PF monitora todos os passos de Guido Mantega

Publicado em Economia

A Polícia Federal não desistiu de levar Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda dos governos Lula e Dilma Rousseff, para a prisão. Ele é citado em várias delações da Odebrecht como “pós-italiano”, responsável por arrecadar dinheiro para o PT e para campanhas presidenciais.

 

Segundo fontes, todos os passos de Mantega estão sendo monitorados pela PF. Os policiais querem ter subsídios de sobra para, assim que a Justiça autorizar, levar o ex-ministro para Curitiba, onde estão vários petistas pegos pela Operação Lava-Jato. Mantega não tem foro privilegiado. Está sob a alçada da Justiça comum, leia-se o juiz Sérgio Moro.

 

Mantega já havia sido preso pela PF, em setembro do ano passado, durante a 34ª fase da Lava-Jato. Mas acabou sendo solto, horas depois, por Sérgio Moro, diante da repercussão negativa da prisão, uma vez que, no momento, estava acompanhando a mulher em um procedimento médico no Hospital Albert Einstein.

 

Denúncia de Eike

 

À época, Mantega foi preso com base em uma delação do empresário Eike Batista, que foi para trás das grades tempos depois. Eike disse que repassou US$ 2,3 milhões ao PT atendendo a um pedido do ex-ministro. O dinheiro teria sido usado para quitar dívidas de campanha do partido com o marqueteiro João Santana e a mulher dele, Monica Moura.

 

Segundo Eike, o dinheiro teria sido depositado em uma conta na Suíça denominada Shell Bill. O pedido de Mantega teria ocorrido quando ele era presidente do Conselho de Administração da Petrobras, que foi devastada pelo maior esquema de corrupção que se tem notícia no país. À época, Mantega negou as acusações.

 

Para a PF, há indícios de sobra contra o ex-ministro. Mas é preciso cautela. A polícia não quer repetir as falhas da primeira prisão, que resultaram em muitas críticas, a ponto de Moro liberar Mantega rapidamente. Houve quem  dissesse que a PF teria violado todas as regras ao prender uma pessoa dentro do hospital em situação de vulnerabilidade. O ex-ministro estava acompanhando a mulher, Eliane Berger, que se trata de um câncer gravíssimo.

 

Brasília, 15h01min