Paulo Rabello de Castro será presidente do BNDES

Publicado em Economia

O economista Paulo Rabello de Castro será o novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em substituição a Maria Silvia Bastos Marques, que pediu demissão hoje. Castro estava na presidência do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

O presidente Michel Temer decidiu agir rápido para evitar maiores especulações em torno da demissão de Maria Silvia. Por orientação dos ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo Oliveira, a opção foi por um nome técnico.

 

Maria Silvia deixou o BNDES devido à pressão da área política do governo, em especial do secretário-geral da Presidência da República, Moreira Franco. Ele vinha verbalizando para Temer o descontentamento do empresariado com a política de liberação de crédito por parte do banco público. Maria Silvia havia estabelecido critérios rígidos para a concessão de empréstimos.

 

Mito do governo grátis

 

Paulo Rabello de Castro é um crítico feroz do uso do Estado por corporações. Em seu mais recente livro, O mito do governo grátis, detonou as políticas de distribuição de recursos, inclusive para empresários, durante os governos petistas. Diz a chamada do livro: “Governo grátis é aquele que promete distribuir vantagens e ganhos para todos, sem custos para ninguém, fenômeno político que está na raiz do declínio do vigor da economia brasileira e na estagnação de seu processo produtivo”.

 

Assim como o BNDES, o IBGE também está subordinado ao Ministério do Planejamento. Nas últimas semanas, Maria Silvia vinha pedindo socorro ao ministro Dyogo Oliveira. Ela estava no limite diante das pressões que vinha recebendo de caciques do governo, em especial do secretário-geral da Presidência da República, Moreira Franco, o porta-voz do empresariado, sobretudo da Fiesp, acostumada a dinheiro fácil e subsidiado.

 

Durante os governos petistas, o BNDES recebeu R$ 500 bilhões do Tesouro Nacional, o que levou à explosão da dívida pública. Boa parte desses recursos foi usada para financiar os grupos escolhidos como campões nacionais, como o JBS, a Oi e o X, de Eike Batista. Com Maria Silvia à frente do BNDES, todas as torneiras da corrupção foram fechadas. Isso incomodou muita gente.

 

Brasília, 18h55min