas do mercado, de 0,2% a 0,3%, mas confirmou a expectativa de analistas ouvidos pelo Correio de que a economia do país segue em desaceleração e que a surpresa do primeiro trimestre foi um ponto fora da curva.

 

Conforme dados do IBGE, do lado da oferta, após crescer 22% a agropecuária contribuiu negativamente para o desempenho do PIB de abril a junho deste ano e registrou queda de 0,9% em relação aos primeiros três meses  do ano. A indústria, contudo, surpreendeu com alta de 0,9% na mesma base de comparação E serviços, por sua vez, continua acelerando e apresentou avanço de 0,6%.

 

De acordo com o IBGE, esse resultado é explicado pelo bom desempenho da indústria e dos serviços. Como as atividades de serviços respondem por cerca de 70% da economia do país, o resultado do setor influencia ainda mais a expansão do PIB, informou o órgão.

 

“O que puxou esse resultado dentro do setor de serviços foram os serviços financeiros, especialmente os seguros, como os de vida, de automóveis, de patrimônio e de risco financeiro. Também se destacaram dentro dos outros serviços aqueles voltados às empresas, como os jurídicos e os de contabilidade, por exemplo”, explica a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, em nota do instituto. O setor de serviços está há 12 trimestres sem variações negativas e também se encontra no ponto mais alto da sua série.

 

Do lado da demanda, o consumo das famílias também acelerou e registrou alta de 0,9% na comparação com os três meses anteriores. A despesa do governo avançou 0,7% e os investimentos andaram de lado. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), avançou 0,1%. Exportações apresentaram crescimento de 2,9% e as importações recuaram 4,5%, de acordo com os dados do IBGE.

 

A taxa de investimento recuou em relação ao segundo trimestre de 2022, passando de 18,3% para 17,1% do PIB, neste ano.  A taxa de poupança também registrou queda na mesma base de comparação, passando de 18,4% para 16,9% do PIB.